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+ENTREVISTA

Recuperação em 5 semanas

CEO DA MARCOPOLO, FRANCISCO GOMES  NETO, FALA SOBRE AS MUDANÇAS DA COMPANHIA PROJETADAS PARA 2018

Mobirise



BABIANA MUGNOL

babiana.mugnol@rdgaucha.com.br  

O ano de 2017 da Marcopolo está encerrando pior do que as expectativas da companhia, segundo Francisco Gomes Neto, CEO da fabricante caxiense de ônibus. Mas não é pelo mesmo motivo de anos anteriores. Desta vez, foi o incêndio que atingiu a fábrica de plásticos em Ana Rech em setembro que fez o ano ter 11 meses para a Marcopolo.

A boa notícia é que 2018 deve começar melhor, com mais pedidos em carteira. A seguir, os principais trechos da entrevista com o CEO, em que ele detalha as mudanças na companhia.

JULIO SOARES,DIVULGAÇÃO

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perspectiva  Otimista com 2018: “Vai ser melhor do que 2017” 

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A gente vinha produzindo 17 ônibus por dia e já voltamos a esse patamar

  • Qual o balanço de 2017, como está o setor automotivo depois de anos de crise?            Esse ano teve um começo difícil. O primeiro trimestre teve nível baixo de pedidos, com pequena recuperação no segundo trimestre. No terceiro, tivemos uma arrancada melhor, e, infelizmente, veio o incêndio. Setembro e outubro foram meses muito difíceis, com muito trabalho adicional para recuperar as peças plásticas, porque perdemos a fábrica. Mas conseguimos, depois de cinco semanas, recuperar a produção, e novembro já foi um mês melhor. Vamos fechar o ano pior do que esperávamos mais por causa do incêndio do que pelo mercado.
  • Qual foi o tamanho do impacto do incêndio? 
    A gente ainda não tem a projeção final do ano. Mas perdemos 40% da produção do mês de setembro e outros 20% em outubro. Isso traz um impacto importante na receita e na lucratividade. A gente vinha produzindo 17 ônibus por dia em Ana Rech e nós conseguimos voltar a esse patamar. A gente já tem uma produção igual ou maior do que antes e estamos completando as entregas que deixamos de fazer em setembro e outubro.
  • Por conta do incêndio, vocês anteciparam férias coletivas. Como projetam o início de 2018 dos trabalhadores?  
    No caso da planta maior de Ana Rech, não vamos ter férias coletivas de toda a equipe, apenas em casos pontuais. Precisamos do pessoal para produzir e ajustar as entregas que não foram feitas. Também temos uma carteira boa de pedidos no começo do ano, o que não vimos em 2016 e 2017. Ana Rech vai rodar sem férias coletivas, mas vamos ter, sim, para os funcionários da unidade Planalto, na fábrica da Volare. São cerca de 300 funcionários. A Neobus também deve ter férias coletivas, mas por baixa de pedidos.
  • O caso da Volare tem relação com a transferência, já que vocês estão desativando a fábrica do Planalto, levando-a para a Neobus em Ana Rech?
    Essas férias coletivas não são por falta de pedidos. A Volare este ano teve performance boa (em relação a 2016), e a previsão do ano que vem também é boa. É que estamos transferindo a produção dos ônibus da Volare da fábrica Planalto para a Neobus, e essa é uma das razões das férias coletivas.
  • Para a cidade, essa mudança estratégica impacta muito, porque o bairro Planalto cresceu em função da fábrica. Negócios próximos, como restaurantes, serão afetados.
    É uma evolução normal das cidades. As casas rodearam as fábricas, e aí você não consegue ampliar, ou mesmo modernizar. A solução natural é se mudar para locais mais adequados para a fabricação. Essa é a tendência natural daquela área da fábrica Planalto. Não temos espaço e precisamos disso, modernizar as linhas. A fábrica da Neobus é mais nova, mais moderna, rodeada de verde. Em termos de força de trabalho, não estamos fechando a fábrica, apenas transferindo a produção de um local já inadequado para uma área industrial relativamente perto, com nem 30 minutos de distância, mais moderna e adequada.
  • O que vai ser produzido ainda na fábrica Planalto?
    Ela vai ficar mais um tempo com as fabricações das peças metálicas utilizadas nos ônibus até ser construído um novo prédio onde estava a unidade de plásticos que queimou. A fábrica de plásticos vai ser transferida para um prédio também no campus da Neobus. A gente deve ter essa transferência concluída em 2018. No lugar onde era a (unidade de) plásticos, vamos concentrar ali todas as fabricações que hoje estão parte na unidade Planalto, parte em Ana Rech e até uma parte na Neobus.
  • Essa mudança da fábrica de plásticos para a Neobus é também para ela ficar mais isolada pelo tipo de material inflamável que abriga?
    O prédio onde vamos nos instalar tem 14 mil metros quadrados, área muito similar à anterior. Teremos uma fábrica de plásticos mais nova e mais moderna na Neobus. Então, a Planalto deve ficar com a área de fabricações no ano de 2018 e, durante 2019, essa área também deve mudar para Ana Rech, e aí o prédio (Planalto) fica totalmente desocupado. 
  • Quem passa pela Marcopolo de Ana Rech e olha a parte de plásticos que pegou fogo percebe que metade do pavilhão já foi removido.                                                                                    Cerca de 50% dos destroços foram removidos e esperamos concluir até meados de fevereiro. Daí para frente, estamos liberados para trabalhar no projeto e na construção do prédio novo.
  • Seguem as parcerias com outros fornecedores até lá?                                                                     Sem dúvida, esses fornecedores têm sido muito importantes para a Marcopolo, ajudando bastante a recuperar a produção. Vão ser importantes até o momento de fazer a transição. E também precisamos verificar quais peças vamos produzir internamente e quais não. Esperamos que a conclusão da fábrica de plásticos seja no primeiro semestre do ano que vem.
  • E qual projeção pode ser feita: teremos um Feliz 2018?
    Eu acredito que sim! Estou otimista com 2018. Acho que vai ser um ano melhor do que 2017. Estou falando isso pela expectativa da economia em geral, todo mundo está cansado da recessão. A economia se descolou um pouco da política e isso já traz um ânimo diferente. Estamos percebendo isso pelos nossos clientes. Temos uma boa carteira de pedidos para o início do ano. A primeira metade do ano que vem, com certeza, vai ser boa. Estou feliz por estar saindo dessa crise bem, fortalecidos, e por conta de uma equipe maravilhosa que consegue recuperar a produção em cinco semanas depois de um incêndio.

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