PUBLICADO EM 13 DE JULho DE 2017

TEXTOS
Ivanete Marzzaro
ivanete.marzzaro@pioneiro.com

IMAGENS
Felipe Nyland
felipe.nyland@pioneiro.com
Vinícius Luchese, divulgação

INFOGRAFIA
Guilherme Ferrari

ARTE
Andressa Paulino

Não há mágica. Mas tem dicas de como sobreviver a este interminável período de crise e com ele um exército de desempregados. Em Caxias do Sul, são quase 30 mil, segundo dados levantados por economistas baseados nos números do Caged e do Ministério do Trabalho. Se considerarmos os números de cadastros que aguardam uma primeira vaga no mercado via CIEE, este número pode ser bem maior. Estão nesta fila, mais de 23 mil jovens que procuram estágio e integrarem o projeto Jovem Aprendiz.

Como Caxias vai conseguir amenizar esses números se não há novos empreendimentos previstos para chegaram a cidade a curto prazo?
Não há respostas concretas. Há sugestões.

Para o economista, empresário e presidente do Conselho Superior da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do sul (CIC), Dagoberto Godoy, há poucas alternativas. Uma delas é esperar a crise passar. A outra é buscar qualificação nas áreas certas. Se esta também não resolver, o negócio é empreender, mas de forma correta.

Para Godoy não dá para esperar que o Estado como um todo nos apresente uma solução para a crise que se agrava cada vez mais.

– Isso não vai acontecer tão cedo. O sitema político está deteriorado – declara.

Há, segundo ele, uma pequena chance de a economia retomar após as eleições federais e estaduais no ano que vem.

– Se isso acontecer, os trabalhadores que estiverem preparados vão conseguir uma vaga no mercado nesta pequena frestra que se abrirá.

A saída tem que vir 
da população

O empresário destaca que os últimos anos foram recheados de medidas inconsequentes, irresponsáveis.

– Percebo um desânimo no meio empresarial. E não há perspectivas de novos investimentos na cidade. Portanto, a saída tem que vir da população. Não dá para esparar nada do governo.

As dicas de Godoy são para um estudo sobre o rumo que a economia vai tomar daqui a dois anos. Atualmente, segundo ele, as faculdades não servem para nada.

– Busque cursos técnicos, de especialização rápida.

O diploma, segundo ele, tem que ser o estudo, a determinação. Se cansar de esperar por uma vaga formal, busque o o empreendedorismo. – Mas siga as dicas certas, por favor – alerta Godoy.

Enfrentar a crise de frente

A crise vem perseguindo e aterrorizando a mente dos brasileiros a muito tempo. Você liga a televisão, rádio, abre jornais e revistas e a manchete é sempre a mesma: Crise! Nas empresas não se fala em outra coisa! Até nos encontros com amigos vira e mexe o papo é o mesmo!
Sem nos darmos conta, somos engolidos por este estado mental de que não tem saída e está tudo perdido!
Sem uma consciência maior sobre tudo isso, fica muito difícil lutar contra essa crença coletiva de fracasso e desânimo! A crença sobre a crise acaba sendo maior que a pessoa, ela toma conta, domina, destrói sonhos e expectativas.
Quando nos sentimos com medo, frequentemente nos escondemos atras de um muro invisível, um lugarzinho que nos parece seguro, chamado zona de conforto. Repetimos alguns comportamentos para evitar lidar com a dor e enfrentar o problema. A sensação desse mundo alternativo pode parecer de conforto e alivio, porém, somente nos torna mais debilitado e estagnado.
Enfrentar a crise de frente requer ultrapassar essa barreira de medo e dor. Buscar dentro de si a força interior que avança e enfreta o medo do fracasso, da rejeição, do constrangimento, da ansiedade, do julgamento. Requer disciplina pessoal de fazer algo diferente todos os dias em busca de uma oportunidade de emprego. Isso porque quando avançamos em direção aos medos eles se encolhem, se tornam combativeis.
Para essa força propulsora agir é necessário muitas e muitas vezes abrir mão da gratificação imediata. Essa força contrária nos puxa para trás e nos faz retornar a zona de conforto e nos vitimizarmos. É necessário um propósito maior em busca do emprego. Algo que faça você suportar o doloroso presente pois existe uma responsabilidade maior sobre o seu futuro!
Enfrentar a crise lhe torna maior que ela! Você é maior que ela!


Joselisa Toigo
Advaced Coach Senior
Trainer, Treinee & Psicóloga

Saia da
zona de
conforto

O que fazer enquanto espera

  • Não espere pelos governos, tenha fé em si mesmo.
  • Não desanime, pesquise no jornal todos os dias as vagas oferecidas.
  • Bata de porta em porta e use as referências pessoais que tiver.
  • Não fique ocioso. Aproveite o ócio forçado para melhorar suas habilidades.
  • Fique atento às mudanças no mercado de trabalho. Muitas profissões estão perdendo espaço.
  • Veja em quais áreas estão as poucas vagas disponíveis. Aí estão dicas em que especializações você deve investir os seus estudos.
  • Não se fixe em cursos superiores. Pense também em cursos técnicos, principalmente na área de informática. "A TI está em todas as atividades".
  • Estude idiomas, a começar pelo inglês (insista até falar fluentemente).
  • Leia muito, mantenha-se informado sobre tudo.
  • Aprenda a trabalhar em equipe.
  • E, quando for contratado, dê tudo de si. Mostre que você se compromete com o trabalho. 

Como empreender

  • Só parta para um negócio próprio se sentir uma forte vocação. Empreender é arriscado e (muito) trabalhoso.
  • Não invista em qualquer negócio. Procure descobrir o que falta no mercado.
  • Pense em fazer algo novo. Cuidado com o que “todo mundo está fazendo”.
  • Se optar por franquias, escolha bem. Muitas podem ser uma “furada”.
  • O que for fazer, faça com muito empenho, dedicação e perseverança.
  • Considere empreender em grupo. Mas escolha bem os parceiros.
  • Tenha sempre propósito e vontade de servir. Para dar certo, tem que proporcionar um benefício real ao cliente ou consumidor.

Reaja

Fonte: psicólogo Francisco Benhur Lucchese

Não existe uma solução imediata que resolva a situação. Mas é possível atenuar o sentimento de desespero. O importante é não se deixar invadir por pensamentos negativos e destrutivos. Procurar trabalho, também dá trabalho. Veja as dicas do psicólogo:

  • Não se vitimize. Mantenha os contatos sociais e familiares. Não se feche, não se esconda, pois o isolamento contribuirá de forma negativa sobre o seu futuro profissional, pessoal, familiar e sobre a sua saúde. Seja pró ativo, lembre-se que você precisa buscar o emprego. O emprego não procurará você.

  • Faça uma autoanálise sobre a linha de atividades exercida. Reflita se a área de atuação de seu trabalho lhe era prazerosa. Tem pessoas que descobriram a realização profissional e a felicidade após saírem dos seus empregos, mudando de ramo de atuação e encarando novos desafios com muito mais satisfação e otimismo.

  • Procure compreender qual foi o motivo da demissão. Busque o aprimoramento profissional por meio de cursos e treinamentos. Esta é uma boa estratégia para aumentar as chances na hora das entrevistas e o desempenho numa nova função e emprego.

  • Permita-se viver o luto de ter sido demitido. Falar sobre o assunto, buscar orientações através de um profissional qualificado , possibilitará uma passagem menos dolorosa neste período onde a ansiedade e processos depressivos podem surgir. Mantenha-se otimista e esperançoso. Numa entrevista de emprego, a motivação e o entusiasmo do candidato são pontos avaliados.

  • Não perca a oportunidade de procurar chances em outras áreas. Se não conseguir um novo emprego no tempo esperado, tire da gaveta seus projetos, sejam eles, pessoais ou profissionais. O importante é não ficar parado. Sempre é muito importante e seguro ter um plano B em construção em andamento.

  • No caso de sintomas como tristeza, pensamentos negativos, baixa autoestima, distúrbio do sono e ansiedade, procure um profissional da psicologia. Ele vai avaliar a necessidade de medicação e emcaminhar ao psiquiatra.

  • Organize o seu tempo com uma rotina diária. Faça atividades físicas como caminhadas e exercícios ao ar livre. Este plano de ocupação diária, organiza o tempo, ajuda a manter o corpo e a mente em forma, aumentando o otimismo e o bem estar, mesmo nos período de crise.

Onde estão as vagas

Mercado

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Indústria e logística
Primeiro emprego
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(Marketing e Jornalismo)
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Tecnologia da Informação
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Técnico em administração

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