Mobirise

Oito fatores que travaram a investigação da Polícia Civil sobre o incêndio no Ópera

Funcionando como Cine Theatro Apollo até 1951, o Ópera ressurgiu reformado e modernizado em 1953. Foi o início de seus período áureo. A partir dos anos 1960, com a consolidação da tevê, os cinemas perdem público, e o Ópera segue o mesmo caminho. Os anos 1970 marcam o início do declínio, potencializado a partir de meados dos anos 1980, quando a sala é declarada de utilidade pública. A febre dos cinemas em shoppings contribuem para o fechamento.

Mobirise

A última sessão, que exibiu Drácula de Bram Stocker, ocorreu em 4 de janeiro de 1993. Na madrugada de 24 de dezembro de 1994, um incêndio destruiu o cinema Ópera, encerrando de vez a luta pela preservação do prédio. Saiba por que as causas jamais foram esclarecidas.

Conheça os 8 fatores

1

Provas Extraviadas

Para combater o fogo no prédio do antigo Cine Teatro Ópera, os bombeiros usaram muita água. As chamas derrubaram vigas, pisos e paredes internas. Se havia material empregado intencionalmente para propagar o fogo, tais provas se perderam entre escombros ou foram carregadas pelos jatos d'água.

2

Suspeitos não identificados

Testemunhas relataram que pessoas estiveram no prédio do Ópera na noite do incêndio. Inclusive, três homens teriam sido vistos pulando o edifício no momento em que o fogo começou. A polícia ouviu testemunhas, mas jamais localizou esses homens ou estabeleceu se eram moradores de rua ou incendiários.

3

Falta de Vigilância

Apesar de ser de interesse público, o prédio histórico estava fechado havia três anos e não contava com guardas. Tapumes bloqueavam a fachada, o que não impedia invasões. Meninos de rua dormiam ali à noite. Portanto, qualquer pessoa tinha acesso ao edifício.

4

Isolamento Precário

Após o incêndio, o prédio não foi isolado para preservar a cena. Se havia suspeita de crime, os autores tiveram liberdade para entrar no prédio posteriormente e remover provas.

5

Investigação Burocrática

A Polícia Civil esteve no prédio na noite do incêndio e levou um perito para coletar informações. Mas anunciou na época que só abriria investigação se houvesse indício de crime. O caso ficou em segundo plano nos primeiros dias e só avançou a pedido do Ministério Público, que exigiu a abertura de inquérito.

6

Perícia Comprovou Ignição

Peritos responsáveis pelo caso, Cláudio e Solange Piazza Machado confirmaram que o incêndio não foi causado por curto circuito (não havia ligação de energia no prédio). Também concluíram que houve emprego de material combustível não definido, mas os especialistas não puderam afirmar se foi acidental ou intencional.

7

Sumiço do Inquérito

A Polícia Civil esteve no prédio na noite do incêndio e levou um perito para coletar informações. Mas anunciou na época que só abriria investigação se houvesse indício de crime. O caso ficou em segundo plano nos primeiros dias e só avançou a pedido do Ministério Público, que exigiu a abertura de inquérito.

8

Tecnologia Restrita

Em 1994, Caxias do Sul não tinha estrutura tecnológica para investigações sofisticadas, e não houve interesse em aprofundar a perícia técnica com auxílio de um cromatógrafo. Esse aparelho detecta substâncias químicas em tecidos, por exemplo. A perícia apreendeu garrafas vazias de bebida alcóolica chamuscadas, mas não se descobriu qual o conteúdo que havia dentro.

Compartilhe