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O emprego formal
em Caxias do Sul

Mobirise



LODONHA MARIA PORTELA COIMBRA SOARES

Coordenadora do Observatório do Trabalho da
Universidade de Caxias do Sul (UCS)

Desde 2015, acirrou-se a crise no mercado de trabalho formal brasileiro, crise que vem sofrendo impacto direto das incertezas políticas. Os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) estão cada vez mais cautelosos nas tomadas de decisões, os investimentos estão mais escassos e as reformas necessárias para a modernização econômica encontram-se indefinidas. Com toda essa incerteza, a variável trabalho é duramente afetada.

A crise econômica que levou à recessão da economia brasileira remete diretamente ao fechamento de postos de trabalho formais, o que leva ao aumento do “empreendedorismo por necessidade”, que, por sua vez, faz aumentar a taxa de desemprego. No primeiro trimestre de 2012, a taxa de desemprego no Brasil era de 7,9%. Já no final de 2014, estava em 6,5% – considerada pelos economistas quase uma taxa de pleno emprego.

No entanto, no primeiro trimestre de 2017, a taxa de desemprego atingiu 13,7%, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE. É importante ressaltar que essa taxa não leva em consideração as pessoas que, mesmo desempregadas, não procuraram emprego nos 30 dias anteriores à pesquisa. Elas constituem o chamado “desemprego por desalento”, não possuem trabalho e nem procuraram novas oportunidades, por desestímulos do mercado de trabalho ou por outras circunstâncias.

É neste contexto que se deve olhar com mais acuidade para a movimentação dos postos de trabalho formais em Caxias do Sul, que vem apresentando saldo positivo, ou seja, um número maior de trabalhadores admitidos do que desligados.

Nos primeiros sete meses do ano de 2017, 636 novos postos de trabalho foram criados no município. O setor que mais contribuiu com esse aumento foi o da indústria de transformação, com 822 vagas abertas, seguido pelos setores de serviços e da agropecuária, com 214 e 126 vagas, respectivamente. Já os setores que mais fecharam postos de trabalho foram a construção civil (-337) e o comércio, com 127 vínculos encerrados.


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O Sebrae divulgou pesquisa apontando que as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais são quem mais abriu novos postos – cerca de 54% das vagas formais

Dentro da indústria de transformação, o subsetor da indústria metalúrgica foi o que apresentou maior saldo, seguido pela indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecido. Esses dois subsetores juntos responderam pela criação de 411 postos de trabalho em 2017. Já nos serviços, os destaques positivos são os segmentos do ensino; e dos serviços médicos, odontológicos e veterinários, com abertura de 149 e 147 vagas, respectivamente.

Por outro lado, verifica-se que os subsetores que mais fecharam postos de trabalho no ano foram os da construção civil (-337); transporte e comunicações (-78); e instituições de crédito, seguros e capitalização (-77).

Apesar da pequena reação no desempenho apresentada pelo mercado formal de trabalho de Caxias do Sul em 2017, a queda no emprego nos anos anteriores foi acentuada e ainda reflete nos números do emprego na cidade. Somente nos últimos 12 meses (julho de 2016 a julho de 2017), contabiliza-se o encerramento de 2,6 mil postos de trabalho – um decréscimo de 1,7% sobre o total de empregos formais.

Diante de toda a conjuntura econômico-política e social, o Sebrae divulgou uma pesquisa nacional apontando que as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais, que respondem por 27% do PIB do Brasil, são as que mais abriram novos postos de trabalho – cerca de 54% das vagas formais.

A pesquisa destaca, ainda, que os pequenos negócios foram responsáveis por 264 mil contratações no primeiro semestre de 2017, com maior concentração nos setores de comércio e serviços. Em contrapartida, as grandes e médias empresas vêm fechando sistematicamente suas vagas de emprego, tendo desligado, nos primeiros seis meses do ano, 170 mil trabalhadores.

Essa movimentação vem sendo verificada em nível nacional, estadual e municipal. O cenário, portanto, é de cautela.

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iotti@iotti.com.br

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