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Cenário de muitas mortes

Desde que foi entregue pavimentada aos motoristas, em 2007, pelo menos 140 pessoas morreram em acidentes de trânsito no trecho entre o acesso à comunidade de Monte Bérico, em Caxias do Sul, e o município de Itati, na descida dos túneis

Texto
Raquel Fronza
raquel.fronza@pioneiro.com
André Fiedler
andre.fielder@rdgaucha.com.br

Infografia e diagramação
Márcia Dorigatti
marcia.dorigatti@pioneiro.com

Fotos
Roni Rigon
roni.rigon@pioneiro.com

Ainda que seja a rodovia que leva os moradores da Serra para curtir os feriadões ou férias de verão no Litoral, a Rota do Sol também é cenário de histórias tristes. Desde que foi entregue pavimentada aos motoristas, em 2007, pelo menos 140 pessoas morreram em acidentes de trânsito no trecho entre o acesso à comunidade de Monte Bérico, em Caxias do Sul, e o município de Itati, na descida dos túneis – um trecho de aproximadamente 130 quilômetros. A contagem do Pioneiro foi feita com base nas reportagens publicadas na última década, mas pode ser ainda maior, já as mortes de vítimas que foram hospitalizadas nem sempre são informadas à imprensa. Além deste fator, a história da Rota do Sol é marcada também por problemas de infraestrutura, como buracos e sinalização precária, responsáveis por prejuízos e transtornos aos motoristas.

Em meio a esse cenário, há também quem lucre com a inconstante conservação da rodovia: é o caso do borracheiro Jorge Rodrigues, 55 anos. Ele chegou no endereço – no km 1 da ERS-486 – há pouco mais de um mês. Resolveu investir no negócio depois que amigos e conhecidos da região o alertaram que há poucas borracharias espalhadas pela rodovia, especialmente no trecho de Aratinga, distrito de São Francisco de Paula.

– O que mais tem aqui é lancheria. Borracharia não tinha, e alguém precisa estar aqui para socorrer o pessoal. À noite, de manhã, de tarde, com chuva. Fico feliz de ajudar as famílias– diz.

O movimento ainda é tímido, mas ele atende a chamados de diversos lugares da rodovia. Há dias em que chega a fazer três ou quatro corridas, além dos atendimentos que recebe na própria borracharia. Os chamados mais recorrentes são de pneus furados e rodas entortadas. Mas Rodrigues concorda que a Rota do Sol já esteve em pior estado. A situação melhorou graças aos reparos em 34 quilômetros entre Lajeado Grande e a Várzea do Cedro e concluídos há pouco mais de um mês. Em outros pontos, na altura de Itati, por exemplo, há algumas falhas na pista, que virando crateras. Este trecho não foi incluído no Programa Restauro nem no Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema/Serra) e também apresenta sinalização precária. Estes ingredientes, somados à imprudência e pressa dos motoristas, elevam o número de acidentes. Desde 1º de janeiro deste ano, cinco pessoas perderam a vida na Rota do Sol.

– Percebemos imprudência e negligência. Há muitas colisões frontais em trechos onde há proibição de ultrapassagem, mas vemos também veículos em más condições de trafegabilidade. Percebe-se também que a maioria dos acidentes ocorre em dias de grande movimento, e presume-se que as pessoas têm pressa em chegar ao seu local de destino e aceleram mais do que a rodovia comporta – avalia o subcomandante do 5º Batalhão de Bombeiro Militar (5º BMM), major Maurício Ferro Correa.

Mobirise

Socorro aos motoristas

Rodrigues montou
borracharia na 486
há um mês


Desde que foi entregue, em 2007, a rodovia contabiliza pelo menos 140 vítimas fatais de acidentes, causados principalmente por imprudência e negligência 

Operação Verão

Até 4 de março, equipes reforçarão o monitoramento de 120 quilômetros da Rota do Sol entre o viaduto da BR-116, em Caxias do Sul, e a entrada do Túnel da Reversão, na ERS-486, em Itati. A base de plantão ficará em um posto de combustíveis no distrito de Lajeado Grande, em São Francisco de Paula, e contará com o apoio de duas viaturas de resgate e um de combate a incêndios. Após os túneis, os atendimentos ficarão sob a responsabilidade do 9º Batalhão de Bombeiro Militar e do 8º Batalhão de Polícia Militar (com sedes em Tramandaí e Osório).

Acidentes neste ano

Abril

Atropelamento no km 141 da RSC-453, no bairro Santa Fé, em Caxias do Sul. Uma criança morreu no local. 

Julho

Motorista perdeu controle do carro no km 226 da RSC-453, na localidade de Várzea do Cedro, em São Francisco de Paula.

Agosto

Motociclista morreu no km 171, na localidade de Apanhador, em São Francisco de Paula. Outro acidente vitimou um motorista no km 6 da ERS-486, em Tainhas, São Francisco de Paula.

Dezembro

Mulher morre em colisão entre carro e caminhão no km 170 da RSC-453, na localidade de Apanhador, entre Caxias e São Francisco de Paula. 

Estatísticas da Rota do Sol no verão


  •  Um relatório com dados da Operação Verão Rota do Sol relativos ao período de 2011 a 2016 aponta que o Corpo de Bombeiros Militar atendeu a 112 acidentes de trânsito, a maioria envolvendo veículos de passeio e lesões corporais.
  • O ano com maior incidência de acidentes foi 2013, com 45 ocorrências, seguido por 2016, quando 25 acidentes foram registrados.
  • A maioria das vítimas têm mais de 21 anos e é do sexo masculino.
  • Neste período, houve oito mortes, sendo três delas em 2013, duas em 2014, uma em 2015 e duas em 2016.
  • Janeiro é o mês com maior número de acidentes (92 ocorrências), contra 73 de fevereiro. Março é o mês com menos ocorrências.
  • Sábado e domingo são os dias da semana com mais acidentes, principalmente no período entre as 12h e as 18h.

Para acionar o socorro

(54) 98414-9233, 98447-9338 e (54) 3223-6555

198

190

192

191

Em 125 anos de Legislativo, foram
265 vereadores.

Em toda a história da Câmara, apenas
10 mulheres assumiram como vereadoras. 

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