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“2018 será promissor”

Oscar ló assumiu a presidência do Ibravin para o biênio 2018/2019 e aponta desafios ao setor vinícola

Mobirise



silvana toazza

silvana.toazza@pioneiro.com

Ele tem uma trajetória dedicada ao setor vinícola e à promoção do vinho nacional que o levou aos cargos de presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi e da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho).

O currículo de Oscar Ló, 48 anos, o credencia a outra grande responsabilidade desde o começo do ano: presidir no biênio 2018/2019 o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), entidade com longa trajetória de lutas para ampliar o espaço do vinho nacional nos cálices dos clientes e para melhorar a competitividade da cadeia produtiva frente aos concorrentes importados.

Em plena safra, em que as vinícolas redobram o trabalho de processamento da uva na Serra, o Ibravin tem a perspectiva de que a colheita ficará dentro da média histórica no Rio Grande do Sul: cerca de 600 milhões de quilos da fruta. O Estado responde por 90% da produção de uvas destinadas a vinhos, espumantes e sucos.

Formado em Direito e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), com MBA em Gestão de Cooperativas pela Universidade do Vale do Taquari (Univates), o dirigente é casado com Rosane Danieli Ló e pai de Greice, 8 anos.

A seguir, entrevista concedida ao Pioneiro pelo novo presidente do Ibravin:

DANDY MARCHETTI, DIVULGAÇÃO 

Mobirise

liderança | Oscar Ló é também presidente da Cooperativa Vinícola Garibaldi e da Fecovinho

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A tendência é apostarmos na direção de espumantes e vinhos mais leves, e no enoturismo, que vem crescendo no país

  • Qual o desafio à frente do Ibravin?
    O objetivo principal é o ordenamento do setor, buscando sempre a melhoria da matéria-prima e a ampliação dos mercados. Estamos vindo de dois anos com as vendas praticamente estáveis. O que precisamos agora é retomar o crescimento da comercialização com campanhas institucionais e promocionais.   
  • Quais as conquistas e as grandes lacunas do setor?
    O setor vem buscando melhorias constantes. O Simples (regime tributário diferenciado) para as vinícolas, que até o ano passado não era permitido, acredito que foi uma delas. A regulamentação do vinho colonial também é outra conquista importante. Mas o que mais impacta para o setor são os altos impostos que incidem diretamente sobre a bebida.  
  • De que forma o setor pode ampliar a competitividade diante de altos impostos e da concorrência desleal com importados?
    Com inovação, pesquisa e qualificação. Cada vez mais teremos de ser criativos e atentos às novas oportunidades, trabalhando de forma planejada e organizada. 
  • O brasileiro vem ampliando o consumo per capita de vinhos e derivados?
    A média histórica no consumo per capita é estável há anos, girando em torno de dois litros. Digamos que o crescimento no consumo de vinhos aumenta de acordo com a população. O importante a citar é a entrada de jovens ou iniciantes no mundo de Baco. 
  • A imagem do vinho nacional vem melhorando diante de um número cada vez maior de premiações e ações de marketing?
    Com certeza. Vivemos em uma era de tecnologia e inovação. Atravessamos uma fase de inúmeros investimentos em tecnologia de produção e, hoje, esses investimentos também contemplam o mercado. As premiações atestam e credibilizam nosso trabalho de campo. A segunda parte é o reconhecimento do consumidor, que é crescente. Entendo que estamos no caminho certo e atendendo às demandas dos nossos consumidores ligados às tendências da cadeia produtiva.
  • Como manter o produtor de uva no campo, e garantir a sucessão dos jovens, diante de um cenário às vezes difícil?
    Através da profissionalização da atividade. Digamos que os primeiros desafios, ligados à infraestrutura e ao acesso à tecnologia e à informação, já foram superados. Hoje o nosso maior desafio é mesmo a profissionalização, e medidas estão sendo tomadas constantemente, desde o acesso ao conhecimento até viagens internacionais para promover trocas de experiência.
  • Quais novidades o Ibravin pretende implementar? Já houve patrocínio a uma escola de samba de São Paulo (em 2013, a Vai-Vai levou à passarela o samba-enredo sobre os “Vinhos do Brasil”, a partir de parceria com o Ibravin)...
    A experiência com o Carnaval, pela análise do setor, não foi muito positiva. Ela não deu o resultado esperado. O que precisamos fazer, pensando em melhores resultados, é atrelarmos o nosso produto a trabalhos de pesquisa através de instituições de ensino e pesquisa de credibilidade e que demonstram os benefícios à saúde tanto pelo consumo do suco quanto do vinho.
  • Como garantir a qualidade do vinho sem comprometer a viabilidade do negócio, já que às vezes o preço é ainda um empecilho ao público?
    Por meio da profissionalização de toda a cadeia. De mecanismos de cultivo até a qualificação enológica. É possível elaborarmos vinhos de qualidade com estilos e características únicas para trabalhar com posicionamentos e públicos-alvo bem distintos. O preço pode ser um entrave na comercialização de alguns itens sim, mas somos competitivos em outros, basta encontrar o nosso nicho de mercado e trabalhar.
  • Qual foi o desempenho do segmento em 2017 e a perspectiva para 2018?
    2017 foi um ano desafiador, um ano de mudanças e constantes desafios. Podemos dizer que foi um ano de resiliência. Frente ao cenário econômico, que agora mostrou uma certa retomada, os vinhos sofreram com a competitividade externa e produtos substitutos, mas lutamos e mostramos que a união pode fazer a diferença. E esses desafios projetam um 2018 promissor e, se atentarmos às tendências do setor, estaremos colhendo bons frutos.
  • Além do Rio Grande Sul, o mapa vinícola já contempla outras regiões produtoras do país. Como avalia?
    De forma positiva. Hoje produzimos uvas para vinificação em vários Estados. Isso faz com que mais pessoas se envolvam e tenham um maior contato com o produto. Consequentemente, isso desperta um interesse maior, criando o hábito e a cultura da bebida.
  • Quais as apostas do setor em termos de produtos e mercados para os próximos anos?
    Algumas tendências nos apontam uma direção enquanto setor, como a aposta nos espumantes e vinhos mais leves, com baixo teor alcoólico, a exemplo dos rosés. Outro ponto forte é o enoturismo, que vem crescendo no Brasil e oferece experiências notáveis aos turistas.

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