PUBLICADO EM 23 DE NOVEMBRO DE 2018
Texto
Cristiano Daros
Rodrigo Cordeiro
Arte
Andressa Paulino
Fotos
Marcelo Casagrande
Domingo será encerrada a 30ª edição da Copa União de Clubes. E ela acabará com um tira-teima dos bons: União Forquetense e Bevilacqua decidem a categoria titulares. Os dois clubes reeditam a final de 2017 e a comunidade de Forqueta sonha com o bicampeonato do torneio, até porque já ganhou a primeira partida por 3 a 2. Um time forte e que conta com alguns ex-
profissionais, como o volante Fagner Galvão.
– É muito importante esse título. Quando cheguei (em 2017), a proposta era ser campeão pelo Forqueta e logo no primeiro ano conseguimos. Agora estamos na luta pelo bicampeonato. O cara sempre entra para ganhar, jogando desde pequeno sempre fui muito competitivo e quero estar vencendo – destaca o jogador.
Fagner tem 32 anos e joga futebol desde os sete. Saiu da escolinha do Independente, de Flores da Cunha, direto para o Juventude. No Estádio Alfredo Jaconi se profissionalizou no futebol e atuou no esporte até 2010, quando as lesões deram um fim precoce na sua carreira.
Após essa passagem, seguiu para o futebol amador e nos últimos quatro anos disputa a Copa União. As mudanças surpreenderam, principalmente em relação a qualidade que encontra no Forquetense e nos adversários.
– É muita imposição física, pelos campos serem pequenos. Totalmente diferente do profissional, onde tem mais espaço para os atletas. No amador, tem quem não ache que há qualidade, mas tem muita. Só que, com os campos menores, acaba tendo muito contato físico e prejudica a atuação dos atletas – considera o volante.
Outro ponto que mexeu com Fagner é a participação das comunidades. Em Forqueta há dois anos, ele ressalta a presença dos torcedores e o quanto isso motiva os jogadores para defender a camisa azul.
– O cara não faz ideia da rivalidade entre as comunidades e as rixas entre algumas equipes. A gente acaba se envolvendo, mesmo não sendo da comunidade, e acaba dando o sangue pela agremiação. É também pelo esforço que eles (diretores) fazem para manter o futebol amador. A gente que está no meio sabe que é difícil, mas dou muito valor para o pessoal que organiza – afirma Fagner.
No domingo é a hora da definição e só um time saíra comemorando. A primeira parte, que o volante considera a mais difícil, foi feita e o Forquetense ganhou do Bevilacqua fora. Mas acima do resultado e quando a bola rolar, Fagner quer fazer aquilo que adora ou simplesmente jogar futebol.
– Hoje e sempre, além da diversão, é a minha maneira de viver. Onde me sinto em casa, feliz. Não trabalho mais com isso, mas sinto prazer é ao estar dentro de campo jogando bola – resume.
Do outro lado da final, o Bevilacqua, pode-
se dizer, está mordido. Foram quase dois anos sem perder nos seus domínios e a derrota veio justamente no primeiro jogo da final.
Para colocar um pouco de lenha nessa fogueira, perdeu para o mesmo rival da decisão de 2017. Mas ninguém joga a toalha, afinal uma vitória, fora de casa, levará a decisão à prorrogação e tudo ficará em aberto.
– O primeiro jogo já foi, tivemos um revés em casa, mas o futebol é dinâmico. Vamos muito concentrados para esse segundo jogo, porque as coisas se resolvem dentro das quatro linhas – afirma o goleiro Leonardo Peruzzo, que complementa sobre as possibilidades do Bevilacqua:
– Estamos fazendo um trabalho bacana. Ano passado, o grupo dos titulares foi modificado em 50%. O título representa muito para nós e estamos bem focados para buscar a vitória. Fazem anos que estamos em busca disso. Acreditamos muito.
Antes de ser assessor de investimentos, Léo usava luvas e treinava mais que um jogador de linha. Ele era goleiro profissional de futebol, onde atuou no Juventude e na Itália. Chegou a estar na primeira lista de convocados da Seleção Brasileira sub-17 para o Sul-Americano de 2005, junto com o lateral-esquerdo Marcelo (Real Madrid-ESP) e o meia Renato Augusto (Beijing-CHI), mas acabou cortado.
Ele é outro caso em que as lesões atrapalharam e encurtaram a carreira. Léo seguiu para o amador e direto para o Bevilacqua. Ali cumpre com essa função, de herói ou vilão, de vestir a camisa 1.
– Eu era atacante no salão (categorias de base da Enxuta), mas era muito grandão e desengonçado. Aí fui para a zaga e terminei no gol. Na posição, vamos dizer que me apaixonei. É difícil (ser goleiro), sempre tem a responsabilidade de não poder falhar. Eu trago isso para a vida também, porque os erros podem custar caro. Acho que o futebol, na posição de goleiro, olhando com carinho, traz ensinamentos de responsabilidade e atenção.
Domingo será momento de concentração elevada. Só a vitória interessa para seguir sonhando com esse título, um presente à comunidade.
– A gente sente que o envolvimento e o carinho dedicado ao esporte pela comunidade é diferente. O pessoal nos abraça com muito carinho e faz nos sentirmos em casa. Um clima de amizade. Isso tem um significado muito grande para quem está em campo – resume.
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