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03 DE dezembro DE 2018

+entrevista

“Estamos otimistas, mas com os pés no chão”

Alexandre angonezi, diretor executivo da Garibaldi, fala sobre os planos de expansão da cooperativa

Mobirise



SILVANA TOAZZA
juliana.bevilaqua@pioneiro.com

Ultrapassar oito anos de mercado já é tarefa árdua a qualquer empresa. O que dizer, então, de quem chega aos 87 anos esbajando vitalidade como cooperativa? Significa mais do que uma façanha, mas a consolidação de um trabalho a muitas mãos.

A comemoração da Cooperativa Vinícola Garibaldi tem um gosto extra, pois começou a ser escrita em 1931 pela união de agricultores como alternativa para vencer as dificuldades econômicas do país. Atualmente, congrega 400 famílias associadas, em 15 municípios da Serra Gaúcha. Seu portfólio abarca 70 produtos, distribuídos em 12 marcas, entre vinhos tintos e brancos, espumantes, linhas de exportação, frisantes, filtrados, sucos de uva e opções orgânicas.

Produção rima com qualidade no caso da Garibaldi, que garante o pódio como a vinícola verde-amarela mais premiada em 2018, totalizando 83 títulos nacionais e internacionais.

– A curto prazo, em 2019, podemos adiantar que os investimentos em tecnologia, no campo e em inovação chegarão aos R$ 7 milhões – revela o diretor executivo, Alexandre Angonezi, 51 anos.

Graduado em Engenharia Agronômica e com mestrado em Administração, o executivo concedeu entrevista ao Pioneiro, na qual detalha as conquistas e os planos da cooperativa:

BARBARA SALVATTI, DIVULGAÇÃO 

Hermínio Ficagna administra maior cooperativa vinícola da Serra, com mais de 1,1 mil famílias filiadas

brinde |  Executivo festeja 83 premiações e crescimento de 40% no mercado de espumantes no ano

Mobirise

O brasileiro hoje, de modo geral, bebe pouco vinho e espumante. O potencial de aumento de consumo é muito grande

  • Como a Garibaldi encerrará 2018?
    O ano apresentou crescimento acima da curva, em especial para os espumantes, que devem fechar o exercício com saldo positivo estimado de 40%. O quadro de cooperados também mostrou aumento e hoje estamos com 400 associados. A equipe fixa de funcionários é de 195 profissionais e, no pico da safra da uva, sobe para até 240 pessoas. Também avançamos em tecnologia e inovação.
  • Os anos de crise impactaram na empresa?
    Trabalhamos com um produto que está fora da cesta básica e, em anos de crise, existe uma retraída no mercado. Para evitar os efeitos dessa oscilação, trabalhamos para aumentar o nosso share (cota) com estratégias voltadas ao PDV (ponto de venda) e ações de marketing. Viemos em uma curva crescente no reconhecimento da marca, com premiações e certificações. Esses são fatores que nos credenciam e diferem na decisão de escolha do consumidor.
  • Qual o produto que tem ganhando maior notoriedade?
    Hoje o destaque é para a linha de espumantes, em especial o Garibaldi Moscatel (o mais premiado da cooperativa), e o Garibaldi Chardonnay, que recentemente foi destaque no maior reality show de gastronomia do Brasil (o Masterchef, da Band).
  • Quais os principais mercados?
    O nosso principal mercado é o doméstico. Com destaque para Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Distrito Federal. A exportação ainda é pequena, mas mostra ótimas possibilidades, em especial no Mercosul, Estados Unidos e Rússia, onde já iniciamos os contatos para futuras exportações.
  • Quais os planos de expansão para os próximos anos?
    Trabalhamos em nosso planejamento estratégico com um plano de investimentos focado e direcionado a atender nossos objetivos e, em especial, nossa missão: “Ser referência em espumantes”. A longo prazo, os investimentos são mais ousados e envolvem infraestrutura, turismo, tecnologia e reconversão de vinhedos.
  • O espumante nacional vem se consagrando no mundo pela qualidade e bom custo-benefício. É a nossa vocação?
    Com certeza. Nosso espumante é versátil, descomplicado e apresenta uma identidade típica que o diferencia dos champagnes e cavas. Acredito que essa seja a grande vocação do setor vinícola brasileiro.
  • Quais os grandes desafios do setor vinícola nacional?
    Creio que firmar-se como um grande player mundial nos espumantes. No cenário interno, desenvolver o consumo de espumantes, vinhos e sucos. O brasileiro hoje, de modo geral, consome pouco (em vinhos, são menos de dois litros per capita/ano e, em espumantes, pouco mais de 100 ml por ano). O potencial de aumento de consumo é muito grande.
  • Quais as grandes conquistas do setor?
    Nos últimos anos, o setor vem se consolidando com o suco de uva integral. Nós, consumidores, queremos cada vez mais uma vida saudável. O suco de uva mostra-se um produto cientificamente comprovado, que traz benefícios à saúde. Por esses motivos, o consumo vem crescendo significativamente. Além disso, o espumante brasileiro vem recebendo reconhecimento, com premiações em concursos e presença em eventos.
  • Segurar o jovem no campo tem sido um grande desafio...
    A melhor maneira é promover mais qualidade de vida e melhor remuneração. Isso vem ocorrendo nos últimos anos e já observamos, no quadro de associados da cooperativa, interesse crescente dos jovens. Há, inclusive, casos de pessoas que estão retornando à atividade após terem saído dela. Como cooperativa, temos várias iniciativas que estimulam esse movimento: encontros de formação, viagens técnicas, trabalhos de pesquisa em conjunto com universidades conveniadas, produção orgânica e biodinâmica, entre outras.
  • Que dicas daria a um jovem empreendedor?
    O empreendedorismo tem grandes oportunidades no campo também. Como em qualquer outra área, profissionalização, dedicação e comprometimento levam ao sucesso.
  • Como avalia 2019 em termos de retomada econômica?
    Apesar das dificuldades deste ano, já se pode perceber o retorno da confiança e, por consequência, da atividade econômica. Estamos otimistas quanto aos próximos períodos. Otimismo esse sem euforia, com os pés no chão e baseado em planejamento estratégico.

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