10 de setembro de 2018

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A urna e o empreendedor

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URANIO BONOLDI

Consultor, palestrante e coach

Ter o seu próprio negócio em qualquer lugar do mundo não é tarefa fácil. Exige persistência, determinação e atenção ao risco e retorno. Empreender em um país com economia instável e crise política, como o Brasil, é um desafio ainda maior. Incrivelmente, contrariando todas as imensas burocracias, dificuldades e o cenário econômico fraco (ou quem sabe por conta disso), o que mais escuto por aí é a vontade de jovens brasileiros realizarem o sonho de investir no próprio negócio.

Curiosamente, este desejo não é apenas expressado da “boca para fora”. Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com Ibope Inteligência e Rede Conhecimento Social, comprovou que o empreendedorismo é propósito de vida para 60% dos jovens. E mais! Dois terços dos brasileiros almejam abrir a própria empresa para ter mais liberdade econômica, o que mostra um estudo realizado pela MindMiners, encomendado pelo Pay Pal, que fez um raio-x do empreendedorismo no Brasil.

Ainda estamos longe de ter um ambiente confiável para empreender no país. Um empreendedor deveria ter visão de longo prazo, mas, pelas razões explicitadas acima, acaba por desejar retorno num intervalo de tempo mais curto possível e, portanto, ou o investimento se mostrará inviável, ou “quebra” pelo fato de que altos retornos, exigem a necessidade de se tomar altos riscos. Muito poucos acabam sobrevivendo a este cenário e o sonho acaba se tornando um verdadeiro pesadelo.

No fundo, muitas ações que poderiam melhorar a vida do empreendedor não receberam atenção pelos governos que tivemos. E por que esta decisão de ter o seu próprio negócio parece ser uma opção assertiva entre os jovens?

Há algumas características mais frequentes da chamada geração Y que devem ser aqui observadas: o jovem se preocupa menos com o futuro no médio e no longo prazo. Antigamente, o foco era estabelecer uma carreira e ter segurança para sustentar os filhos. Hoje, esse objetivo é diferente. A preocupação no curto prazo é maior. Há uma vontade de se sentir bem e realizado, em satisfazer um propósito. Isso pode levar a uma disposição maior a buscar uma carreira mais ousada, como o empreendedorismo. Mas será que é uma ideia que não sai do papel?

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Em época de eleição, devemos pensar em um candidato que tenha uma campanha acolhedora para este nicho do mercado que é a verdadeira locomotiva do desenvolvimento

Uma pesquisa desenvolvida pela Fundação Estudar concluiu que 69,8% dos jovens entrevistados têm vontade de empreender e só 8,8% deles, de fato, empreendem. E por quê? Devemos levar em consideração que cada pessoa tem um momento que considera ideal para tomar essa decisão. Alguns jovens preferem, por exemplo, trabalhar como colaborador de alguma empresa para adquirir experiência e empreender futuramente. Aliás, vejo nesta ideia um bom caminho a ser seguido para que ele possa adquirir tempo de aprendizagem e descubra aquilo de que verdadeiramente gosta. Outros já consideram que é importante empreender logo e ir aprendendo na prática. O que devemos de fato prestigiar é que o interesse de tanta gente em abrir um negócio próprio é por si relevante. Mas como tornar este sonho em realidade?

Em época de eleição, devemos pensar em um candidato que tenha uma campanha acolhedora para este nicho do mercado que é a verdadeira locomotiva do desenvolvimento. Apenas para pensar: no Brasil, a carga tributária sobre o PIB está na casa dos 34%, digna de países de Primeiro Mundo. Equivale a dizer que trabalhamos 154 dias do ano para pagar tributos, sendo que o retorno ao bem- estar da população deixa muito a desejar em qualidade e amplitude. Precisamos ficar atentos a quem traga soluções para a redução da burocracia, diminuição ou eliminação das contribuições infindáveis, simplificação dos impostos (reforma tributária), do pesado custo das empresas sobre a folha de pagamento, liberando assim os caminhos para o empreendedorismo, com uma carga tributária mais equilibrada.

Com as eleições se aproximando, não há mudanças mágicas, mas precisamos de um futuro presidente que proponha medidas corretas de estímulo à economia, facilitando o caminho de novos empreendedores. E assim espero! Que em 2019 o sonho de ter um negócio próprio saia do papel para inúmeros brasileiros.



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