Essa beleza que emoldura cartões-postais é consequência da construção da Rota do Sol em meio a uma reserva ambiental, com espécies raras de árvores e animais, e que precisa de mais atenção e conscientização de motoristas e moradores.
A Rota do Sol é responsável pelo encurtamento de distâncias, pela aceleração do crescimento econômico da Serra e é garantia de uma viagem mais segura e bonita. Essa beleza que emoldura cartões-postais é consequência da construção da rodovia em meio a uma reserva ambiental, com espécies raras de árvores e animais, e que precisa de mais atenção e conscientização de motoristas e moradores. Isso porque para que a rodovia pudesse sair do papel, houve inevitáveis impactos negativos ao meio ambiente. Ainda hoje, centenas de bichos continuam sendo mortos por atropelamento todos os meses. Um estudo encomendado pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) tenta mensurar a quantidade de animais atingidos pelos carros, quais as espécies mais comuns e quais medidas podem ser tomadas para solucionar o problema. Por isso, pelos próximos quatro meses, os motoristas podem deparar com trânsito trancado para que o estudo possa ser executado.
– Esta ação ocorre em decorrência do grande número de animais atropelados, principalmente neste trecho de Itati. Vamos monitorar mamíferos, anfíbios e aves que morrem – explica a bióloga Caroline Zank, responsável pelo trabalho a campo.
A Rota do Sol atravessa uma área de preservação ambiental chamada Reserva Biológica Mata Paludosa, uma unidade de conservação estadual. Vivem ali espécies como graxaim-do-mato, gato-do-mato pequeno, guaxinim, tatus e anfíbios que estão em extinção, como a perereca-castanhola (é chamada de castanhola porque o som que emite se assemelha ao do instrumento de percussão). Medindo até 10 centímetros de comprimento, este animal possui uma coloração verde-musgo, com tons amarronzados. A pigmentação da espécie é uma vantagem porque ela pode se camuflar entre líquens e musgos de cascas de árvores. No entanto, nem mesmo esta adaptação garante que o bicho seja imune do vaivém dos carros da rodovia.
– Anfíbios são os que mais morrem, e neste trecho há banhado nos dois lados da estrada. Ainda não podemos tirar conclusões porque os estudos estão em andamento, mas a perereca-leiteira é o que mais morre atropelada – pontua Caroline.
A Rota do Sol foi construída em uma área muito importante para a conservação do ecossistema no Rio Grande do Sul: trata-se da Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântida, reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O traçado, portanto, inclui três unidades de conservação ambiental: a Estação Ecológica Estadual Aratinga, a Área de Proteção Ambiental da Rota do Sol (APARS) e a Reserva Biológica Estadual da Mata Paludosa. Por isso, o impacto da construção da rodovia foi fiscalizado de perto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conforme lembra um dos entusiastas da Rota do Sol, o empresário Nelson Sbabo.
A conscientização da comunidade para que preserve a flora e fauna do entorno é trabalhada com insistência pela Coordenadoria Técnica de Meio Ambiente do Daer. Moradores de municípios como Itati e São Francisco de Paula localizados no trecho de 54 quilômetros entre os dois municípios são alvos frequentes de ações de educação e relacionamento por parte do Daer.
É o canídeo mais comum do Estado. Tem pelagem geralmente cinza-clara com base amarelada, sendo os pelos da linha dorsal mais escuros, formando uma faixa preta que se estende da nuca à ponta da cauda. A extremidade anterior das patas também é preta, o que o distingue do graxaim-do-campo. Durante o dia, costuma se esconder em matas fechadas ou em grandes moitas de capim, tornando-se ativo à noite,
quando sai para caçar.
É uma espécie comum na região. É um marsupial de grande porte. O dorso é normalmente grisalho, com pelos negros misturados aos brancos, que predominam externamente. Apresenta 3 listras pretas na cabeça, duas delas sobre os olhos e uma central, no topo da cabeça. As orelhas são pretas na base e brancas na ponta. Tem hábitos noturnos e crepusculares. Também possui hábito de escalar árvores ocasionalmente.
Esse pequeno anfíbio se distribui desde o Sergipe até o Rio Grande do Sul. Têm preferência por viver em arbustos e ramos de áreas de Mata Atlântica. Com cerca de 10 centímetros de comprimento, possui uma coloração verde-musgo com tons amarronzados. Seus olhos têm a íris dourada, marcada por estrias negras. Elas se camuflam em meio a líquens e musgos de cascas de árvores. Esse mimetismo dificulta que o anfíbio seja encontrado por predadores.
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