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6h25min

Rasga a Rua Sinimbu, em São Pelegrino, uma ambulância do Samu. Motoristas, talvez insensíveis, seguem sua rota, sem preocupar-se com a urgência.

7h35min

A Banca da Ana, ainda resiste e está quase na hora de abrir. O horário de funcionamento é das 8h às 19h, de segunda a sábado.

8h05min

Na igreja Deus é Amor, na rua Pinheiro Machado, três crentes clamam fervorosamente. Pouco mais à frente, um senhor pede um copo de cachaça em uma lancheria, que também serve almoço e prato feito.

8h55min

Pouco antes do comércio tradicional abrir suas portas, os vendedores ambulantes começam a espalhar suas peças no chão da Avenida Júlio de Castilhos. Os imigrantes africanos de hoje são os italianos de ontem, que vendiam seus produtos carregando-os em carroças ou sobre o lombo dos animais.

9h45min

No sol da manhã, dois Guardas Municipais procuram um lugar ao sol enquanto observam o movimento na Praça Dante Alighieri. Nos bancos, trabalhadores compartilham um café da manhã.

10h10min

“Não tenho nenhuma resposta, certamente serei condenada”, é a canção que uma das varredoras da Codeca canta, enquanto faz o seu trabalho na praça Dante.

11h26min

Desliza sobre a calçada da Rua Borges de Medeiros, um skatista. Ele enfrenta o trânsito na contramão, com doses de bravura e sorte.

12h

Começa o horário da fila dupla em frente às escolas centrais. A cena tem momentos de “ternura” com buzinaços e xingamentos.

13h35min

Na Júlio de Castilhos, em frente ao banco Itaú, em São Pelegrino, duas amigas usavam grafite do muro como fundo para uma selfie.

14h

O trânsito como está? Trancado na Sinimbu, desde a altura do Colégio São Carlos até perder de vista.

15h03min

A distribuição de panfletos com a sugestão de um frívolo prazer sexual, para compra e venda de ouro, ou a promessa da infalível ação do cupido amoroso, dividem espaço com os evangelistas, que procuram responder à eterna questão: “Você quer ser feliz de verdade?”.

16h21min

Dentro da Catedral, três pessoas ajoelhadas no genuflexório e mais quatro sentadas nos bancos. Nenhum ruído se impõe ao silêncio dentro da Catedral. Nenhuma voz, sequer em sussurro. É no silêncio que agradecem, pedem ou imploram.

17h

Na Sinimbu, entre as ruas Visconde de Pelotas e a Garibaldi, as vendedoras das lojas ficam no lado de fora, como se pescassem clientes com suas vozes sediciosas.

18h47min

A placa fechada, estampada na porta de uma barbearia do bairro Panazzolo, não condiz com o movimento. Lá dentro, o barbeiro cortava o cabelo de uma pessoa enquanto outra ainda esperava.

19h35min

Um casal de mulheres troca abraços e juras de amor, em um café com livros.

20h37min

Em um ponto de táxi, na esquina da Rua Marquês do Herval com a Avenida Júlio de Castilhos, um dos taxistas assiste à televisão, parece interessado na novela do caso Neymar.

21h

Pessoas conversam e tomam chimarrão, sentadas em bancos de plástico, na esquina da Rua Garibaldi com a Avenida Júlio de Castilhos, enquanto esperam o cachorro quente ficar pronto.

22h15min

Movimento intenso de pedestres ao redor da FSG. Dividem-se entre à espera do ônibus e o devaneio em bares próximos.

23h45min

Parece não haver mais opções para comer em Caxias. É por isso que ainda seguem impávidos e ávidos os incansáveis motoboys desafiando as leis da física e do bom senso, porque sinal vermelho, à esta altura da noite, não significa parar.

1h55min

Não há igreja ou templo religioso aberto. As casas de luz vermelha reluzem em meio às trevas de alguns cantos da cidade.

2h14min

Na Avenida Júlio de Castilhos, em frente ao Shopping Prataviera, a polícia aborda um cidadão que recém havia concedido carona a uma jovem prostituta.

3h25min

Um senhor de barbas brancas atravessa a Praça Dante Alighieri carregando um saco em que parece toda vida caber.

4h28min

Por entre os descaminhos da madrugada vazia e veloz, dois adolescentes entram a passos rápidos para no bairro Primeiro de Maio, de onde voltam menos de cinco minutos depois esbravejando bravura como se fossem super-heróis.

5h17min

Antes do amanhecer, o homem que havia entrado sozinho na casa da luz vermelha, sai acompanhado, para não passar sozinho a manhã seguinte ao Dia dos Namorados.

6h

E começa tudo outra vez. Mais um dia para perdoar o imperdoável e semear o bem na lavoura dessa vida.