Enquanto a classe artística de Caxias do Sul corre o risco de terminar o ano sem Financiarte, os mecanismos de fomento já estão garantidos em outros municípios gaúchos. É o caso de Bento Gonçalves, que destinou mais de R$ 660 mil para o Fundo Municipal de Cultura em 2018. Finalizado em setembro, o edital contemplou 25 projetos nas áreas de artes cênicas, música, audiovisual, literatura, folclore e patrimônio histórico.
O valor investido em Bento Gonçalves, equivalente a 6,2 mil Unidades de Referência Municipal (URMs), é 10% superior na comparação ao que prefeitura de Caxias destinou ao Financiarte no ano passado – cabe destacar que a população caxiense é quatro vezes maior do que a do município vizinho. Procurado pelo Almanaque, o secretário de Cultura de Bento, Evandro Soares, defendeu as leis de incentivo à produção artística e afirmou que os recursos destinados ao setor são revertidos, a longo prazo, em benefícios em educação e segurança.
– Quando se faz uma oficina de hip-hop pra garotada de um bairro menos favorecido, estamos investindo em tirar essas crianças da rua. Portanto é um investimento em cidadania e educação. Por isso a gente acredita no fomento, não só dos projetos da área social, mas também para a classe artística como um todo – reflete o secretário.
Além do Fundo Municipal de Cultura, que será reformulado em 2019 com objetivo de incluir contrapartidas sociais aos projetos aprovados, a prefeitura de Bento Gonçalves divulgará nas próximas semanas os contemplados do primeiro Edital de Fomento da Cultura Popular, que financiará iniciativas nas áreas de folclore, culturas tradicionais e etnias. O edital soma R$ 144 mil – sendo que R$ 100 mil foram obtidos junto à Secretaria Estadual da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sedactel).
Em Santa Maria, na região central do Estado, o governo municipal trabalha na primeira edição do Edital de Apoio à Produção Artística e Cultural, que prevê R$ 187,5 mil para execução de 19 projetos. Os recursos, viabilizados pelo Fundo Pró-Cultura-RS, serão divididos igualmente entre as iniciativas contempladas. Para o superintendente da Cultura no município, Cássio Corbellini, os mecanismos de fomento trazem “benefícios econômicos à sociedade”:
– Cada artista que receber esses recursos será como uma empresa: tem que administrar o valor, contratar pessoas, além de cumprir os encargos fiscais que reverterão renda para o município. Vale dizer que o edital também democratiza o acesso à cultura, porque uma das contrapartidas é que, além do projeto, o artista também faça alguma ação na periferia da cidade.
Já em Pelotas, na zona Sul, o edital do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (ProCultura) ainda não foi lançado nesse ano. No entanto, a prefeitura garante que o período de inscrições será aberto nos próximos dias e que o valor liberado será pelo menos 10% maior do que em 2017, quando a secretaria da Cultura destinou R$ 591 mil e contemplou 26 projetos.
– Como a gente já desejava dar uma reoxigenada nessa lei, aproveitamos para debater algumas alterações. O novo edital vai ser lançado ainda nesse ano e pretendemos aumentar na comparação com o ano passado – explica a diretora de projetos da secretaria da Cultura, Alessandra Ferreira.
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