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O mito do diferencial de preço

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Marcos Carbone

Presidente da Câmara De
Dirigentes Lojistas de Bento
Gonçalves (CDL-BG)

Imagine-se na seguinte situação: você precisa comprar um determinado brinquedo para o aniversário de sua filha. Na primeira loja que vai procurar pelo presente, encontra a porta do estabelecimento fechada. O atendente que chega para recebê-lo está desanimado e, com poucas palavras, o conduz até a seção onde está o item desejado. Ali, apenas lhe informa o custo da mercadoria e fica aguardando sua decisão de compra.

Agora transporte o mesmo episódio para um cenário diferente: você entra em outra loja, onde é recepcionado de imediato, na porta, por um vendedor genuinamente interessado em descobrir de que forma pode ajudar. Ele, então, lhe mostra não apenas onde está o brinquedo, mas compartilha com você uma verdadeira aula sobre todos os diferenciais e funcionalidades do produto. Na hora do pagamento, apresenta uma série de opções para você fazer o melhor negócio. E, antes de finalizar a compra, ele entrega na sua mão um cartão e uma caneta, para que você preencha e anexe ao presente de sua filha.

O preço do brinquedo pode ser idêntico nas duas lojas. Mas em qual delas o produto tem mais valor?

Esse exercício simples ajuda a desconstruir um mito erroneamente enraizado no comércio: que o preço é o único atributo percebido pelo cliente e fator exclusivo capaz de motivar ou não a decisão da compra. Obviamente cliente nenhum vai compactuar em pagar um valor extrapolado ou incoerente por determinado produto – até porque, com a facilidade de acesso à informação permitida pelos recursos tecnológicos, uma consulta comparativa de preços não leva mais do que alguns minutos. Mas o consumidor está, sim, disposto a investir em uma experiência de compra diferenciada.

Num cenário em que o e-commerce cresce e até as redes sociais acabam se tornando instrumento para oferta e venda de produtos, o comércio tradicional precisa estar atento para garantir que o consumidor não o abandone – e, principalmente, escolha seu estabelecimento para o momento de investir em compras. O atendimento ainda é um diferencial nesse mercado competitivo.

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O público quer ser bem tratado no comércio. A loja que fizer isso com excelência larga na frente diante do desafio de
fidelizar um consumidor.

Uma pesquisa (trabalho de conclusão de curso de Larissa Signor) divulgada recentemente pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bento Gonçalves (CDL-BG) comprova essa proposição. O estudo mostrou que o preço aparece na quarta colocação entre os itens percebidos pelo cliente na hora de avaliar um estabelecimento. Já o atendimento está nas primeiras posições. São indicadores que revelam uma oportunidade valiosa para o setor: o público quer ser bem tratado no comércio. A loja que fizer isso com excelência certamente larga na frente diante do desafio de fidelizar um consumidor.

Se você, lojista, sentiu-se aliviado ao ler esse último parágrafo porque pensou “estou a salvo, cliente nenhum reclama da minha loja”, cuidado. Faça uma auto-avaliação bastante criteriosa do seu estabelecimento e do comportamento de sua equipe. Lembre-se que, na maior parte das vezes, o cliente realmente não reclama com o lojista. Ele simplesmente troca de loja e procura outra que lhe ofereça uma experiência mais satisfatória e adequada às suas expectativas.

Se você realmente está fazendo um trabalho de excelência no quesito serviço e atendimento, parabéns. Isso quer dizer que seu negócio entendeu as mudanças do perfil do novo consumidor e está consciente da responsabilidade de se adaptar às suas exigências. Uma delas é a humanização nas relações comerciais. Estabelecer laços tem sido cada vez mais decisório para a tomada de decisão por uma marca em detrimento a outra.

Esse é só mais um entre tantos aspectos que precisam ser considerados na rotina do varejo. Trabalhar com comércio exige um exercício diário de reinvenção em busca de competitividade. É preciso estudar o mercado, ofertar um mix interessante e atrativo de produtos, criar promoções que chamem a atenção do consumidor, investir em treinamento e qualificação para oferecer ao cliente uma experiência diferenciada de compra, fidelizando sua preferência – sempre sem descuidar das rotinas administrativas, manejando alternativas para suprir as deficiências que, muitas vezes, a gestão pública não é eficiente em atender, com destaque para a questão da segurança, deficiência histórica no país. Não é à toa que os profissionais do segmento são chamados “guerreiros do comércio”.

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