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23 de JUlHO de 2018

+ entrevista

Olhar treinado para o outro

Depois de ter sido empresária, carolina maino descobre sua vocação como coach

Mobirise



SILVANA TOAZZA

silvana.toazza@pioneiro.com

Ela é coach, palavra em inglês que significa treinador, instrutor, e utiliza ferramentas de coaching para desenvolver nos clientes competências e habilidades que garantam alcançar um objetivo na vida pessoal ou profissional até 20 vezes mais rápido.

Portanto, não é de espantar que, diante de uma crise econômica que deixou o legado de mais de 20 mil pessoas demitidas em Caxias, o trabalho de Carolina Maino tenha ganhado ainda mais projeção. Tamanha demanda abriu caminho para a inauguração, em maio deste ano, de um instituto em Caxias com o seu nome. O propósito é ampliar as possibilidades de atendimento a profissionais e empresários que buscam um direcionamento de carreira, potencializando os pontos fortes e minimizando as dificuldades.

Tendo experiência como empresária, em gestão de equipes e estratégias de negociação, Carolina Maino é relações públicas, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e formação internacional em Coaching pela Sociedade Latino-Americana de Coaching (SLAC). A seguir, entrevista com Carolina Maino:

Fabio Grison, divulgação

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Ficamos presos ao inconsciente coletivo que dita regras gerais de conduta, não nos permitindo ser quem somos 

  • Pioneiro: Você criou recentemente o Instituto Carolina Maino. Qual é o propósito?
    Carolina Maino: O ICM foi criado para oferecer auxílio às pessoas, por meio de múltiplas áreas do conhecimento, proporcionando a busca pelo autoconhecimento de forma personalizada para proporcionar realização pessoal e profissional aos clientes, transformando o ambiente em que atuam.  
  • O seu trabalho como coach foi afetado ou não pela crise econômica dos últimos anos?
    Pelo contrário, meu trabalho foi muito procurado pelas pessoas que estavam vivenciando essa crise econômica, pois gerou como consequência a crise emocional, existencial. Nesse momento, a pessoa nem sempre enxerga a saída sozinha e, através do autoconhecimento e estratégias para cada caso, pude contribuir com muitos casos que alcançaram a solução e os resultados desejados. Ver as pessoas terminando o processo de coaching fortalecidas e realizadas é muito gratificante. 
  • Como você identificou essa vocação para auxiliar líderes e profissionais?
    Essa identificação foi ocorrendo de forma gradual. Quando era empresária, gerenciava cinco escolas de idiomas e tinha muitas dificuldades para liderar as pessoas e alcançar metas. Busquei o coaching como ferramenta para me desenvolver e, ao ver os resultados acontecendo, passei a entender a importância de dar continuidade a esse trabalho com pessoas que passam pelas mesmas dores que eu. 
  • Com o desemprego e as incertezas, você percebe que profissionais e gestores estão mais perdidos e sem rumo?
    Sim, é um momento delicado. Quando isso acontece, nossa autoestima é afetada e não reconhecemos mais nossos valores e competências. Para retomar o rumo, precisamos trabalhar diretamente nessas questões para fortalecer nossos pontos fortes, voltar ao equilíbrio e só depois criar planos de ação estratégicos para a retomada no mercado. 
  • Como conseguir o equilíbrio entre vida pessoal e profissional?
    Esse estágio é o desejo da maioria das pessoas. Nem sempre alcançamos, pois nos colocamos como reféns do trabalho, inseguros com a situação financeira e, assim, damos maior prioridade ao trabalho. O desafio é justamente reconhecer nossos valores e entender a importância de cada papel em nossa vida. Trabalhamos demais como se não houvesse consequências futuras. Às vezes, só paramos quando a doença chega. O ideal seria adquirir maior consciência dos próprios limites e buscar alternativas para alcançar o equilíbrio. Existem muitas formas de chegar a isso, mas sozinhos nem sempre enxergamos fora da caixa. É preciso buscar ajuda. 
  • De que forma os bloqueios na infância e adolescência podem representar barreiras na vida adulta?
    O comportamento é totalmente influenciado pelas crenças, limitantes ou não, que adquirimos ao longo da vida. Aprendemos o que é certo ou errado imitando o comportamento dos nossos familiares, amigos e sociedade. Dessa forma, ficamos presos ao inconsciente coletivo que dita regras gerais de conduta, não nos permitindo ser quem somos. Aí nascem os bloqueios, seguimos representando papéis para sermos aceitos em sociedade e bloqueamos nosso verdadeiro “eu” de existir. O resultado sempre é a frustração, o vazio e o sofrimento. 
  • Você diz que o cargo de liderança é desafiador e exige “nervos de aço”. Como tornar-se um gestor inspirador?
    Sim, exige muita resiliência para ser líder, precisamos entender de pessoas, mas a maioria pensa que para ser líder basta ser o melhor no processo produtivo. Assim, se criam os líderes totalmente operacionais e sem tempo para ser estratégicos, sem paciência para treinar e acompanhar o desenvolvimento do colaborador. Um gestor inspirador precisa buscar primeiro o autoconhecimento para identificar as suas competências, ser exemplo de sucesso, provar que alcançou resultados ao longo da vida e realmente gostar de desenvolver pessoas, pois apenas por meio do desenvolvimento diário delas é que virão os resultados. Pessoas se inspiram em super-heróis, os gestores precisam mostrar como se vence a batalha todos os dias. 
  • Qual o público-alvo de sua empresa?
    O nosso público é formado por pessoas que estão em busca de mudança. Seja desenvolvimento na carreira atual, seja para mudar completamente de ramo. Pessoas que percebem o quanto estão infelizes com a situação atual, mas por bloqueios e inseguranças não conseguem dar o primeiro passo sozinhas. Além da questão profissional, muitas pessoas em situação de baixa autoestima, problemas com emagrecimento, relacionamentos amorosos e familiares em conflito também nos procuram diariamente. 
  • Voltar ao mercado de trabalho está cada vez mais difícil em função da grande oferta de profissionais capacitados. Como destacar-se?
    O destaque acontece quando conseguimos identificar nossos talentos e podemos oferecê-los ao mundo. Parece simples, mas as pessoas confundem esse conceito, acham que os talentos são apenas hobbies e não conseguem dar o devido valor a isso. O mercado busca pessoas que amam o que fazem, por isso são felizes e trazem resultados para a empresa. Não basta ter um currículo impressionante se ele não vier acompanhado de entusiasmo e propósito. 
  • Como tem sido a experiência de conciliar essa fase de gravidez com as imposições da vida profissional?
    A gravidez fez com que eu quebrasse muitos paradigmas, pensamos ser “supermulheres”, capazes de dar conta de tudo ao mesmo tempo. Percebi que com hormônios não se brinca, ficamos totalmente influenciadas por eles e todas as transformações que estão além do nosso controle. Com essa percepção, precisei readequar minha rotina para respeitar meu corpo e seguir atendendo às demandas profissionais com qualidade. Infelizmente, não podemos gerenciar o tempo, pois ele não para, mas podemos gerenciar as escolhas do que fazer com o nosso tempo. Acredito ser esse o diferencial ideal para conciliar carreira e maternidade.
  • Que dicas você daria a um profissional que queira ser feliz com as suas escolhas?
    A dica principal é se respeitar sempre. Conhecer a si mesmo e estabelecer as prioridades de cada fase da vida. Entender seus talentos e limitações e, a partir disso, traçar o melhor roteiro para sua jornada, treinando diariamente a resiliência para perseguir com foco os seus objetivos de vida.

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