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05 DE NOVEMBRO DE 2018

+entrevista

“Empresários não devem depender de governos”

juvenal dalcin, diretor-presidente da Dalmóbile móveis planejados, fala da expansão acelerada da empresa 

Desde muito cedo, o trabalho integra a vida de Juvenal Dalcin. Aos 13 anos, começou a atuar na Carraro em meio expediente. De serviços gerais no setor de embalagem da estofaria, foi conquistando novos desafios e avançando na empresa. O curso de Técnico em Contabilidade lhe conduziu ao setor de almoxarifado e à chefia de expedição, até alcançar o cargo de gerente industrial. Foram 31 anos de dedicação à Carraro, trajetória de muito aprendizado em torno da indústria de móveis.

Mas ele queria mais. Seu espírito empreendedor o tornou sócio da Indústria de Móveis e Esquadrias Cladeju, inicialmente focada na fabricação de esquadrias para a construção civil e, posteriormente, em componentes moveleiros. No final da década de 1990, já chamada Dalmóbile, liderou o processo de modernização da empresa de Bento Gonçalves, que passou a atuar no filão de móveis seriados. A companhia cresceu rápido, iniciando a produção de móveis planejados e a expansão de sua rede com lojas exclusivas em todo o país.

Confira a seguir a entrevista concedida ao Pioneiro por Juvenal Dalcin, diretor-presidente da Dalmóbile Móveis Planejados: 

Jeferson Soldi, divulgação

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Mobirise

Não tem sido fácil, mas em período de crise a gente investe. Encaramos cada desafio como uma oportunidade para nos recriar

  • No ano passado, o setor moveleiro gaúcho registrou queda de 1,8% na produção. A Dalmóbile preservou seu quadro de 150 profissionais e fechou o ano com investimento em várias frentes. Como se cresce na crise?
    Não tem sido fácil, mas em período de crise a gente investe. Trabalhamos dobrado em diversas frentes. Encaramos cada desafio como uma oportunidade para nos recriar. Queríamos mais. E somente não tem sido melhor porque o cenário econômico não tem permitido. Em vez de lamentar, focamos no trabalho, adotando como palavra-chave a flexibilidade. Flexibilidade na produção, na logística, na negociação com clientes e lojistas. Por isso, nosso slogan, desde o reposicionamento da marca no ano passado, tem sido “Casa como você quer”. Temos um parque fabril com o que há de mais moderno em tecnologia, e seguimos investindo porque entendemos que não podemos parar e esperar a crise passar. Precisamos nos reinventar para poder não apenas atender às necessidades e realizar os sonhos dos nossos clientes, como também surpreendê-los. Também apostamos numa produção 100% própria e, nos últimos dois anos, integramos em nossa filial linhas de produção de laca, alumínio e vidro. Isso permitiu maior controle do processo e da qualidade, agilidade na entrega, ampla garantia e menor custo. Todo móvel que carrega a marca Dalmóbile é 100% feito dentro da fábrica. São várias empresas dentro de uma. 
  • Qual o tamanho dessa expansão no período de crise?
    A expansão da marca, com o aumento do número de lojas e a estreia em Estados onde não tínhamos representatividade, somente tem sido possível graças a todo investimento que vem sendo feito nos últimos anos. O resultado ficou ainda mais aparente no ano passado e nos mostrou que estamos no caminho certo quando, apesar do quadro econômico, fechamos 2017 com um incremento de 14% no número de lojas, passando de 175 para 200 pontos de venda, com a estreia nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Rio Grande do Norte. O superávit de profissionalização nos fortaleceu. Celebramos os 40 anos da empresa com um amplo trabalho de revitalização da marca, adaptações na linha de produção, forte presença em feiras e a busca constante pela personalização dos projetos. Esse conjunto de ações nos permitiu preservar todo nosso quadro funcional (150 funcionários), além de gerar empregos indiretos com a abertura das novas lojas. Este ano, já registramos mais 19 novas lojas, avançando mais 14% na rede. Dos 219 pontos de venda, 159 são lojas exclusivas. Estamos presentes em 22 Estados, além do Distrito Federal. Nesse cenário, projetamos crescimento de 20% em relação ao ano que passou. 
  • A expansão se deu também na contratação de mão de obra?
    Sim. A média de empregos gerados com a abertura de cada loja é de 10 profissionais. Sendo assim, só este ano, com a instalação de 19 lojas até o momento, cerca de 190 profissionais passaram a atuar com a marca Dalmóbile. Diretamente, na fábrica, voltamos a contratar, mas ainda de forma tímida em 2018, com a reabertura do turno da noite.
  • Existem planos para investir em cidades da Serra?
    A Dalmóbile está presente em cidades da Serra Gaúcha. As lojas de Bento Gonçalves e Caxias do Sul são, além de exemplos, referências. Sempre existe vontade de investir na Serra, uma região promissora. Mas, para isso, demanda parcerias específicas, com perfis específicos e para mercados com o porte necessário para abrigar a operação.
  • Quanto à produção, qual o diferencial da empresa?
    A flexibilidade da marca é única. Com edição milímetro em milímetro e mais de 1,4 mil cores em lacas e vidros, os planejados Dalmóbile se encaixam perfeitamente em cada ambiente. O resultado são móveis praticamente sob medida. Por isso, a assinatura da empresa é “Casa como você quer”. Essa flexibilidade é uma filosofia, é algo muito profundo, e está em tudo o que fazemos, inclusive nas relações com o lojista, para quem oferecemos um suporte e um nível de diálogo exclusivo no setor. Com garantia de 6 anos, a qualidade Dalmóbile também é assegurada pelo uso de fundos com proteção antimofo e bordas contra umidade e calor.
  • Qual a participação no mercado externo?
    A Dalmóbile exporta para o Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai. No Paraguai, por exemplo, a marca passou de uma loja no início deste ano para três atualmente. Nos demais países, o foco é o mercado de construtoras (corporativo). Estamos em tratativas com outros países, trabalho que ganhou força a partir da Movelsul, realizada em março último, quando estruturamos nossa área de atuação no mercado externo.
  • Com os novos governos eleitos, quais as expectativas?
    Olha, empresários não devem depender de governos. A gente busca sempre melhorias, por exemplo, em questões trabalhistas, que emperram, sem dúvida, o crescimento. Mas precisamos olhar apenas para frente. Ao longo de nossa história, encontramos apenas um caminho: para frente. Independente do candidato eleito, esse sentido seria o mesmo. No que tange aos dois candidatos eleitos (Eduardo Leite e Jair Bolsonaro), esperamos apenas o melhor. Penso que a pauta política da última eleição trouxe consigo aspectos que não terão mais volta. Entre eles as reformas (trabalhista, previdenciária, fiscal, política), o combate irreversível à corrupção e ao crime organizado e a não intervenção do Estado como regulador de preços e nas relações comerciais. Penso que esses aspectos não podem mais ser deixados de lado, seja qual for o governo. Nesse aspecto, tanto as propostas de campanha quanto os primeiros passos parecem bons e somos otimistas em relação ao futuro do Brasil e ao ambiente de negócios nos próximos anos.

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