UBIRATÃ REZLER
Presidente do APL-MMeA
(Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e
Automotivo da Serra Gaúcha)
FMais do que a união de esforços de uma comunidade para superar desafios, o que faz germinar um Arranjo Produtivo Local (APL) é, na essência, a própria ideia do associativismo, só que em versão multiplicada. Com esta forma de pensar e agir, a experiência desenvolvida pelos setores metalmecânico e automotivo da Serra Gaúcha ganhou status de referência para o poder público e a iniciativa privada. Graças à estratégia conjugada por Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas de Material Elétrico de Bento Gonçalves (Simme), Universidade de Caxias do Sul (UCS), GarantiSerra, Sebrae, Senai, Prefeitura de Caxias do Sul, Governo do Estado e governo federal, só nos últimos dois anos, já foram captados para desenvolvimento de projetos, a fundo perdido, mais de R$ 2,4 milhões.
É um volume de recursos que está ao alcance de quase 400 empresas nos municípios de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Nova Prata, Nova Roma do Sul, São Marcos, Vacaria, Vale Real, Veranópolis, Vila Flores e Vista Alegre do Prata. Mas que não precisam ser as únicas. Depende apenas do interesse e da visão dos empreendedores. O número corresponde aos que têm acesso a oportunidades específicas e exclusivas a partir da associação voluntária ao Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo (APL-MMeA) da Serra Gaúcha. Quanto maior for a adesão, mais serão os projetos desenvolvidos e, consequentemente, o potencial de captação de recursos. Não há milagre: basta a multiplicação de engajamentos.
Para se ter ideia, enquanto você lê este artigo, três empresas da Serra Gaúcha estão trabalhando em regime colaborativo no desenvolvimento do sistema de transmissão de um veículo elétrico que será lançado pela Tramontina. Resultado da participação no projeto Incentivo Industrial Serra Gaúcha, que efetivou, em setembro, a primeira parceria entre companhias locais para produzir em conjunto para uma empresa-âncora.
O futuro passa pela colaboração. E por isso a aproximação entre associados e mercados estará no eixo da gestão que se inicia
agora e vai até 2019
O objetivo é estimular a atuação em parceria, com a formação de grupos de empresas na área de abrangência do APL-MMeA, para fortalecer a fabricação de produtos em solo doméstico, em vez de adquiri-los fora do Rio Grande do Sul ou do Brasil. A ideia de atuação coletiva consiste em reduzir a dependência de fornecedores de componentes de outras regiões do país, ou até do Exterior, por meio da agregação de valor aos produtos locais, com investimento na inovação, na qualificação e no desenvolvimento dos participantes.
Além disso, com a produção em território gaúcho, diminuem-se os custos de logística, estoques e outras demandas, aumentando o lucro da fabricante, da empresa-âncora e também do Estado, pois a tributação será recolhida aqui: gerando empregos e ampliando a possibilidade de consumo e de movimentação da economia local. Os benefícios abrangem toda sociedade.
Mas há ainda outras oportunidades à disposição dos empresários de visão. Como o projeto de Compras Coletivas. Ou a Plataforma Digital, já em desenvolvimento no APL-MMeA, com lançamento previsto no primeiro semestre do próximo ano. As indústrias associadas cadastrarão suas capacidades produtivas, indicando as ociosidades. O cruzamento destas informações possibilitará a criação de propostas para melhorar a taxa de ocupação da capacidade instalada das indústrias e até mesmo o desenvolvimento de novos produtos e negócios.
Novamente: o futuro passa pela colaboração. E por isso a aproximação entre associados e mercados estará no eixo da gestão da entidade que se inicia agora e vai até 2019.
O setor metalmecânico e automotivo da Serra Gaúcha é amplo, dinâmico, diversificado e está em retomada. A força do APL pode abreviar este caminho, criando novas possibilidades de negócios, quebrando paradigmas culturais, fazendo com que a visão coletiva supere a individual. Por meio da cooperação, é possível sair da crise para o sucesso.
IOTTI
iotti@iotti.com.br
O futuro passa pela colaboração. E por isso a aproximação entre associados e mercados estará no eixo da gestão que se inicia agora e vai até 2019
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