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27 de AGOSTO de 2018

+ entrevista

“Gerir saúde é complexo”

oS DESAFIOS DE ROBERTO DOMINGOS tOIGO À FRENTE DO CÍRCULO, EMPRESA PRESTES A COMPLETAR 84 ANOS DE HISTÓRIA

Mobirise



SILVANA TOAZZA

silvana.toazza@pioneiro.com

Roberto Domingos Toigo trabalha há 18 anos no Círculo, atualmente acumulando as funções de conselheiro e superintendente executivo. O empresário de 69 anos tem a missão complexa de atuar num dos setores mais demandados, o da saúde.

– Hoje, protegemos cerca de 120 mil vidas, entre planos e produtos de saúde. São mais de 1,1 mil funcionários, 857 médicos conveniados e 175 prestadores credenciados – orgulha-se o mestre em Administração pela Universidade Federal do RS (UFRGS).

Casado com Elione Maria Vanni Toigo, é pai da médica Roberta Toigo Petenatti e do dentista Richard Vanni Toigo.

Confira a entrevista concedida ao Pioneiro por Roberto Toigo:

Diogo Sallaberry

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conquistas | Toigo posa junto aos troféus e à imagem de São Domingos, que inspirou seu nome do meio

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Todos precisam olhar para o mesmo lado. Enquanto o setor tiver visões isoladas, não evoluirá como merece a população

  • Como surgiu o Círculo? Conte um pouco da história.
    Em 1934, o padre Orestes Valeta trouxe para Caxias do Sul a semente que fez germinar o Círculo Operário Caxiense. A ideia dos Círculos Operários no Brasil veio de Pelotas, partindo do padre jesuíta Leopoldo Brentano. Pesquisando as dificuldades enfrentadas pelas famílias, propôs reuni-las em uma entidade associativa, para defender os interesses dessa classe menos favorecida e ajudar na solução dos problemas relacionados à saúde. A convite do padre Valeta, o padre Brentano veio para Caxias do Sul, onde reuniu um grupo de 34 participantes e oficialmente deu início ao Círculo Operário Caxiense no dia 31 de outubro de 1934, trazendo para a cidade essa mesma essência de ajuda. Com o apoio da comunidade e de empresários, a entidade comprou o prédio de esquina (Rua Visconde de Pelotas, 809, esquina com a Sinimbu), onde funcionava, na época, a sede social do clube Recreio da Juventude, espaço hoje ocupado pela Farmácia do Círculo – matriz. Prestes a completar 84 anos de existência, possui na sua constituição empresarial uma operadora de planos de saúde, hospital, farmácias, laboratórios e uma completa área de diagnósticos por imagem.  
  • De que forma a crise econômica interferiu no setor de planos de saúde?
    A crise local interferiu muito significativamente entre os anos de 2015 e meados de 2017, igual a todo o resto do país. O segmento de planos de saúde tem uma relação direta com o crescimento, ou não, da economia nas áreas da indústria, comércio e serviços. Se esses setores admitem, há a contratação de planos. Se há demissão, temos exclusões no mesmo ritmo. Nesses anos citados, os números de fechamento, encolhimento de empresas e demissões de funcionários foram muito grandes. Esse cenário fez, sim, cair o volume de usuários dos planos de saúde. 
  • Com as demissões, muitas pessoas perderam o emprego e o plano de saúde. Isso está sendo retomando?
    Percebemos uma sutil retomada no movimento da cadeia, porém parcialmente. Não acredito em uma recuperação veloz do setor baseado no crescimento da economia. Há pouca efetividade na expansão das empresas. Somente alguns setores têm despontado. Não é de maneira geral ainda. 
  • Qual é a estrutura própria?
    Nos orgulhamos muito das estruturas próprias: um hospital referência em cardiologia, pediatria e obstetrícia, com área materno-infantil, UTIs Neonatal e Pediátrica, referências no Estado, laboratórios com nota de excelência no Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ), uma completa, moderna e atualizada área de diagnósticos por imagem, drogarias confiáveis, farmácias de manipulação em pleno crescimento, um dos planos de saúde que mais avança no Estado e as regionais de atendimento em plena expansão, atualmente em Gramado, Farroupilha, Flores da Cunha e Antônio Prado. 
  • Como é lidar com um dos setores com mais queixas por parte da população?
    A resposta é única: buscar a excelência nos atendimentos. Não há outro caminho. Temos plena consciência de que precisamos entender e compreender as necessidade e dificuldades dos nossos clientes. Temos trabalhado muito nisso e sabemos que ainda temos muito por fazer. Nem sempre dá certo, nem sempre acertamos, pois é um processo complexo. As pessoas, quando estão doentes, ou quando algum dos seus familiares está, ficam extremamente fragilizadas emocionalmente e aí os sentimentos afloram, sejam eles positivos ou negativos. Nosso maior objetivo é manter um atendimento humanizado, harmonioso e resolutivo.  
  • Quais os principais desafios do segmento?
    No setor de saúde, o desafio está sempre atrelado à busca constante do equilíbrio econômico-financeiro das organizações. Passando pelos aspectos organizacionais, percebemos que há muita dificuldade ainda em planos de pequeno e médio portes. Nos últimos cinco anos, de cada cinco operadoras de planos de saúde no país, pelo menos uma fechou as portas.
  • Quais as principais conquistas do setor?
    Ao longo dos últimos anos, o setor privado de saúde tornou-se um dos pilares da assistência médico-hospitalar no Brasil e responsável por importante percentual de cobertura da população. Todo esse trabalho resultou que o plano de saúde, hoje, é o benefício que os trabalhadores mais querem. Entendo, então, que o setor precisa se reinventar sempre e cada vez mais.
  • Como você avalia o atendimento à saúde em Caxias?
    Sabemos que a saúde no Brasil é problemática como um todo e, em Caxias do Sul e região, o quadro não é muito diferente. As dificuldades em que a cidade se encontra não são só por falta de investimentos. Sabe-se perfeitamente que a saúde no país tem muita dificuldade de recursos para custeio, de recursos para investimentos e também de aprimoramento na gestão. Esse setor precisa de programas claros e objetivos, como também de pessoas capacitadas para desenvolver esses projetos. É necessário métodos de gestão adequados, e tenho constantemente falado da necessidade de um trabalho em conjunto entre todos os públicos envolvidos. Todos precisam olhar para o mesmo lado. Enquanto o setor tiver visões isoladas, não evoluirá como merece a população.
  • Quanto a empresa crescerá em 2018?
    Nos últimos anos, temos estudado incansavelmente os vários cenários que a saúde apresenta, analisando nossos métodos, ajustando processos, revisando conceitos, enfim, nos ajustando em várias áreas. Assim, em faturamento, prevemos que o crescimento será de 6,8%.
  • Há planos de expansão?
    O Círculo pretende ser uma empresa de grande porte, segundo os conceitos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ultrapassando as 100 mil vidas atendidas somente na carteira de planos de saúde, em médio prazo. Posso também citar a criação dos Centros de Especialidades que inauguramos nos últimos tempos, voltados para as áreas de cardiologia, fisioterapia, saúde mental e traumatologia. Estamos ainda em fase final de obras de mais duas regionais de atendimento, uma em Nova Petrópolis e outra em São Marcos.

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