FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com
lucas amorelli
diferencial | Oscar Ló, presidente da Garibaldi, sustenta que os prêmios internacionais reforçam a vocação da Serra para a produção de espumantes
Os espumantes produzidos na Serra têm se consolidado cada vez mais como o principal cartão de visita da vitivinicultura brasileira no Exterior. Prova disso é o recente desempenho dos rótulos gaúchos nos concursos internacionais. Nos últimos cinco anos, em torno de 70% das medalhas do Brasil em competições do setor foram conquistadas por este tipo de bebida, segundo a Associação Brasileira de Enologia (ABE). Os resultados são fundamentais para fortalecer a imagem da produção dentro e fora do país e alavancar os negócios das vinícolas do Rio Grande do Sul.
Um dos principais fatores por trás do sucesso dos espumantes nos concursos está no terroir da região serrana, considerado propício para a fabricação de um líquido borbulhante com características únicas no mundo. O gerente de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, lembra que o clima e o solo da Serra garantem um bom grau de acidez natural à uva, o que acaba se refletindo no processo de vinificação. Além disso, o dirigente ressalta a versatilidade da produção, que consegue manter o alto padrão tanto no método charmat, como no tradicional.
Em função dessas peculiaridades, o produto acabou caindo nas graças dos críticos estrangeiros. Vinícolas gaúchas já obtiveram avaliações e prêmios que não deixam nada a desejar à champagne francesa, à cava espanhola ou ao prosecco italiano. Por isso, desde o ano passado, o Ibravin definiu o espumante como o carro-chefe de sua estratégia de promoção da vitivinicultura brasileira em solo estrangeiro.
– Se o malbec remete à Argentina e o cabernet sauvignon ao Chile, a ideia é que o espumante seja sinônimo de Brasil – compara Bertolini.
O desempenho em concursos acaba se refletindo não só na imagem externa, mas também impulsiona negócios dentro do Brasil. Em meio à vasta quantidade de rótulos disponíveis no mercado, em um país ainda pouco habituado a consumir vinho, uma premiação estampada na garrafa pode acabar atraindo a atenção do consumidor.
– As premiações são importantes porque o consumidor entende que aquele produto foi degustado por um grupo de experts. E é através dos concursos que o mundo conhece nossos vinhos – destaca Edegar Scortegagna, presidente da ABE.
Vendo o potencial de mercado ainda a ser explorado com os espumantes, as vinícolas têm reforçado a aposta neste nicho. No ano passado, pela primeira vez na história, a comercialização de espumantes superou a de vinhos finos. No período, o Rio Grande do Sul vendeu 17,4 milhões de litros de espumantes contra 15,6 milhões de litros de vinhos finos, segundo dados do Ibravin. De 2007 a 2017, a elaboração da bebida borbulhante cresceu 102%. Já a de vinhos de uvas viníferas teve queda de 22%.
Entre as mais premiadas
Somente no primeiro semestre de 2018, as vinícolas brasileiras, sobretudo as gaúchas, conquistaram 136 medalhas em eventos, sendo 100 delas destinadas aos espumantes. Neste quesito, a mais vitoriosa, até o momento, é a Cooperativa Garibaldi, com 27 distinções, segundo dados da ABE. A empresa tem aumentado a produção em um ritmo médio de 30% a cada ano. Atualmente, são produzidos aproximadamente 2 milhões de litros anuais.
– A produção de espumantes é a vocação da Serra. São poucas regiões no mundo com um clima tão favorável para as uvas brancas para espumantes. Temos que explorar isso ao máximo – defende Oscar Ló, presidente da Garibaldi e do Ibravin.
Segundo Ló, o investimento em tecnologia e em melhoria na qualidade da matéria-prima explica os resultados da vinícola obtidos nas premiações no Exterior. Consequentemente, as medalhas nos concursos trouxeram maior demanda no mercado interno. Agora, como próximo passo, a Garibaldi pretende intensificar a exportação dos produtos.
O número de premiações em 2018 será superior ao de 2017. Só em concurso recente na Argentina foram obtidas 37 medalhas.
LUCAS AMORELLI
EMBARQUES | Exportações de espumantes no primeiro semestre do ano cresceu 61%
2013 e 2014 foram considerados anos fora da curva para as exportações do setor, já que, em função da Copa do Mundo de futebol, realizada no Brasil, a demanda por produtos brasileiros cresceu substancialmente.
diogo sallaberry, bd, 05/10/2017
novos mercados | Casa Perini, de Pablo Perini, começou a vender para Japão e Paraguai após ranking
Cresceu a produção de variedades de uva utilizadas nos espumantes. Entre 2013 e 2015, a colheita de chardonnay passou de 6,2 mil a 7,4 mil toneladas e a de pinot noir, de 2,4 mil a 3,1 mil toneladas.
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Premiações de espumantes reforçam a imagem das vinícolas gaúchas dentro e fora do país
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