MARCELO CASAGRANDE
FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com
Medidores de nível de combustível, freios automáticos, rastreadores de carga, sistemas de monitoramento das condições do caminhão. Essas e outras tecnologias estão cada vez mais presentes nos caminhões que atravessam o Brasil de norte a sul transportando cargas. Os veículos que saem das fábricas atualmente estão munidos de computadores de bordo e podem ser recheados com diversos acessórios que auxiliam a melhorar o desempenho. Praticamente tudo está conectado à internet, nenhum detalhe sobre o trajeto na estrada escapa.
Atualmente, um caminhão com tecnologia de ponta pode custar na faixa dos R$ 380 mil a R$ 500 mil. Com as condições precárias das rodovias em muitos pontos do Rio Grande do Sul, o empresariado muitas vezes acaba pensando duas vezes antes de realizar o investimento.
– É como se tu pilotasses um avião mas não tivesses aeroporto para dar condições de voo – compara Afrânio Kieling, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado (Setcergs).
Ainda assim, o dirigente ressalta que a tecnologia aumenta a competitividade e, por isso, tende a se popularizar aos poucos. Uma série de produtos e serviços tecnológicos foi apresentada ao público em Bento Gonçalves, na semana passada, durante a 20ª Feira e Congresso de Transportes e Logística (Transposul). Ao todo, o evento movimentou em torno de R$ 150 milhões em negócios durante os três dias em que ocorreu. Confira algumas das principais tendências, que já começam a se tornar realidade nos caminhões brasileiros.
MARCELO CASAGRANDE
A instalação de sensores pode garantir maior segurança na direção para os condutores. Dois dos maiores expoentes neste sentido são os equipamentos acoplados no para-choque e no para-brisas dos caminhões, que garantem que o motorista não saia da faixa na rodovia e ainda possibilitam a acionamento automático do freio, em casos iminentes de colisão.
Os equipamentos costumam fazer parte dos kits de segurança disponibilizados em vários modelos fabricados pelas montadoras. Com o leitor de faixas, caso o motorista esteja desatento e saia da pista, um alarme começa a soar na cabine e só para quando o erro é corrigido. Já com o leitor de distância, o veículo tem o freio acionado imediatamente caso se aproxime demasiadamente de outro veículo ou objeto.
Além disso, quase todos os novos modelos de caminhões buscam dar mais conforto ao motorista, já que possuem câmbio automático e, em alguns casos, até contam com um botão de freio na direção.
– Há uma série de opcionais que deixam a viagem agradável e segura. Os caminhões já têm uma semiautomação – destaca André Moraes de Almeida, consultor da Mercedes-Benz.
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Uma tecnologia utilizada em carros de Fórmula 1 começa a se tornar popular nos caminhões. Praticamente todas as montadoras já estão disponibilizando sistemas de telemetria em seus veículos. Por meio da telemetria, é possível ter acesso às informações como o estado dos pneus, o tempo estimado até o destino final, entre outros aspectos que evidenciam a situação mecânica do veículo. Tudo em tempo real, a partir da conexão com a internet. Os dados são captados através de sensores e ficam armazenados em um servidor na nuvem, podendo ser acessados a distância.
– A telemetria faz o relatório de consumo de combustível, de quilometragem, informa como está a condução do motorista. A partir dela, conseguimos analisar e corrigir posturas e possíveis erros de condução – destaca Ismael Decol, instrutor de concessionária da Volvo.
As montadoras costumam cobrar uma mensalidade pelo uso da telemetria. Para cada caminhão, os valores mensais vão de R$ 100 a R$ 300, em média, dependendo do tipo de plano escolhido. Esse tipo de serviço se tornou uma das principais apostas das montadoras no momento, em função da crescente demanda. Em grandes transportadoras, a telemetria já está presente em grande parte da frota.
O consultor de vendas da Mercedez-Benz André Moraes de Almeida diz que as companhias conseguem resolver uma série de problemas a partir do uso das informações do sistema. Um deles é o desvio de combustível, que ocorre quando um motorista negocia e revende informalmente o insumo a postos na estrada.
– Um grande problema das transportadoras hoje é o desvio de combustível. E com a telemetria, o relatório informa exatamente se houve algum desvio. Se desligou o caminhão tendo 80% do tanque cheio e, quando ligou de novo, tinha metade, o sistema vai detectar – aponta Almeida.
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MARCELO CASAGRANDE
Em tempos onde o aumento do preço do diesel se tornou o estopim para a mobilização dos caminhoneiros, reduzir os custos com combustível virou uma das principais metas dos transportadores. Neste sentido, algumas soluções no mercado permitem que motoristas e empresas consigam controlar o consumo e verificar se está ocorrendo algum tipo de desperdício. Uma delas é um kit que agrega medidor combustível e um rastreador telemático.
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