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17 de setembro de 2018

+Vitivinicultura

Cartão de visita

premiações de espumantes reforçam a imagem das vinícolas gaúchas dentro e fora do país 

Mobirise



FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com

lucas amorelli

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diferencial | Oscar Ló, presidente da Garibaldi, sustenta que os prêmios internacionais reforçam a vocação da Serra para a produção de espumantes

Os espumantes produzidos na Serra têm se consolidado cada vez mais como o principal cartão de visita da vitivinicultura brasileira no Exterior. Prova disso é o recente desempenho dos rótulos gaúchos nos concursos internacionais. Nos últimos cinco anos, em torno de 70% das medalhas do Brasil em competições do setor foram conquistadas por este tipo de bebida, segundo a Associação Brasileira de Enologia (ABE). Os resultados são fundamentais para fortalecer a imagem da produção dentro e fora do país e alavancar os negócios das vinícolas do Rio Grande do Sul.

Um dos principais fatores por trás do sucesso dos espumantes nos concursos está no terroir da região serrana, considerado propício para a fabricação de um líquido borbulhante com características únicas no mundo. O gerente de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, lembra que o clima e o solo da Serra garantem um bom grau de acidez natural à uva, o que acaba se refletindo no processo de vinificação. Além disso, o dirigente ressalta a versatilidade da produção, que consegue manter o alto padrão tanto no método charmat, como no tradicional.

Em função dessas peculiaridades, o produto acabou caindo nas graças dos críticos estrangeiros. Vinícolas gaúchas já obtiveram avaliações e prêmios que não deixam nada a desejar à champagne francesa, à cava espanhola ou ao prosecco italiano. Por isso, desde o ano passado, o Ibravin definiu o espumante como o carro-chefe de sua estratégia de promoção da vitivinicultura brasileira em solo estrangeiro.

– Se o malbec remete à Argentina e o cabernet sauvignon ao Chile, a ideia é que o espumante seja sinônimo de Brasil – compara Bertolini.

O desempenho em concursos acaba se refletindo não só na imagem externa, mas também impulsiona negócios dentro do Brasil. Em meio à vasta quantidade de rótulos disponíveis no mercado, em um país ainda pouco habituado a consumir vinho, uma premiação estampada na garrafa pode acabar atraindo a atenção do consumidor.

– As premiações são importantes porque o consumidor entende que aquele produto foi degustado por um grupo de experts. E é através dos concursos que o mundo conhece nossos vinhos – destaca Edegar Scortegagna, presidente da ABE.

Vendo o potencial de mercado ainda a ser explorado com os espumantes, as vinícolas têm reforçado a aposta neste nicho. No ano passado, pela primeira vez na história, a comercialização de espumantes superou a de vinhos finos. No período, o Rio Grande do Sul vendeu 17,4 milhões de litros de espumantes contra 15,6 milhões de litros de vinhos finos, segundo dados do Ibravin. De 2007 a 2017, a elaboração da bebida borbulhante cresceu 102%. Já a de vinhos de uvas viníferas teve queda de 22%. 


Entre as mais premiadas 

Somente no primeiro semestre de 2018, as vinícolas brasileiras, sobretudo as gaúchas, conquistaram 136 medalhas em eventos, sendo 100 delas destinadas aos espumantes. Neste quesito, a mais vitoriosa, até o momento, é a Cooperativa Garibaldi, com 27 distinções, segundo dados da ABE. A empresa tem aumentado a produção em um ritmo médio de 30% a cada ano. Atualmente, são produzidos aproximadamente 2 milhões de litros anuais.

– A produção de espumantes é a vocação da Serra. São poucas regiões no mundo com um clima tão favorável para as uvas brancas para espumantes. Temos que explorar isso ao máximo – defende Oscar Ló, presidente da Garibaldi e do Ibravin.

Segundo Ló, o investimento em tecnologia e em melhoria na qualidade da matéria-prima explica os resultados da vinícola obtidos nas premiações no Exterior. Consequentemente, as medalhas nos concursos trouxeram maior demanda no mercado interno. Agora, como próximo passo, a Garibaldi pretende intensificar a exportação dos produtos.  

Medalhas das vinícolas brasileiras em concursos

Fonte: Associação Brasileira de Enologia (ABE) 

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O número de premiações em 2018 será superior ao de 2017. Só em concurso recente na Argentina foram obtidas 37 medalhas.

Prêmios alavancam exportações

LUCAS AMORELLI

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EMBARQUES | Exportações de espumantes no primeiro semestre do ano cresceu 61%

O destaque obtido nas premiações internacionais acaba se refletido nas exportações do setor. Desde 2015, as negociações de vinhos e espumantes apresentam crescimento. No primeiro semestre deste ano, mesmo com os vinhos representando maior volume, a expansão nos embarques de espumantes ocorreu em ritmo mais acelerado. Ao todo, foram comercializados 142,8 mil litros, incremento de 61% na comparação com igual período de 2017. Segundo o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Chile, Singapura e Polônia foram os principais destinos dos produtos.

Vinícola do país com maior número de medalhas internacionais e segunda com mais espumantes premiados no primeiro semestre do ano, a Aurora, de Bento Gonçalves, é uma das principais exportadoras do setor. Nos espumantes, a cooperativa é a campeã de embarques. A gerente de exportação e importação da cooperativa, Rosana Pasini, salienta que as premiações abrem portas em novos mercados estrangeiros.

– A maioria dos países considera muito as premiações, principalmente aqueles que não consomem tanto vinho e aí acabam vendo nas medalhas um fator importante. Recentemente, ganhamos duas medalhas na China e uma semana depois já tinha cliente de lá entrando em contato conosco – exemplifica Rosana.

A maior parte das exportações da Aurora, atualmente, é para a Ásia, em especial para países como China e Japão. De janeiro a agosto deste ano, mais de 22 mil garrafas de espumante foram comercializadas para o Exterior, um acréscimo de 47% frente ao ano passado. A meta é de terminar o ano com mais de 100 mil unidades exportadas, já que a demanda deverá crescer com a proximidade das festas de final de ano.

O histórico de exportações do setor vitivinícola é relativamente novo. Há pouco mais de uma década que as empresas vêm intensificando esforços para vender seus produtos para o Exterior, o que coincide também com a maior participação das vinícolas da Serra em concursos internacionais. Segundo o gerente de promoção do Ibravin, Diego Bertolini, as vendas de vinhos e espumantes devem totalizar em torno de US$ 8 milhões neste ano.
O desafio, aponta o dirigente, é consolidar a participação no mercado externo, o que deve ainda levar mais alguns anos.

Neste sentido, diversas vinícolas serranas têm planos para fortalecer a presença fora do país. Esse é o caso da Domno, empresa do grupo Famiglia Valduga, de Bento Gonçalves. Focada na produção de espumantes no método charmat, a companhia já chegou a exportar em anos anteriores, mas apenas com vendas pontuais. Agora, a meta é tornar a exportação uma fonte fixa de receitas.

– Até agora, neste ano, o mercado interno acabou absorvendo toda a produção. Mas estamos com tratativas com clientes na África do Sul, Angola e Estados Unidos – destaca Jones Valduga, diretor comercial da Domno.


Evolução das exportações (em litros)*

*Apenas no primeiro semestre de cada ano
Fonte: MDIC, Ibravin

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2013 e 2014 foram considerados anos fora da curva para as exportações do setor, já que, em função da Copa do Mundo de futebol, realizada no Brasil, a demanda por produtos brasileiros cresceu substancialmente.

Críticas e rankings também geram negócios

diogo sallaberry, bd, 05/10/2017

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novos mercados |  Casa Perini, de Pablo Perini, começou a vender para Japão e Paraguai após ranking

Com base nos resultados de premiações internacionais, a Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores (WAWWJ, na sigla em inglês) divulga a cada temporada uma relação dos melhores vinhos do ano. Em 2017, um espumante da Casa Perini, de Farroupilha, garantiu espaço de destaque na lista, superando até mesmo produtos de algumas das vinícolas mais renomadas do mundo. O moscatel feito na Serra ficou na quinta colocação do ranking global, abocanhando a primeira posição entre os espumantes, e passou a despertar a atenção dentro e fora do Brasil.

– A premiação provocou forte aumento na demanda, readequamos nosso planejamento para atender à nova realidade comercial – comenta o diretor de marketing Pablo Perini.

Após o reconhecimento, a Casa Perini conseguiu entrar em novos mercados no Exterior, como Japão e Paraguai. No mesmo levantamento realizado pela associação, as vinícolas Aurora, Domno e Garibaldi também tiveram rótulos na lista dos 100 melhores vinhos do mundo. Todas as empresas gaúchas foram selecionadas com espumantes.

Além dos resultados em concursos, as avaliações positivas de críticos especializados em vinhos também repercutem em negócios. Em 2011, a Cave Geisse recebeu rasgados elogios da britânica Jancis Robinson, uma das críticas mais destacadas do segmento. Um espumante da vinícola de Pinto Bandeira recebeu nota 18,5 de 20 da avaliadora, uma pontuação considerada pouco comum. Posteriormente, a empresa ainda teve boas críticas de outros especialistas, como o também britânico Oz Clarke.

– Isso chamou muita atenção até de produtores. Teve gente da região de Champagne que veio até aqui para conhecer que lugar era esse (Serra) com espumantes com notas fora da curva – lembra o diretor Daniel Geisse.

Como resultado, a Cave Geisse intensificou a exportação para Inglaterra e Estados Unidos, dois mercados considerados chave, em função do nível de consumo e das publicações focadas em vinhos. Mesmo trabalhando apenas com a venda para lojas especializadas e restaurantes, a empresa hoje tem demanda reprimida. De acordo com Daniel Geisse, para atender a todos os pedidos recebidos dentro e fora do país, seria necessário triplicar a produção. 
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Cresceu a produção de variedades de uva utilizadas nos espumantes. Entre 2013 e 2015, a colheita de chardonnay passou de 6,2 mil a 7,4 mil toneladas e a de pinot noir, de 2,4 mil a 3,1 mil toneladas.

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