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Atrás de recursos

em meio a um mercado cada vez mais aquecido, startups gaúchas tentam atrair a atenção de investidores

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FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com

O número de startups (Segundo o Sebrae, startup é uma empresa nova, até mesmo embrionária, que conta com projetos promissores, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Geralmente são negócios de base tecnológica, baixo custo inicial e expectativa de grande crescimento.) no Brasil se multiplica em escala exponencial a cada dia. Em um mercado no qual a competição só aumenta, conseguir capital externo é um passo importante na trajetória até o sucesso. Para isso, as startups gaúchas mostram suas credenciais e tentam convencer fundos e investidores a apostarem nelas. Neste contexto, soluções em áreas como saúde, meio ambiente, finanças e realidade virtual são algumas das que despontam na frente.

Após lançar um suporte sanitário para reduzir o uso da descarga há cerca de dois anos, a Piipee agora busca a consolidação. A empresa de Bento Gonçalves vive a expectativa de conseguir R$ 2,5 milhões para ampliar a produção e lançar novos artigos. O objetivo é conseguir um parceiro que ajude financeiramente, mas também abra portas no mercado.

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PIIPEE  Ezequiel da Rosa e seus sócios desenvolveram solução que ajuda a diminuir o uso de descarga

O carro-chefe da Piipee é um dispositivo acoplado ao vaso sanitário ou ao mictório que, quando acionado, solta uma substância que elimina as bactérias da urina e exala um perfume. O artigo possibilita a redução do uso de água e traz economia financeira para o usuário, relata Ezequiel da Rosa, um dos fundadores da empresa.

– Temos um cliente em que cada descarga custava R$ 0,25. O custo do Piipee é de R$ 0,05. Em uma empresa com mil funcionários, por exemplo, quando se põe na planilha, esses R$ 0,20 geram uma economia – sintetiza Rosa. 

Já a Jober, de Gramado, aposta em um serviço para emplacar no mercado. Trata-se de uma plataforma de busca de empregos que reúne as vagas disponibilizadas em uma série de sites na internet. 

– Queremos fazer com que a busca de emprego na internet seja tão fácil quanto pedir uma pizza – aspira Gregório Nardini, um dos criadores da plataforma. 

Ainda em estágio inicial, o serviço deve ir ao ar em 2018. Nardini e seus sócios calculam que um investimento de R$ 200 mil seria necessário para a Jober se viabilizar. Parte do montante já está garantido. Isso porque a startup gramadense foi uma das vencedoras de uma batalha de startups realizada durante o Gramado Summit, evento ocorrido no início de agosto. Como prêmio, embolsou R$ 50 mil. 



Uber da saúde  

Na hora de criar o próprio negócio de base tecnológica é comum que os empreendedores se inspirem nos cases de grandes marcas que começaram como startups. A Rapidoc, por exemplo, se espelhou no Uber para oferecer um serviço na área da saúde. Por meio de um aplicativo, o paciente pode chamar um médico, enfermeiro ou outro especialista para atendê-lo em casa.

– A ideia é inverter a lógica. Ao invés do paciente ir ao médico, o médico vai até o paciente – aponta Ivan Martins, diretor-executivo da Rapidoc.

O aplicativo da startup de Novo Hamburgo já está disponível para download e conta atualmente com mais de 500 profissionais da saúde e mil usuários registrados. Agora, o objetivo é expandir o raio de alcance para diferentes cidades do Brasil, já que a base de cadastros ainda está muito centrada em Porto Alegre e São Paulo. Para investir em marketing, Martins calcula que seria necessário R$ 1 milhão.

No caso da BSMotion, de Canoas, a busca neste momento não é por dinheiro, mas sim por parcerias que permitam levar seu produto ao mercado. A startup fabrica simuladores de movimento com tecnologia de realidade virtual. Uma das máquinas é um jogo de corrida, no qual o usuário tem a sensação de estar dirigindo um carro de Fórmula 1 de verdade.

– Nossa ideia é colocar máquinas em espaços de grande circulação, como shoppings, para validarmos o modelo de negócio. Depois vamos procurar investimento para multiplicar o que criamos – explica Gabriel Sffair, um dos sócios.

Fintechs, a bola da vez

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EMPRÉSTIMO  Jardel Santos, Diego Dal Bó e Natália Borges vão atrás de R$ 350 mil para sua Fintech entrar em vigor

Entre diferentes setores que despontam dentro do universo das startups, as Fintechs começam a consolidar uma posição de destaque. Soluções nesta área têm mexido com a hegemonia do sistema bancário tradicional, oferecendo aos consumidores um novo leque de serviços financeiros. Por conta disso, tornaram-se uma das queridinhas dos investidores no momento.

Quem precisa de um empréstimo certamente já tomou um susto com as altas taxas de juros cobradas pelos bancos. De olho nesta situação, a startup caxiense MEEmpre$ta pretende interligar pessoas que precisam de dinheiro e outras dispostas a emprestar, deixando que as partes negociem livremente as condições da transação. A empresa faria a intermediação, verificando se o CPF do usuário está livre de pendências e autenticando as transações.

– Do lado do tomador, ele vai conseguir crédito mais barato que no mercado. E o investidor pode conseguir, com os juros, um retorno maior que o obtido em algumas aplicações, como CDB – define Diego Dal Bó, um dos fundadores da iniciativa ao lado dos sócios Jardel Santos e Natália Borges.

A expectativa é de que a plataforma seja ativada em 2018. Para isso, a MEEmpre$ta está em busca de um investidor-anjo, que entraria com o capital necessário para fazer a empresa deslanchar. A projeção é de que são necessários cerca de R$ 350 mil para a operação garantir seu funcionamento.

Por outro lado, a Fast2Pay, mais uma fintech de Caxias do Sul, está de olho no nicho de meios de pagamentos. A ideia do negócio é tornar o celular um substituto da carteira na hora em que o cliente for pagar a conta nos estabelecimentos conveniados. A partir do download de um aplicativo, o consumidor se cadastraria, colocando os dados de seu cartão. Com isso, a fatura chegaria direto no smartphone, bastando um toque na tela para autorizar o débito ou crédito.

– Até o fim do ano, queremos estar presentes em 250 estabelecimentos em Caxias – projeta um dos criadores da marca, Teilor Valduga.

Atualmente, a Fast2Pay está testando o serviço em uma hamburgueria caxiense. Em um primeiro momento, o foco será em consolidar o aplicativo em Caxias. Depois, a meta é expandir a ação para outros municípios da Serra.

O que o investidor quer

No mundo das startups, o investidor é uma figura crucial para que as ideias saiam do papel e efetivamente sejam colocadas no mercado. Envolvimento da equipe com o projeto, a escalabilidade e o grau de inovação do negócio estão entre os principais fatores que os “mecenas” levam em consideração no momento de colocar recursos em uma empresa iniciante.

– Escalabilidade é importante. Não faz sentido investir em um negócio que está restrito a um mercado pequeno, sem potencial para crescer. Negócios inovadores são aqueles que podem se tornar globais – aponta Euler Souza, um dos representantes da Inseed Investimentos.

A Inseed gere dois fundos para investimentos em startups, um voltado a iniciativas na área de meio ambiente e outro de soluções inovadoras em diferentes segmentos. Ao todo, mais de R$ 390 milhões devem ser alocados em negócios do gênero.

Outros aspectos que os investidores levam em consideração antes de abrir a carteira são o retorno financeiro e o grau de envolvimento na gestão da startup beneficiada. O investidor Mauricio Perucci (Segundo Perucci, o tempo de retorno do investimento pode variar de dois a até 10 anos, dependendo da startup.) lembra que, por mais promissora que seja a startup, o aporte não costuma gerar um retorno imediato.

Em geral, os fundos entram com o dinheiro em troca de um percentual da startup. O valor a ser desembolsado, na média, fica acima de R$ 1 milhão. Outra vertente é o investimento-anjo, no qual pessoas físicas contribuem, mas geralmente sem entrar na composição societária. Neste caso, os valores concedidos são mais baixos, geralmente na faixa dos R$ 50 mil.

Maioria fracassa

Da mesma forma como nascem em velocidade acelerada, as startups também morrem rapidamente. Três de cada quatro empresas iniciantes criadas no Brasil não conseguem sobreviver, conforme a Associação Brasileira de Startups (ABS). A entidade calcula que hoje existem mais de 5 mil empreendimentos do tipo no país. Sendo assim, 3,7 mil deles devem ficar pelo caminho.

O diretor-executivo da ABS, Rafael Ribeiro, aponta dois motivos para o alto grau de insucesso. O primeiro é a falta de diversidade no perfil dos integrantes da equipe. É muito comum que as iniciativas sejam conduzidas por jovens, geralmente colegas de faculdade. Por conta disso, os sócios tendem todos a dominar a mesma área. O ideal, na visão de Ribeiro, é ter especialistas em diferentes temas no time.

A falta de contato com o público consumidor representa um segundo fator que pode fazer uma empresa iniciante escorregar.

– As startups que hoje têm sucesso são as que procuram validar seu processo e pedem a opinião do cliente. Os clientes ditam a funcionalidade de uma empresa – salienta Ribeiro.

A técnica do Sebrae-RS Débora Chagas frisa que um bom plano de negócio aumenta as chances de sucesso de um empreendimento. Além disso, para prosperar, a empresa precisa oferecer uma solução concreta ao mercado.

– A startup tem de resolver um problema real. É fundamental ir testando a solução no mercado para ver se ela está aderente – define Débora.

Há dois anos, o Sebrae gaúcho criou um programa para auxiliar as startups a aprimorarem a gestão. Mais de 100 empresas passaram pelo serviço, sendo que 70 permanecem ativas.

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