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VENDA DE PRODUTOS caxienses para o exterior demonstra reação e totaliza
US$ 412,6 milhões ao longo de 2017

Mobirise



FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com

No decorrer dos primeiros sete meses de 2017, a exportação de produtos caxienses começa a esboçar uma reação. De janeiro a julho, as vendas externas de Caxias do Sul totalizaram US$ 412,6 milhões, um incremento de 7% na comparação a igual período de 2016, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Em um cenário ainda marcado pela recessão, os negócios internacionais são um dos primeiros indícios de que a retomada da economia da cidade pode estar próxima.

O diretor de Economia, Finanças e Estatística da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) Astor Schmitt vê os números da balança comercial em 2017 como um bom sinal, mas enfatiza que eles devem ser analisados com cautela:

– O montante das exportações, mesmo que tenha melhorado, está bem abaixo da média dos melhores anos de exportação de Caxias. Chegamos a exportar mais de US$ 1 bilhão por ano. Neste ano, se mantivermos o ritmo, vamos ficar em torno de US$ 700 milhões a US$ 800 milhões.

De uma maneira geral, o desempenho do mercado externo nos primeiros meses do ano tem rendido bons frutos para diversas empresas. A Marcopolo, maior vendedora internacional da cidade, teve na exportação sua principal fonte de ingressos no primeiro semestre do ano, obtendo mais de US$ 100 milhões.

No balanço financeiro da companhia, essa receita, já convertida para reais, chegou a R$ 467,5 milhões, uma expansão de 34% frente ao mesmo período de 2016. Para efeito de comparação, o mercado interno gerou R$ 437,4 milhões, alta de 13%.

Com as exportações somadas a outros R$ 390,7 milhões obtidos a partir da produção das plantas localizadas em nove países, o mercado externo proporciona dois terços de toda a renda da Marcopolo.

– O ano começou um pouco fraco, mas viemos nos últimos três ou quatro meses com uma quantidade de pedidos bastante relevante. Prevemos no segundo semestre um volume de exportações similar ao do primeiro – afirma André Armaganijan, diretor de estratégia e negócios internacionais da empresa.

Mobirise

retomada Paulo Gomes prevê alta nas vendas da Fras-le em 2017

Atualmente, Chile, Peru, México e Argentina são alguns dos principais destinos da produção da Marcopolo. Países africanos e do Oriente Médio também figuram com destaque na lista de compradores. Um dos produtos com maior demanda no momento são os ônibus de dois andares. 

Balança comercial de Caxias

Em milhões de US$
Fonte: MDIC

Janeiro a julho 2017

Janeiro a julho 2016

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Expectativa no segundo semestre 

No caso da Fras-le, a segunda maior exportadora de Caxias, o primeiro semestre do ano foi inferior a igual período do ano passado. O comércio internacional foi de US$ 60,2 milhões, uma retração de 9,3%. O diretor comercial da companhia, Paulo Gomes, projeta que a retomada virá na segunda metade do ano.

A expectativa é que, ao final de 2017, o volume de vendas seja superior ao de 2016, quando totalizou US$ 126,8 milhões. O montante inclui os negócios oriundos da unidade caxiense e das plantas na China e nos Estados Unidos.

A empresa ainda tem escritórios e depósitos espalhados por outros países na África, na Europa e na América Latina. A implementação de estruturas da Fras-le no exterior acaba absorvendo parte das exportações anteriormente realizadas via Caxias e é apontada por Gomes como uma tendência:

– Somos ruins em infraestrutura. É difícil e caro para o caminhão chegar ao porto. Por isso, estamos abrindo operações fora do Brasil. Começa exportando por Caxias e se o mercado se torna interessante tu abres um escritório. Logo, um depósito e, depois, abres uma fábrica.

Historicamente, o mercado externo sempre respondeu por uma fatia expressiva das receitas da fabricante de autopeças, na casa dos 40% a 50%. A planta dos Estados Unidos é responsável por fornecer lonas e pastilhas para pick-ups para o mercado estadunidense.

Enquanto isso, a fábrica chinesa é focada em lonas e pastilhas de caminhões, atende a Ásia e também países europeus. Já Caxias detém o portfólio completo de artigos. Hoje, Estados Unidos, Argentina, México e Rússia são os principais compradores da marca caxiense. O quinto lugar no ranking varia entre Austrália, Egito e China.

Estratégia para amenizar a crise

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transformação  Mercado externo representa 50% da receita da Hyva, diz De Antoni

A combinação de câmbio fortalecido e o desaquecimento do mercado interno fez com que uma série de empresas caxienses olhasse o mapa de maneira diferente. O foco nas vendas internacionais aumentou. Diversos exportadores de Caxias do Sul apontam o comércio exterior como uma ferramenta que ajudou a amenizar os efeitos da crise no Brasil. Em alguns casos, esse segmento passou a representar a metade ou até mais do faturamento das companhias.

Na Hyva do Brasil, as exportações respondem hoje por metade de toda a receita. A fabricante de guindastes e de artigos hidráulicos vivencia desde 2013 uma profunda transformação na composição de suas vendas. 

– Em 2013, as exportações representavam 27% das vendas. Hoje está em 50% do total. Isso ocorre pelo aumento das exportações, mas também pela diminuição do mercado interno – relata o presidente da Hyva, Rogério de Antoni.

No primeiro semestre deste ano, o volume total de vendas para o exterior subiu em comparação com igual período do ano passado. A tendência é arrecadar de US$ 50 milhões a US$ 60 milhões no mercado externo em 2017, com um crescimento que chegaria a até 12% frente a 2016. Os cilindros hidráulicos puxam a demanda externa, que é proveniente principalmente de países latino-americanos.

Hoje, Chile, Argentina e Peru estão entre os principais compradores da Hyva. A marca, porém, pretende diversificar os mercados e olha com atenção para Colômbia, Equador e países asiáticos, como o Vietnã.

Em Caxias também há casos de companhias que quase não exportavam e revisaram essa estratégia operacional, em função da conjuntura. É a situação da Foca Controles, que mudou de postura na hora de procurar clientes internacionais. Fabricante de elevadores e catracas, a companhia tem como foco o mercado latino-americano.

O gerente comercial da Foca, Rodrigo Montini, lembra que o dólar na acima dos R$ 3,10 tem sido favorável à exportação para países no continente americano. Esse foi um dos elementos que fez a marca ampliar os contatos fora do Brasil.

Em 2017, as vendas da Foca para solo estrangeiro representam 12% da receita total. Pode parecer pouco, mas no ano passado o montante não ultrapassava os 2%. Atualmente, a empresa se enquadra, segundo o MDIC, na categoria de exportadores até US$ 1 milhão.

– Ideia é fortalecer mais a exportação no segundo semestre, chegando a 20% do faturamento – aponta Montini.

 Compras da China

Do ponto de vista da importação, o domínio dos produtos chineses é um fenômeno já consolidado tanto na pauta do Rio Grande do Sul como na do Brasil. Não é diferente ao se analisar o cenário de Caxias do Sul, que vê a China cada vez mais ampliar sua posição como principal país de origem dos artigos comprados pela cidade. Hoje, os asiáticos são responsáveis por 40% das importações de Caxias. Dez anos atrás, abocanhavam menos de 15% do mercado.

Engana-se quem pensa que os chineses estão chegando a Caxias apenas com itens de baixo valor. O país asiático vem exportando até máquinas para a indústria. Esse espaço era tradicionalmente ocupado por países como Itália e Alemanha.

– As vendas da China deixaram de ser daqueles produtos baratinhos, de loja de R$ 1,99, para produtos mais complexos, de maior valor. Por isso, a participação (no ranking de importação) está ficando maior. Eles estão se especializando em bens de capital e vão continuar aumentando as vendas para Caxias – analisa Maria Carolina Gullo, professora de Economia da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Atualmente, os alemães lideram no fornecimento de equipamentos para a indústria têxtil, enquanto os italianos disputam no mercado moveleiro e metalomecânico, segmento que os chineses começaram a desbravar recentemente. Ao todo, os bens de capital representam 43,4% do total de artigos trazidos do exterior para Caxias. A maior parte (48,8%) é de bens manufaturados e matérias-primas. Os bens de consumo respondem por 7,7% da importação.

Principais mercados

Fonte: MDIC

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Caxias Exporta

Carrocerias

US$ 81,8

milhões

Automóveis

US$ 38,9

milhões

Guarnições de fricção

US$ 37,5

milhões

Partes e acessórios de veículos

US$ 36

milhões

Reboques e semirreboques

US$ 30,4

milhões

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