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Na era do e-commerce

presidente da tramontina fala sobre vendas pela internet, previsão de se aposentar nos próximos quatro anos e do otimismo econômico para 2018

Mobirise



BABIANA MUGNOL

babiana.mugnol@rdgaucha.com.br

Analógico, mas que não enferruja, homem de aço e agora digital. São algumas das definições de Clovis Tramontina, que fará 63 anos em julho e está à frente da fabricante de utilidades domésticas há 25 anos.

O industrial projeta deixar a linha de frente da companhia nos próximos anos, mas garante que enquanto estiver no comando vai manter a preocupação em estar atualizado. Ao ser perguntando sobre o segredo do sucesso, tem a resposta na ponta da língua:

– Quando vejo que eu estou ficando mais envelhecido, faço um curso novo, uma viagem, procuro me arejar, trocar ideias com outros empresários para não enferrujar. Tramontina é aço inoxidável, não enferruja –garante o dono da marca mundial.

O ano de 2018 será um marco para a companhia, que entra na era do e-commerce. Alguns produtos já estão disponíveis para venda online, mas o teste maior começa em maio e a inauguração completa do projeto digital está prevista para julho.

Dos 18 mil itens produzidos pela Tramontina, 3 mil serão colocados inicialmente para venda pela internet, mas a intenção de implantar o e-commerce é justamente para ampliar a presença no mercado da companhia com sede em Carlos Barbosa.

Outra característica do presidente do grupo é a simplicidade. A reportagem conversou com ele na semana passada quando circulava pelos corredores da Movelsul, em Bento Gonçalves. 

Débora Zandonai, divulgação

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contemporâneos | “devo sair da linha de frente em quatro anos”

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A Tramontina tem que estar em todos os tipos de canais de venda

  • Pioneiro: A Tramontina tem investido cada vez mais no ramo de móveis. Por que acredita neste setor?
    Clovis Tramontina: Porque nós precisamos comer, se vestir e morar. E esssa indústria de móveis pode passar por períodos de crise, mas depois se recupera.  
  • Quais são os próximos investimentos da Tramontina?
    O maior investimento que temos para os próximos três anos é uma fábrica de porcelana que será feita em Moreno, no Estado de Pernambuco. Nós vamos entrar nesse segmento porque tem muito a ver com o de utilidades domésticas, para casa. Mais uma vez está no segmento quase de móveis, não chega a ser um móvel, mas é um produto para a cozinha e a Tramontina está atenta a isso. Até 2020 ou 2021 deveremos ter essa fábrica em pleno funcionamento. 
  • O Rio Grande do Sul como está para investimentos?
    Está bom. Nós continuamos investindo. Não paramos de investir. A Tramontina tem algo na cultura, que é crescimento orgânico, nunca saltos de crescimento. Todas as unidades continuam ampliando a produção. Nosso mercado não é só Brasil, são as exportações. Para ser mais específico, aqui no Rio Grande do Sul ampliamos a fábrica de Farroupilha e colocamos, em 2017, uma fábrica de cozinhas profissionais para hoteis e restaurantes também na mesma cidade. 
  • As pessoas cada vez mais utilizam a internet e ao mesmo tempo a Tramontina também abre novos showrooms. Qual a opinião do senhor sobre a revolução do varejo?
    É um desafio. Imagina que eu sou analógico. Não sou digital, tenho uma outra idade. A empresa que não estiver nesse mundo digital, está fora. Nós temos que estar em todos os canais, não importa se é digital, loja própria, franquia ou terceiros. Uma empresa como a Tramontina tem de estar em todos os segmentos. Inclusive nós vamos ter o próprio e-commerce a partir de julho deste ano. É inevitável. Como você vai oferecer uma gama de 18 mil produtos diferentes? As lojas não têm prateleiras elásticas para ampliar a nossa participação. Então nós temos que oferecer através desse mercado virtual. Mas temos de entender algumas coisas. Muitas lojas, muitos e-commerces já estão pensando em ter lojas físicas para oportunizar a experiência para depois da compra na internet. 
  • Há quanto tempo estão trabalhando no e-commerce?
    Estamos trabalhando há dois anos, pensando e testando. O teste maior vai entrar agora a partir de maio. Só que não vamos vender os 18 mil itens em uma primeira etapa. Vamos fazer uma experiência com um grupo menor de produtos mais selecionados para ir ampliando aos poucos e sentir o que funciona e o que não funciona. 
  • Vocês eram solicitados pelo mercado? Vão oferecer descontos?
    Os nossos preços serão balizados pelas T Stores, que são nossas lojas físicas. O comércio tem de ser dinâmico. E o dinamismo do comércio vai ser fazer promoções, aproveitar Black Friday, Páscoa, Natal e todas as datas possíveis comerciais. 
  • Assim como Raul Randon tinha a RAR, braço do agronegócio da família, quase como projeto pessoal, qual seria o seu?
    O que eu gosto é do futsal. Nós temos hoje 500 crianças na escolinha, somos uma equipe multicampeã, com projeção internacional. Este ano o presidente Michel Temer assinou Carlos Barbosa como capital brasileira de futsal. Fora da empresa, é uma das coisas com que vibro muito. 
  • Como é tratada a questão da sucessão na Tramontina?
    Nós tratamos de forma natural, não existe idade para a saída. No momento em que a gente entender que é a hora, a gente sai. O que nós não podemos é atrapalhar, não importa se tem 40 ou 80 anos. Não existe idade limite. O importante é que enquanto estiver à frente, dê o melhor de si, e isso é medido pela meritocracia. Aliás, o governo deveria fazer a mesma coisa, medir pela meritocracia e não por outra coisa. Aí então nós teríamos melhores resultados no país, no Estado e na nação.  
  • O senhor tem planos de se aposentar?
    A minha ideia é essa. Eu não quero ficar toda a vida. Eu sou presidente há 25 anos e entendendo que dentro de três a quatro anos devo estar saindo da linha de frente e deixando a oportunidade para os mais jovens. 
  • Se comenta que este é um ano imprevisível para a economia porque temos eleições. Como fica para o empresário tomar as decisões?
    Eu acho que temos de fazer o nosso trabalho. Imagina se nós ficássemos só conjecturando sobre eleições. Pode ter esse lado incerto, mas por outro lado tem um aspecto positivo, tem a Copa do Mundo. E se o Brasil for campeão? O consumidor brasileiro vibra muito com essas coisas. Eu vejo muito mais coisas positivas do que negativas, mesmo porque, se pegarmos pelo lado das eleições, muito dinheiro vai circular. 

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