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Construções sustentáveis

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KARINA GUIDOLIN E ROBERSON DA FRÉ

Diretores da Associação dos Engenheiros e Arquitetos
da Região dos Vinhedos (AEARV)

Cada vez mais, a preocupação com o meio ambiente tem motivado a sociedade na busca de alternativas que contemplem, ao mesmo tempo, a redução dos danos à natureza e as necessidades da vida moderna. Neste contexto, a arquitetura e a engenharia desempenham papel central na discussão. Como provedores de projetos residenciais, comerciais e industriais, devem oferecer propostas nas quais o respeito ao meio ambiente esteja contemplado, pois, antes de tudo, propor uma arquitetura responsável significa compromisso com a vida em sociedade.

Conhecida como grande consumidora de recursos naturais, a indústria da construção acaba gerando um impacto considerável na natureza. Por isso, o segmento deve ser, também, protagonista no sentido de pensar e desenvolver materiais alternativos para as edificações. Uma construção sustentável não é só aquela em que há reaproveitamento de águas, captação de fontes de energia natural e reutilização de resíduos. É tudo isso, sim, mas também é aquela que luta pela preservação do patrimônio, que opta por materiais renováveis e que prioriza os insumos locais – evitando queima de combustível e sobrecarga de estruturas viárias, por exemplo, e ainda fortalecendo a economia regional.

Essa busca em harmonizar ambientes díspares – o natural e o alterado pela construção – passa por um processo que começa ainda antes da obra em si. A construção sustentável é, na verdade, a adoção de uma sistemática capaz de manter sob controle os efeitos de sua ação antes, durante e depois das obras. Um estudo de impacto ambiental, o cuidado para evitar o desperdício, a não utilização de materiais tóxicos – como o amianto – e a destinação dos resíduos fazem parte desse conjunto de ações parceiro da natureza.

É importante que nós, profissionais da área que detemos informação, sejamos agentes transformadores de nossa sociedade ao compartilhar os benefícios das construções verdes. Ainda reina um pensamento um tanto retrógrado quanto aos custos desse tipo de obra, mas não se observa o quanto ela representa em economia – como de luz e de água, apenas para ficarmos nos itens mais básicos – compensando o investimento em poucos anos.

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(Arquitetura e engenharia) Devem oferecer propostas nas quais o respeito 
ao meio ambiente esteja contemplado

Pensar em construção sustentável é pensar em construção racional, com funcionalidade para o hoje e o amanhã, simbolizando o interesse de futuras gerações em preservá-la, e aqui precisamos falar da “boa arquitetura”: aquela que, além de atender aos requisitos funcionais, é inteligente, é condizente com a sua época. Nesse conceito, arquitetura também pode ser arte – fazendo com que, certamente, as gerações futuras queiram preservar e valorizar.

Ainda, a sustentabilidade se alcança com o consumo consciente de matérias-primas que a natureza possa absorver. Madeiras reflorestadas, telhas ecológicas e concreto reciclado, por exemplo, ajudam a diminuir o impacto ambiental das edificações. O melhor aproveitamento do posicionamento geográfico, a fim de obter a máxima vantagem da luz solar – importante também para o conforto térmico –, diminui o uso de equipamentos como ar-condicionado e calefação e, consequentemente, agride a natureza em menor escala.

Para além dessas ações, a sustentabilidade, hoje, também está ligada a preceitos que dizem respeito à convivência em sociedade. Se ser sustentável é ser responsável, é preciso pensar no coletivo e no bem-estar das pessoas. Por isso, a busca por construções que dialoguem com a cidade e suas necessidades – revitalização de áreas degradadas, melhorias de passeio público, entre outros –, a fim de torná-la mais acolhedora e humana, devem estar no foco de arquitetos e engenheiros.

Evoluímos muito nos últimos anos com o desenvolvimento de novas tecnologias e pesquisas no setor, mas é inegável o quanto temos para melhorar. Se hoje ocupamos a quarta colocação mundial entre os países com o maior número de empreendimentos certificados pelo LEED, sigla em inglês para algo como Liderança em Energia e Desenvolvimento Ambiental, espécie de ISO 9000 da construção sustentável, é porque lá atrás uma geração já percebia o valor que isso teria no futuro. É nosso dever, portanto, manter o Brasil entre as nações que mais respeitam o meio ambiente, porque tal reverência significa a preservação da vida.

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