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“Ingressamos numa nova era”

David Randon, presidente da RAndon SA, diz que o momento de crise foi transformado em aprendizagem e aposta em sinais de retomada

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SILVANA TOAZZA
silvana.toazza@pioneiro.com

“A Randon está absolutamente afinada com o tamanho do mercado e, mais importante, preparada para a retomada.”

A declaração de David Randon, presidente da Randon SA Implementos e Participações, confirma que o grupo fundado por seu pai, Raul Randon, fez ajustes necessários – incluindo demissões – para enfrentar nos últimos anos a pior crise do setor automotivo pesado. E, agora, confia em sinais de retomada.

Os números tingidos de azul trouxeram alento e esperança: no segundo trimestre (abril a junho de 2017), a receita bruta total da companhia somou R$ 1,034 bilhão, 5,1% superior à performance do mesmo período de 2016 (R$ 984,2 milhões).

A Randon sabe da importância que exerce nos mercados nos quais opera, ao empregar 7.824 funcionários no mundo, em suas nove empresas atuantes nos segmentos de veículos e implementos, autopeças e serviços financeiros.

Em entrevista ao Pioneiro, David Randon, que completou 58 anos neste domingo, fala sobre as perspectivas de uma das maiores indústrias caxienses. 

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cenário Com gestão de custos, companhia atingiu indicadores positivos, comemora David Randon

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O impacto negativo nas receitas nesta longa recessão só não foi maior por conta dos negócios externos

  • Pioneiro: Quais as alternativas para driblar a crise?
    David Randon: Sem dúvida, estamos ainda enfrentando a mais grave e mais prolongada crise que atingiu frontalmente a economia e o nosso setor, em especial. Temos tentado transformar este período em aprendizagem, com muita gestão de custos e buscando alternativas voltadas à sobrevivência da companhia e à manutenção dos postos de trabalho. O resultado deste empenho da gestão em todos os níveis é que a Randon está absolutamente afinada com o tamanho do mercado e, mais importante, preparada para a retomada. 
  • Quais são as projeções para o fechamento de 2017? 
    Depois de feito um verdadeiro raio-x na estrutura, gestão e processos das empresas nos últimos anos, visando à adequação aos novos tempos, a Randon ingressa numa nova era e já voltou a apresentar indicadores positivos, ainda que tênues, retratados no balanço semestral. Esperamos que o cenário continue mostrando sinais mais consistentes de retomada para que tenhamos um 2017 favorável e sem grandes percalços. 
  • Como o mercado internacional contribuiu para amenizar a retração dos negócios no país?
    Quanto maior o grau de inserção internacional da empresa, menor será o impacto nas receitas nas crises. São mercados complementares. Nunca excludentes, até porque não é possível entrar e sair de um mercado externo quando se quer. É preciso conhecer a cultura e avançar nas negociações visando formar uma verdadeira parceria estratégica. No caso da Randon, o impacto negativo nas receitas nesta longa recessão só não foi maior por conta dos negócios externos com embarques diretos do Brasil e de nossas unidades no Exterior (EUA e China, no caso da Fras-le). 
  •   Quantas plantas industriais o grupo possui e quais os planos de expansão?
    A Randon conta com os dois sites em Caxias (Randon Interlagos, com plantas da Randon Implementos, Randon Veículos, Suspensys, Master, Castertech, JOST e, ainda, Randon Consórcios) e o site da Fras-le. No Exterior, temos as unidades da Randon na Argentina e da Fras-le em Pinghu (China) e Alabama (EUA). Temos a Randon Chapecó (SC) e estamos dando andamento à Randon Araraquara (SP). E, recentemente, formalizamos uma joint venture com a chilena Epysa para implantarmos uma unidade no Peru. 
  • Quais os ensinamentos do fundador, Raul Randon, que norteiam a conduta de filhos, acionistas, executivos e equipes para perpetuar uma empresa como a Randon? 
    A Randon é hoje uma empresa profissionalizada, fundada por um visionário com o olhar muito à frente e que tem o empreendedorismo em seu DNA. Esse atributo foi, sem dúvida, impregnado em nossas empresas. Além da visão, nosso presidente do Conselho de Administração, Raul Randon, com sua sabedoria de 88 anos, também nos mostra sempre que é preciso antever os fatos, ter ousadia, mas estar sempre preparado para o desafio crescente do mercado. Sua receita inclui ainda bons executivos e gente do bem que seja comprometida e que goste do seu trabalho. 
  • Qual foi a grande sacada que garantiu ao grupo tornar-se líder no seu mercado?Foram várias, mas eu destacaria a antevisão de Seu Raul que percebeu o crescimento de um Brasil continental que precisa transportar tudo o que produz. Esse fato, por si, já foi importante para dimensionar o mercado. Mas a isso acrescentamos a necessidade de inovação permanente para que pudéssemos, como acontece até hoje, não só conquistar, mas manter os clientes. E aqui, novamente, entra o capital humano de elevada qualificação e seriedade. 
  •   Por não ser estratégica em termos de logística e custos, Caxias do Sul está ameaçada de perder a Randon? 
    Não. Caxias do Sul acolheu a Randon desde o início de sua trajetória de quase 70 anos e é onde está a parte mais expressiva de nossas empresas e, principalmente, de nosso time. Como qualquer organização dinâmica, a Randon precisa crescer e tem de olhar permanentemente para onde estão as possibilidades. Essa é uma regra básica de quem quer perpetuar uma empresa para além de sua atual geração. Foi assim com todas as unidades fora de Caxias e fora do Brasil, e nem por isso deixamos a nossa terra.

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