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Mercado de respeito

Empresário Valduino Formolo projeta cemitério vertical com 75 mil vagas

Mobirise



BABIANA MUGNOL

babiana.mugnol@rdgaucha.com.br

Valduino Formolo, 69 anos, um dos fundadores do Grupo L. Formolo, começou a trabalhar com funerais quando a despedida costumava ocorrer na casa de familiares, isso há mais de quatro décadas. Em 2006, quando foi inaugurado o Memorial Crematório São José na Estrada São Virgilio, no interior de Caxias do Sul, a projeção era de realizar cinco funerais por mês. Hoje, 10% da procura de Caxias do Sul é por cremações.

O próximo projeto é ainda mais ousado: erguer o primeiro cemitério vertical da cidade pensado para atender à demanda dos próximos 100 anos. Em uma área de 50 mil metros quadrados anexa ao Crematório, a intenção é de erguer três blocos com 12 pavimentos cada, com capacidade para 75 mil vagas de sepultamento. O empreendimento depende de legislação municipal para sair do papel. Ele poderá preencher uma lacuna de opções para compra de espaços, já que o Cemitério Público Municipal só aluga carneiras por cinco anos e o único empreendimento totalmente privado de Caxias é o Cemitério Parque.

Felipe Nyland

Mobirise

DIFERENÇA Como receber família e atender às necessidades da hora da melhor forma é o desafio

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Há 50 anos, os velórios eram feitos em casa. A inovação constou em a gente buscar modernizar esses processos

  • Como era antes do grupo L. Formolo no mercado de funerais em Caxias?
    A empresa surgiu da necessidade que se constatou na época, de ter uma empresa que inovasse. Nós percebemos que era uma oportunidade de negócio. Juntamente com meu pai e um dos irmãos, nós fundamos a L. Formolo com o objetivo de melhorar os serviços. Existia na época uma empresa que tinha sido fundada em 1912 e que adquirimos em 1982. No ano passado, também adquirimos a Cristo Redentor. 
  • Como se busca conhecimento para inovar e atuar neste ramo, que não deixa de ser um negócio, mas que necessita de um cuidado especial para lidar com a dor das famílias?
    H
    á 50 anos, os velórios eram feitos em casa, os procedimentos não eram os mesmos que são feitos agora. A inovação constou em a gente buscar modernizar todos esses processos. Há 10, 15 anos, a empresa participa de feiras internacionais, cursos, temos sempre uma equipe em desenvolvimento e treinamentos internos. A gente sempre procura observar algo que pode ser adequado a nossa realidade. Os costumes são diferentes, mas alguma coisa sempre se aproveita. 
  • Como é o dia a dia de quem trabalha em uma funerária?
    Não exerço mais a atividade específica de atendimento no balcão, mas é a forma de atender às famílias que faz a diferença. Não é algo que possa ser trabalhado com um check list. A morte sempre nos apanha em situações diversas. Como receber a família e atender às necessidades da melhor forma é o nosso desafio. 
  • Vocês percebem uma modificação de comportamento nos funerais nos últimos anos?
    O movimento no sentido das cremações é mundial. Nosso crematório funciona há 10 anos. Nós éramos questionados a todo instante do porquê de não ter crematório aqui. É um mercado ascendente. Claro que não dá para ser comparado com o dos sepultamentos. Quando nós pensamos no crematório, imaginávamos fazer cinco cremações por mês, cinco anos depois, eram 10. E esse número tem crescido anualmente. Recentemente, com as questões de espaços físicos em Caxias, o município subsidiou por quatro anos as cremações para famílias carentes e isso fez com que se popularizassem bastante as cremações.
  • Chama atenção a dificuldade das famílias para encontrar espaços. Há planos de expansão neste sentido no próprio crematório? A gente constata, por exemplo, quando vai a Porto Alegre, uma “cidade” de cemitérios. Há algum plano de expansão neste sentido?
    Nós temos um projeto que está em tramitação no município, que já teve a licença prévia aprovada pela Secretaria do Meio Ambiente, de instalação de um cemitério vertical em um terreno contíguo a uma área de 50 mil metros quadrados ao lado do crematório. Como isso tudo depende de licenças ambientais e já tramitamos com esse projeto há pelo menos quatro anos, vamos depender da licença de instalação, que é o passo seguinte. Ela depende de legislação municipal. A empresa tem projeto pronto, planejamento, mas depende de licenciamento. Como a legislação não prevê a instalação de cemitérios, talvez o Plano Diretor contemple essa situação. 
  • A ideia é ampliar em quanto o número de vagas?
    O nosso projeto de cemitério é megalomaníaco. É um projeto de cemitério que deverá ter uma vida útil de mais de 100 anos. Seriam três blocos com 12 pavimentos, e cada pavimento, dois mil metros quadrados de área construída. Isso vai dar aproximadamente 75 mil vagas de sepultamento. É um empreendimento que será construído por etapas.  
  • Isso resolve também uma demanda regional? Quais são os planos de expansão do grupo, que está sempre fazendo fusões, para fora de Caxias do Sul?
    Atendemos a toda nossa região e também fizemos cremações de outras regiões, como em Porto Alegre, que fizemos as cremações do Cemitério São Miguel e Almas. O mesmo processo está se desenvolvendo em Santa Cruz do Sul, junto com um parceiro que temos lá. Em Santa Maria, recentemente, ganhamos uma licitação e assumimos dois cemitérios. Estamos reformando as capelas e temos como obrigatoriedade a construção de um crematório, que também depende de licenças do município. 
  • O serviço funerário é uma concessão. Como está a situação em Caxias do Sul
    Quando o município licitar, a empresa vai participar. Na verdade, o serviço de Caxias nunca foi licitado. Se retrocedermos há 50 anos, o serviço era permitido. Depois, o governo municipal legislou e determinou que as empresas que estivessem instaladas poderiam continuar no serviço. Aí, contratos foram prorrogados. E nós aguardamos o município. Já tiveram outros processos licitatórios que foram impugnados. Para se ter uma ideia, o processo de Santa Maria tramitou durante oito anos.

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