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Malharias no auge da produção

nos primeiros meses do ano, empresas da serra intensificam a fabricação de artigos de inverno

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FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com

   FELIPE NYLAND

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na linha de produção | Período de produção nas malharias serranas, geralmente, começa após a virada do ano e se estende até o início do inverno. Em 2018, meta do setor é, pelo menos, igualar o volume de vendas de 2017.

É em meio ao calor escaldante do verão que as malharias da Serra atingem o auge da produção para suprir a demanda do inverno. Neste momento do ano, as cerca de 200 empresas do segmento na região estão utilizando sua capacidade máxima de operação. Assim, quando o frio chegar, os lojistas de diferentes partes do Brasil estarão com o estoque renovado e os consumidores poderão reforçar o guarda-roupa com blusões, mantas, luvas, entre outros artigos.

– Em torno de 70% da produção já está pronta nesta época – aponta Elias Biondo, diretor do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Fitemasul).

Segundo o dirigente, a movimentação nas malharias começa por volta de novembro, quando se desenham os modelos para a próxima temporada. Na virada do ano, a atividade na linha de produção se intensifica. Isso porque, a partir de fevereiro, começam a ser entregues os pedidos para os lojistas. Geralmente, até abril são despachadas todas as encomendas. As empresas da Serra costumam atender principalmente aos Estados do Sul e parte do Sudeste. Já em maio, quando há um esboço do inverno, as atenções se voltam para o consumidor final.

Para este ano, a projeção do Fitemasul é de vendas semelhantes às do ano passado. Biondo acredita que, em um cenário positivo, os negócios devem crescer 5%. Por positivo entende-se um inverno que faça frio. No ano passado, a ausência de largos períodos de temperaturas baixas afetou a uma série de empresas do segmento. Mais do que a recessão dos últimos anos, o termômetro é o que baliza o setor.

– O momento econômico não é primordial para nosso negócio dar certo. O fator importante é estar frio ou não. Se há crise e está frio, vendemos bem. Se tivermos calor sem crise, vamos sofrer e vender mal – explica Edson Perottoni, secretário do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem de Farroupilha.

Para tentar driblar a falta de frio e continuar com os negócios aquecidos, as empresas têm apostado na produção de malhas mais finas, que podem ser utilizadas durante temperaturas de meia-estação.

Segundo o Sinditêxtil Caxias, as malharias da região empregam mais de 2 mil pessoas. Farroupilha, Caxias do Sul e Nova Petrópolis são os municípios com mais empresas.

Movimento em Farroupilha

Principal fabricante de malhas do Rio Grande do Sul, Farroupilha costuma abastecer grande parte das lojas brasileiras. O município recebe diversas excursões de comerciantes interessados em adquirir direto de fábrica, vindos principalmente de cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Nesta altura do ano, o movimento de caravanas ainda é tímido, mas tende a se reforçar a partir de abril e se manter ativo até o fim do inverno.

Na região, a farroupilhense Anselmi abocanha fatia expressiva das vendas. A empresa está funcionando a pleno vapor, com mais de 300 funcionários na linha de produção, para atender aos clientes. Nos próximos meses, funcionários temporários devem ser chamados para dar conta do fluxo na loja.

Ao todo, devem ser fabricadas mais de 800 mil peças neste ano. Mais de 70% deste montante está pronto ou em fase de finalização. Não por acaso, pois uma fatia expressiva do faturamento é obtida no primeiro semestre.

– O faturamento se dá entre março e maio, principalmente. A pronta-entrega é nosso carro-chefe, representa 60% do negócio – calcula o diretor industrial, Eduardo Anselmi.

Neste ano, a empresa está com uma carteira de 1 mil clientes, que resultaram em um volume de pedidos 5% maior do que em 2017. Mais da metade dos compradores são do Rio Grande do Sul e o restante provém de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.

Felipe Nyland  

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mais clientes | Eduardo Anselmi conta que carteira de clientes da empresa está maior neste ano

Foco no consumidor final

Ao contrário das malharias de Farroupilha, que geralmente recebem caravanas de lojistas e possuem grande parte do faturamento vinda da venda para lojistas, as empresas de Nova Petrópolis acabam focando no consumidor final. Isso porque a cidade acaba sendo beneficiada pelo contingente de turistas que visita a região das Hortênsias e também devido ao Festimalha, evento que permite escoar grande parte da produção.

A empresária e diretora do Departamento de Malharias da Associação Comercial e Industrial de Nova Petrópolis (Acinp), Michele Arend, calcula que no município cerca de 60% da produção está finalizada neste momento. Em geral, as empresas terminam o ciclo produtivo às vésperas do Festimalha. Neste sentido, o evento é responsável por gerar parcela importante do faturamento das marcas do município.

– O peso do evento é grande. Em média, 30% das vendas do ano são realizadas no Festimalha. Isso varia em cada malharia, para algumas empresas representa até 50% do faturamento anual – projeta Michele.

Malharia mais antiga de Nova Petrópolis, com 45 anos de existência, a Malhas Imperial se prepara para mais um inverno e, por tabela, para mais um Festimalha.

Desde o início do ano, as máquinas não param de fabricar roupas para a estação mais gelada do ano. A capacidade produtiva máxima está sendo utilizada.

– Com o Festimalha, aumentamos a produção. As vendas são sempre significativas – salienta Eduardo Neumann, diretor da marca.

Ainda assim, por se tratar de uma empresa de médio porte e contar com lojas no município e em Gramado, a Imperial tem sua receita composta por diferentes frentes. Atualmente, 40% dos ingressos vêm das vendas nos estabelecimentos próprios, 40% da revenda para lojistas e os restantes 20% são obtidos durante o evento.

Neste momento, a produção está em estágio avançado na fábrica, que conta com 25 trabalhadores. Os pedidos para lojistas começaram a ser enviados em fevereiro e devem continuar sendo entregues até abril. Diariamente, um caminhão de uma transportadora passa na empresa para recolher as encomendas.

Ao todo, a Imperial deve produzir mais de 100 mil peças neste ano, a maioria delas para a linha infantil, que é o carro-chefe da companhia.

Em Nova Petrópolis, a maioria das malharias é de pequeno porte.

Roni rigon

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venda direta | Na Imperial, de Neumann, o consumidor final puxa a demanda

Festimalha espera repetir 2017

Principal vitrine das empresas têxteis de Nova Petrópolis, o Festimalha chegará à sua 29ª edição esperando repetir os números de 2017. Sendo assim, a expectativa é por um público superior a 100 mil pessoas e um faturamento de R$ 27 milhões, de acordo com a Associação Comercial e Industrial do município (Acinp). Neste ano, o evento ocorrerá entre 26 de abril e 3 de junho.

– Se repetirmos o desempenho de 2017, estaremos satisfeitos. Mas um fator importante será o clima. As pessoas comprarão malha se estiver frio – salienta José Paulo Boelter, presidente da Acinp.

Ao todo, 45 malharias estarão presentes no festival, que também conta com atrações gastronômicas e culturais. A maioria das marcas é de Nova Petrópolis, mas também haverá estandes de algumas fabricantes de Picada Café. As companhias deverão disponibilizar mais de 400 mil peças aos consumidores que visitarem o Centro de Eventos de Nova Petrópolis.

Boelter destaca que os preços devem se manter em um patamar semelhante ao do ano anterior., sem grandes reajustes. Ainda assim, ressalta que o foco das empresas locais é a fabricação de artigos com maior durabilidade, feitos com matéria-prima de qualidade. Isso faz com que o produto final tenha um valor maior do que uma malha vinda da China, uma das maiores concorrentes das empresas serranas nos últimos anos.

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