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Do livro à
ópera

Montagem baseada na obra de José Clemente Pozenato estreia neste fim de semana no Theatro São Pedro e poderá ser vista em oito cidades no mês de agosto


Texto
Diego Adami
diego.adami@pioneiro.com

Fotos
Marcelo Casagrande
marcelo.casagrande@pioneiro.com
Andrea Graiz


Não é apenas uma história sobre troca de casais. É muito mais do que isso. É sobre sonhos e como eles nos movem. Um enredo fortemente carregado de dilemas psicológico, de questões de identificação entre pessoas e sobre como o livre arbítrio pode produzir consequências talvez inimagináveis. A partir deste fim de semana, o público gaúcho poderá conferir a versão em ópera para O Quatrilho, o mais famoso livro lançado por um autor caxiense ou radicado em Caxias do Sul, como é o caso do são-francisquense José Clemente Pozenato. A montagem, que estreia sábado no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, poderá ser vista em Bento Gonçalves, no dia 15 de agosto, e em Caxias, no dia 18, como parte da turnê que também passará por outras cinco cidades do Estado (veja no quadro).

Lançado em 1985, o romance é ambientado em 1910, numa comunidade rural no Rio Grande do Sul habitada por imigrantes italianos. É lá onde dois casais muito amigos se unem para poder sobreviver e decidem morar na mesma casa. Mas o tempo faz com que Teresa, esposa de Ângelo Gardone, se interesse por Mássimo, marido de Pierina. Os dois amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para trás seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, sob o olhar desaprovador da sociedade conservadora da época e da Igreja.

Maíra Lautert e Flávio Leite interpretam o casal abandonado
O compositor Vagner Cunha e o diretor cênico Luís Artur Nunes
– A Pierina representa muito bem a mulher de hoje em dia, a força, da nossa situação dentro de uma sociedade repressora, em que a gente tem conseguido aos poucos se libertar dessas amarras. A Pierina, naquela situação toda, conseguiu dar a volta por cima. Depois de ser abandonada pelo marido, ser deixada com os filhos, ela toma as rédeas da situação e reconstrói a vida ao lado do Ângelo. Ela enfrenta toda sociedade, enfrenta a Igreja, e os dois ficam bem. A mulher de hoje em dia tem um pouco disso de conseguir se reinventar, dar o seu jeito para ficar firme, conseguir trabalhar, cuidar de filho, tudo ao mesmo tempo.