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A CAIXA
mágica de vidro

Dois casais caxienses contam como se deu a paixão pelo pádel
e a transformação que o esporte fez em suas vidas

Grandespassos nem sempre são oriundos de uma vitória. Por vezes, a derrota é muito mais importante. Ainda mais se vier com uma pitada de indignação, como a história que contaremos hoje.


– No ano passado teve uma integração de clubes em Taquara e ninguém queria nos representar no feminino. Nós nem tínhamos voltado a jogar ainda. Voltamos naquele dia para representar o Recreio da Juventude. Mas faziam 10 anos que não jogávamos. Claro que perdemos o jogo! – conta Alexandra Mazzochi Scopel.
– 6/0 e 6/0. Levamos um “tufo” – lembra Viviane Gazola.
– Não tinha tempo de bola, não tinha mais nada. Voltamos apenas para representar o clube mesmo – rapidamente complementa Alexandra.

Só que isso mexeu com o brio das mulheres.

– Com esse duplo 6/0 nós dissemos: “Para aí, vamos jogar e competir. Vamos treinar, vamos se mexer e jogar o Estadual. Depois vamos ver o que acontece” – finaliza Viviane.

O relato de algo ocorrido em abril de 2017 representa o recomeço da dupla feminina com o pádel – esporte que é uma vertente do tênis e ganha cada dia mais adeptos no Brasil. Hoje, Alexandra e Viviane estão no topo do circuito brasileiro, na 5ª categoria, e já possuem pontuação suficiente para jogar o Sul-Americano de amadores no Chile, em dezembro. Pouco mais de um ano depois, elas são exemplos de que foco e indignação podem mudar vidas.

A missão definida pelas duas rapidamente repercutiu e, pode-se dizer, dentro de casa. A empreitada encarada pelas mulheres inspirou os maridos a voltarem jogar e também disputarem competições. O foco do quarteto virou Chile 2018.

– No ano passado abriram essas vagas para disputar o Sul-americano e despertou nosso interesse. As gurias puxaram a frente e nós encaramos – comenta Alex Gazola.

O relato de algo ocorrido em abril de 2017 representa o recomeço da dupla feminina com o pádel – esporte que é uma vertente do tênis e ganha cada dia mais adeptos no Brasil. Hoje, Alexandra e Viviane estão no topo do circuito brasileiro, na 5ª categoria, e já possuem pontuação suficiente para jogar o Sul-Americano de amadores no Chile, em dezembro. Pouco mais de um ano depois, elas são exemplos de que foco e indignação podem mudar vidas.

A missão definida pelas duas rapidamente repercutiu, pode-se dizer, dentro de casa. A empreitada encarada pelas mulheres inspirou os maridos a voltarem a jogar e também disputarem competições. O foco do quarteto virou o Sul-Americano.

– No ano passado abriram essas vagas para disputar o torneio no Chile e despertou nosso interesse. As gurias puxaram a frente e nós encaramos – comenta Alex Gazola.

Alex é casado com Viviane e faz dupla com Paulo Scopel, marido de Alexandra. Casais, amigos e unidos pelo pádel. O quarteto iniciou o circuito brasileiro por Bento Gonçalves, passou por Camboriú, Curitiba e, por fim, esteve em casa, em Caxias do Sul, no último mês. Essa rotina de torneios também é conciliada com a chamada vida normal: o trabalho, os filhos e as obrigações em suas respectivas casas. Alexandra é professora universitária, Paulo é diretor comercial de uma matrizaria, enquanto Alex e Viviane são professores de educação física e comandam uma academia.

Nada na rotina interfere nos treinos e competições. Se você acha que é impossível viver assim, calma que tudo tem uma receita. Quem sabe, não seja o estímulo final para os leitores.

– Trabalho o dia inteiro e jogo à noite, nos sábados e, às vezes, no domingo. Tenho horário fixo todas as quartas-feiras e aula nas quintas – revela Paulo, antes de finalizar:
– Esporte é vida. Sempre é bom praticar, independentemente da modalidade. Tu vais conciliando e arrumando tempo. Depois que voltei a jogar pádel, perdi 12kg porque acabei me dedicando mais e cuidando da alimentação para estar bem preparado. Esporte é tudo.

A vida vai além das raquetes, da bolinha e dos 200m² da quadra. Entre uma bola recuperada e outra, o quarteto encontrou na “caixa mágina de vidro” um motivo a mais para sonhar.


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Tem etapa em Caxias

A 4ª etapa do Gaúcho será em Caxias, nos dias 28, 29 e 30 de setembro. As inscrições estão abertas até o dia 25. Mais informações no site www.fgpadel.com.br.

A mudança na preparação e na rotina de competições

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Paulo, Alexandra, Viviane e Alex (da E/D) formaram duplas e viajam
pelo Estado e o país nas competições da modalidade

O quarteto conheceu o pádel nos primórdios dos anos de 1990, quando ele chegou em Caxias do Sul através do Vila Verde Sport Center. Foi o primeiro grande momento do esporte na Serra Gaúcha. A modalidade só ganharia notoriedade outra vez quase 20 anos depois. Porém, fica a lembrança do início, ainda como um puro e simples hobby.

– Ele (pádel) é rápido e ágil para jogar. Ao mesmo tempo, tinha uma turma muito legal. Esse é o melhor do esporte. Nestes 22 anos, a turma permanece. Aqueles que eram jovens, ficaram adultos e continuam praticando. Nos encontramos pelos campeonatos, conversamos, mesmo que aquela turma atualmente jogue entre os melhores do país – destaca Alexandra.

A rotina dos casais mudou bastante no último ano. Quando decidiram voltar a competir, eles viram que era necessário mudar alguns hábitos e encarar de outra forma a modalidade. Era necessário entrar em ritmo de competição e encarar de frente as duplas rivais.

– Naquela época até disputávamos alguns campeonatos, mas era diferente. Agora cresceu muito o pádel, se tornou um esporte mais forte. Tem que se preparar melhor, treinar mais e levar muito a sério. Ao mesmo tempo, é um esporte família – opina Paulo.
– O mais importante para quem trabalha com o esporte é a integração e a união. Formamos amigos. Ganhando ou perdendo, esse é sempre o objetivo – complementa Alex.

Automaticamente, as mudanças em casa e com a família foram naturais. Afinal, para disputar algumas etapas do nacional os casais deixam compromissos importantes para trás.


– Em função dos torneios estaduais e do brasileiro, a família nos cobra muito isso: “agora vocês só querem saber desse pádel” – conta Alexandra.
– “E as crianças vão ficar aonde?” A gente ouve também, porque passamos um fim de semana fora – comenta Viviane.

São situações que os dois casais convivem e compartilham com o desejo de praticar o esporte. Todas são bem trabalhadas no dia a dia e, no último mês, as famílias puderam acompanhar de perto seus atletas.

Na etapa do Brasileiro em Caxias do Sul, Alex e Paulo caíram nas semifinais, enquanto Alexandra e Viviane ficaram com a segunda colocação. Agora, a preparação é toda voltada para o torneio no Chile.


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  • O esporte é o segundo mais praticado na Argentina, perde apenas para o futebol. Os números apontam quatro milhões de praticantes. 
  • Hoje, o Rio Grande do Sul possui cerca de 35 mil praticantes e o número deve triplicar em 10 anos.
  • A melhor dupla de pádel do mundo é composta pelo gaúcho Pablo Lima, de Porto Alegre, e o argentino Fenando Belasteguín.
  • Quem trouxe para o RS foi o padelista José Stecker, em 1988. O esporte foi introduzido pelas cidades de Jaguarão e Livramento, na fronteira.
  • Caxias do Sul sediou a última etapa do brasileiro de 2018, em agosto.

O início exige calma
e adaptação as paredes

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Alexandra (à frente) e Viviane ficaram na segunda colocação
em etapa do Brasileiro em Caxias do Sul


Começar no pádel não é algo tão complicado, principalmente para quem é um desportista. As facilidades na mecânica de jogo e nos movimentos de corpo ficam mais fáceis para quem já está acostumado. Ainda assim, mesmo para um leigo, não existe uma barreira aos que buscam sair do sedentarismo.

O jogo é parecido com o tênis, mas estritamente em dupla. Seu grande diferencial está nas paredes ao fundo e que são as responsáveis pela dinâmica da partida. Justamente nelas podem surgir algumas complexidades aos iniciantes.

– Uma das maiores dificuldades no início é a ansiedade de buscar a bola – relata o instrutor Ricardo Susin, que complementa sua explicação:
– Eu costumo dizer para os alunos que as paredes tem que ser tratadas como amigas e não inimigas, por mais que isso possa acontecer. Tem que esperar um pouco o tempo da bola, deixar ela passar e tocar no fundo, que irá amansar. Aí a gente pode pegar a bola na volta.

Esse é um dos pontos que também poderá divertir mais os novos atletas abertos para as novidades. Outro fator interessante é a própria parceria.

– Se torna mais fácil, porque pode jogar em quatro pessoas. Não precisa ter 10, 12 ou 22 pessoas, como é no futebol. É muito mais fácil arrumar quatro amigos para jogar – destaca Alex Gazola.

Como em qualquer modalidade, a exigência é a dedicação.


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  • Em nenhum momento do jogo a bola não pode ser jogada diretamente na parede rival; 
  • O ponto será anotado se a bola tocar duas vezes na quadra, sem que haja resposta; 
  • Se a bola tocar a quadra e uma vez na parede, a dupla poderá recolocá-la em jogo; 
  • As duplas também podem usar a parede para jogar a bola direto para a quadra rival. 
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Texto
Cristiano Daros
cristiano.daros@pioneiro.com


Design
Andressa Paulino
andressa.paulino@pioneiro.com
Juliana Rech
juliana.rech@pioneiro.com


Fotos
Lucas Amorelli
lucas.amorelli@pioneiro.com
Diogo Sallaberry
diogo.sallaberry@pioneiro.com


Esporte de Hoje: Pádel
Próxima Semana: Tiro Esportivo

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