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De olho no mercado externo

com a aquisição de empresas na argentina e uruguai, fras-le reforça presença internacional

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Fernando Soares
fernando.soares@pioneiro.com

O apetite da Fras-le no mercado externo está cada vez maior. Hoje, 52% da receita da fabricante de autopeças vêm das exportações feitas a partir de Caxias do Sul e da produção em suas unidades nos Estados Unidos e na China. A caxiense, porém, pretende dar um salto ainda mais significativo. Até 2020, a meta é fazer com que os negócios internacionais representem 70% do faturamento.

Para isso, a empresa caxiense tem reforçado sua presença em mercados-chave, como a América do Sul e a Ásia. Os mais recentes movimentos neste sentido começam a ser anunciados. Na semana passada, a Fras-le comprou por R$ 91 milhões três empresas de autopeças, as argentinas Armental e Farloc e a uruguaia Fanacif. Como resultado, deverá agregar novos produtos ao seu portfólio.

Além disso, a companhia vai inaugurar um centro de distribuição na Colômbia e uma nova planta industrial na China. Com esses investimentos, o diretor-executivo (CEO) da empresa, Sergio Carvalho, projeta que a fatia dos negócios externos subirá a 60% já no próximo ano.

Em entrevista ao Pioneiro, Carvalho estima que o faturamento total, incluindo as vendas internas, deverá ser de R$ 1,2 bilhão em 2017. O resultado será igual ao ano anterior. Para 2018, a expectativa é de 10% de crescimento.

FELIPE NYLAND

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META  Carvalho diz que a Fras-le quer ter 70% do seu faturamento oriundo de negócios fora do país

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Não existe intenção de transferir atividades nossas feitas nas unidades de Caxias do Sul para fora do país

  • Como foi articulado o negócio que levou à aquisição das empresas na Argentina e no Uruguai?                                                                                                                                                  Nós temos um plano que inclui o crescimento internacional da empresa e também uma diversificação da oferta de produtos. Essas aquisições recentes na Argentina e no Uruguai contribuem para essa internacionalização e também, numa magnitude menor, na diversificação da oferta de produtos. Algumas linhas de produtos (das empresas compradas) são as mesmas que temos. A Fanacif, no Uruguai, produz material de fricção para veículos pesados e leves, mesmo produto que temos na base industrial de Caxias. Mas, na Argentina, a Armetal comercializa produtos que não temos no nosso portfólio, como kits de reparos de motor e engrenagens para transmissão. Então existe uma expansão da nossa oferta de produtos. E vamos poder levar outros produtos para esses mercados de distribuição. Nós anunciamos, também, a abertura de um centro novo de distribuição na Colômbia, de maneira que possamos dar melhor atendimento àquela parte da América do Sul. Os novos produtos certamente vamos levar para outras operações fora do Brasil, como a da Colômbia. 
  • A operação será assumida de maneira imediata?
    Não. Nós assinamos um contrato de intenção de compra. Para concretizá-la, precisamos da aprovação dos acionistas da Fras-le. Nós emitimos a convocação para uma assembleia extraordinária em 29 de novembro. Após a confirmação por parte dos acionistas, aí vamos fazer o fechamento das empresas em dezembro e passamos fazer a gestão. Em 4 de dezembro devemos assumir.    
  • Há a intenção de investir para ampliar a produção das três unidades adquiridas?Temos intenção de expandir, sim, e levar parte do nosso portfólio de produtos que hoje não está disponível nesse mercado. De forma reversa também, trazendo produtos de lá para outros centros de distribuição e para o Brasil também.
  • Existem planos para novas aquisições no exterior?                                                                               Nós temos intenção de expandir nossa presença global. Essa aquisição nesta semana foi um movimento. Outro é a abertura do centro de distribuição na Colômbia, que vai estar operacional nos primeiros dias de janeiro. E outro movimento será ao final de novembro, quando teremos a abertura de uma nova operação na China. Temos intenção de expandir nossa presença na Ásia, de uma forma geral. E temos a intenção de fazer outras aquisições (de empresas).
  • A maior presença no exterior poderá tirar mercado da fábrica de Caxias?                       Nada será diminuído aqui no Brasil. Na medida em que formos bem-sucedidos nas iniciativas (no exterior), o percentual das receitas em outras moedas vai aumentar. Não existe intenção nenhuma de transferir atividades nossas hoje feitas nas unidades de Caxias para fora. Pelo contrário. Nós, como empresa, estaremos mais fortes, não apenas financeiramente, mas melhores posicionados para uma futura crise que venha a acontecer no Brasil.
  • Há possibilidade de parcerias em Caxias do Sul?
    Caxias e as demais cidades da região são nossas parceiras, pois apresentamos sempre um leque de possibilidades para oferecer aos nossos turistas, novidades ou produtos consolidados. A rede hoteleira de Caxias é muito qualificada e focada no turismo de negócios.
  • A fábrica de Caxias passa a se voltar mais ao mercado interno? Não se perderá exportação a partir da matriz?
    O Brasil já é um bom exportador e acreditamos que vai continuar sendo. Eu não vejo o Brasil perdendo suas exportações, como resultado (da internacionalização). E estou colocando isso como desafio, não só na Fras-le, mas nas outras empresas do grupo que eu dirijo. Nós temos que ser mais competitivos, em qualquer aspecto. Nossa matéria-prima não é mais cara que a matéria-prima lá de fora. Nossa mão de obra é, via de regra, mais barata. Por que não vamos competir? Vamos competir sim. Esse desafio só vai gerar mais exportações para nós.
  • A Fras-le passou ilesa pela crise brasileira, em função da presença no exterior?
    Se formos pensar no grupo (de empresas) de autopeças (do grupo Randon), que inclui a Fras-le, temos um mix de negócios onde 45% do que produzimos diz respeito ao faturamento (da venda) para montadores, 29% associado à reposição e 26% à exportação. Essa combinação dá uma robustez, uma habilidade muito boa para navegar nos momentos de crise. Essa é uma das razões para que o grupo de autopeças e a Fras-le, inclusive, passe por essas crises com menos dor do que a maioria dos concorrentes.
  • Quais os mercados que a Fras-le vê com potencial para atingir nos próximos anos?     Esperamos crescer de uma maneira mais sólida na China. E temos condições de nos estabelecermos em outros grandes mercados da Ásia, como Japão e Índia. Além disso, nos Estados Unidos queremos acelerar nossa taxa de crescimento. E o mercado europeu nós participamos, mas queremos acelerar. Estamos trabalhando vários projetos lá, mas o tempo para que isso se transforme em faturamento é maior do que em outros países. Devemos ter melhores resultados vindos da Ásia, da América do Norte e, na sequência, da Europa.
  • Hoje a empresa tem um centro de distribuição na Alemanha. Pode vir no futuro uma fábrica na Europa?
    Tudo é possível. Nós temos trabalhado projetos importantes no mercado europeu. Na medida em que esses negócios se materializem, isso pode levar a uma mudança da distribuição para a produção.

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