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06 de AGOSTO de 2018

+ entrevista

Caminho para empreender

jornalista de formação, verônica machado hoje ajuda quem deseja montar o próprio negócio digital

Mobirise



JULIANA BEVILAQUA

juliana.bevilaqua@pioneiro.com.br

Contar histórias sempre foi uma paixão da jornalista de Brasília Verônica Machado. Mas ela descobriu outra ao ajudar a mãe a montar um site para venda de pratos congelados. Resolveu unir, então, o gosto pela reportagem à veia empreendedora que despontava. Criou o projeto Vidas Contadas, que foi viabilizado através de financiamento coletivo.

Estava realizada, mas percebia que nem todos os colegas estavam motivados como ela. Foi aí que descobriu, de fato, sua missão: ajudá-los – assim como ajudou sua mãe a tornar realidade o desejo de estar na rede mundial de computadores. Surgia aí o Jornalista 3.0 que oferece cursos para profissionais que queiram montar seu próprio negócio na internet.

Verônica reuniu uma comunidade com mais de 200 jornalistas que desejam colocam projetos digitais no ar. Em dois anos, foram 45 no Brasil e até na Nova Zelândia.

A mais nova empreitada é o Agência 30, um reality show onde ela mostrará o passo a passo para montar a agência online de mídias sociais dela. Os inscritos receberão vídeos com as ações específicas que serão realizadas para construir o negócio.

Nesta entrevista, Verônica dá dicas para quem deseja empreender, independente da área de atuação e, principalmente, fazer dar certo. Ou, nas palavras dela, ter boletos pagos e geladeira cheia. Confira: 

alice vergueiro, divulgação

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jornalista 3.0 | Verônica montou rede com mais de 200 jornalistas interessados em empreender

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O primeiro ponto é identificar o que a pessoa sabe fazer. E, depois, pensar como é possível servir às pessoas com essas habilidades.

  • Pioneiro: Tua experiência de empreendedorismo é no jornalismo. Como as pessoas podem empreender, independente da profissão?
    Verônica Machado: O primeiro ponto é identificando o que a pessoa sabe fazer. O que eu sei fazer, quais são as minhas habilidades? E, depois, começar a pensar como ela pode servir às pessoas com essas habilidades. Então, identificar onde tem uma necessidade, onde tem um problema, onde tem uma dor a ser resolvida e falar assim: “Ah, beleza, como eu ajudo a diminuir essa dor ou suprir essa necessidade?” Eu posso fazer isso e isso, eu não preciso mudar o mundo, mas posso usar determinadas habilidades e competências para montar produtos e serviços e oferecer para essas pessoas. Eu acho que esse é o princípio básico.  
  • E como se dá esse primeiro passo? Como se decide que chegou a hora de começar a empreender?
    Eu acho que a gente nunca tem uma certeza absoluta. Mesmo que a gente já esteja empreendendo há muito tempo, a gente sempre vira e pensa: meu Deus, será que estou no caminho certo? Agora eu vou empreender, a gente sempre diz, mas é de pouquinho em pouquinho, sabe? Você não precisa sair do seu emprego para começar a empreender. Empreendedor vem do grego, aquele que realiza, então você pode estar no seu trabalho, mas fazer um projeto paralelo, por exemplo. É realizar projetos, coisas, começar a entender que você pode começar de pouquinho em pouquinho, resolvendo coisas pequenas já é empreender. Essa coisa do “já estou empreendendo” começa sem você perceber que realmente está empreendendo. Só de você falar para as pessoas sobre a sua ideia já é uma forma pequenininha, bem simples, mas de empreender.    
  • Como transformar uma ideia em negócio?
    Acho que o mais importante é perceber se alguém está disposto a pagar pelo que você faz e oferece. Você tem de fazer ciclos curtos de feedback. Mínimos produtos viáveis, que é pegar a tua ideia e fazer um protótipo dela e jogar para o mercado para saber se alguém tem interesse. Eu resolvo o problema de alguém? Ótimo, é o que eu penso, mas deixa eu colocar no mercado para ver se alguém realmente tem interesse ou alguém compra pequenininho. Porque se compra pequenininho, legal, já estou resolvendo o problema de alguém e é aí que eu começo a crescer e desenvolver. Então, ganhar dinheiro é uma troca de ajudar o outro. Não é eu ganhar dinheiro às suas custas. Como resolvo o problema de alguém? Eu te ajudo a resolver esse problema e em troca você me ajuda para que eu tenha boletos pagos e geladeira cheia para que eu continue fazendo isso com outras pessoas. É uma onda de coisas boas, de pessoas que se ajudam.  
  • Quando você decidiu empreender, enfrentou desafios. Tem um tempo para as coisas começarem a dar certo?
    Não sei responder, depende muito de cada um. Tem gente que começa a dar certo logo no início e tem gente que demora muito, mas o fato é que todos esses tipos de pessoas têm de ter resiliência. Vai ter problema no caminho, vai ter erro no caminho, não tem atalho para começar a dar certo. Tem gente que começa a dar certo mais de início, mas tendo tropeços no caminho, e tem gente que, poxa, trabalha bastante antes de começar a ganhar dinheiro com protótipos, com testes, para começar a entender o que o mercado realmente precisa. Depende de cada um.  
  • Tem algum momento em que a pessoa tem de parar para pensar: não está dando certo, tenho de desistir?
    Com certeza. Ela vai saber, no fundo, se aquilo vale a pena insistir ou se realmente ninguém está comprando. Está te dando prejuízo? Tem como consertar? Tem. Ótimo. Não tem como consertar? Acabou. Vamos partir para outra coisa, vamos fazer outras coisas.  
  • Dá para empreender sendo funcionário?
    Com certeza. Claro que te exige muito mais de energia. Você tem de fazer o seu trabalho na empresa e depois fazer o seu negócio dar certo em paralelo. Então, é muito possível, desde que você tenha energia para isso. E vai fazendo, nessa dica de fazer de pouquinho em pouquinho. Você não precisa montar uma empresa concorrente da empresa em que você trabalha. Pode ser um pequenininho que você faz e que você já está empreendendo, ganhando dinheiro em paralelo. 

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