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26 de fevereiro de 2018

+AGENDA

Guardião da tecnologia limpa

Neri Basso tem uma trajetória de décadas no setor industrial e preside a fundação Proamb

Mobirise



babiana mugnol

babiana.mugnol@rdgaucha.com.br 

O presidente da Fundação Proamb, Neri Gilberto Basso, acumula uma trajetória de décadas no setor industrial. Com experiência de quem atua com o setor moveleiro há mais de 40 anos, primeiro na Todeschini, mas cuidando também dos negócios da família, Basso tem propriedade para afirmar que a preocupação ambiental é também um bom negócio.

A fundação que administra está preparando para os próximos meses a inauguração de um moderno Centro de Análises Ambientais no bairro Panazzolo de Bento Gonçalves. Foram R$ 4 milhões investidos pela Proamb, que já soma mais de R$ 13 milhões no Estado. 



Viviane Somacal, divulgação

Mobirise

EXPERIÊNCIA | Ajudar empresas a perceber que preocupação ambiental é também um bom negócio

Mobirise

O Rio Grande do Sul tem como
mostrar ao Brasil um novo modelo de
desenvolvimento de responsabilidade 

  • Neri Basso tem longo percurso no segmento moveleiro e no ramo de negócios de metalurgia e ferramentas. Qual a origem desta formação?
    Eu sou administrador e trabalhei na Todeschini por 44 anos. Faz cinco anos que saí de lá. Hoje estou à frente dos negócios da família, que compreendem a Wirutex do Brasil, que é uma fábrica de ferramentas de diamantes PCD, e a Metalúrgica Basso, que está conosco há 35 anos no segmento de usinagem de precisão e que atua no segmento de peças de reposição e especiais, principalmente para o setor de móveis e indústrias. 
  • Na Todeschini, sua história é anterior à do presidente emérito atual, José Farina, o seu Geninho, que tem mais de 90 anos. O senhor pegou a transição após o incêndio da Todeschini (em 1971) e a transformação de fábrica de acordeão para o segmento de móveis. Como foi isso?
    Eu tive a oportunidade de entrar na Todeschini ainda em 1969 quando ela estava focada no acordeão. Antes, o acordeão era uma tradição, e a fábrica abastecia todas as Américas. Ali já começava a transição, porque a Todeschini sentiu que estava em decadência. Roberto Carlos e seus parceiros (do movimento musical Jovem Guarda) estavam no tempo da guitarra. Em 1971, seu Geninho entrou e em seguida houve o sinistro. Claro que teve uma reorganização completa, porque fazer acordeão ficava muito mais difícil após o incêndio. E aí, definitivamente, ela foi para o setor de móveis. 
  • A Proamb nasceu em Bento a partir de uma cobrança ambiental a que os empresários não estavam acostumados. Como foi a criação dela?
    A fundação nasceu dentro do Centro de Indústria e Comércio (CIC) há 27 anos, quando nosso órgão regulador, a Fepam, escolheu Bento para fazer as primeiras experiências de tratamento de efluentes de cromagem, pintura e tudo mais. Nosso esgoto despejava tudo que é rejeito sem tratamento. Dentro do CIC, a gente montou a fundação para se defender do órgão. Era uma visão de conhecimento curta e a gente se deu conta de que a Fepam fez o papel dela. Como a gente já tinha criado a fundação e tínhamos um passivo ambiental de borra da tinta, de cromagem, nos perguntamos o que fazer com isso. Com a ajuda da UCS, a bióloga Vania Schneider, mais o Márcio Chiaramonte, nós fomos para a Alemanha e aí tivemos a ideia de fazer um aterro confinado. Importamos esse modelo fechado e hoje nosso aterro é um dos mais modernos da América Latina.  
  • A Proamb nasceu com a ideia de ser quase que uma entidade para assessorar e entender a legislação ambiental e passou a ser propositora, a investir. Qual o tamanho hoje da fundação?
    Quando a gente montou a instituição, tivemos a cabeça de olhar o mercado. Abrimos para o mercado do Estado e foi a grande sacada lá atrás. De uma unidade, fomos para a segunda em nova Santa Rita, onde o resíduo classe 1 e 2 depois vai para a cimenteira de Candiota e para a Votoran. Temos a terceira unidade, que é de engenharia, e presta, entre outros serviços, o de tecnologia limpa. É fazer a gestão das empresas entender que o resíduo de matéria prima, se a sobra é muito grande, se torna um pilar econômico da sustentabilidade. É fazer ver quanto o empresário perde. 
  • As empresas têm consciência disso?
    Tem um longo trabalho. Todo mundo está focando na sobrevivência, o que é justo também, mas é muito importante aplicar a tecnologia limpa para geração possível de menos resíduos. Temos também uma quarta unidade de educação. A quinta unidade é a Fiema (Feira de Negócios, Tecnologia e Conhecimento em Meio Ambiente), onde a gente traz as melhores práticas, experts do mundo É onde começamos a pensar no polo ambiental, porque o Rio Grande do Sul, aliado a universidades e engenharias, é polo para divulgar essas práticas para o Brasil e o mundo. E a sexta unidade é o Centro de Análises Ambientais, um laboratório moderno que estaremos colocando no mercado entre abril e maio. Será no bairro Panazzolo, em Bento.  
  • O que se pode esperar de novidades na Fiema 2018?
    Um destaque é um meeting com o Clóvis Tramontina falando da experiência dele de sustentabilidade, com o Oscar Motomura, fundador e CEO do Grupo Amana-Key, e com o Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da Duratex. Temos o congresso internacional para a academia com quase 500 trabalhos, o seminário de gestão de resíduos com experts de Portugal e Áustria. Mas teremos muitos negócios, porque o polo ambiental envolve muito business. 
  • É um negócio muito abrangente, vocês envolvem desde a indústria à agricultura.
    Essa é a grande visão. Nós estamos localizados onde temos uma grande gama do fazer diferente, onde está por trás o polo metalúrgico, o de plásticos, onde temos a parte de ensino muito forte. Então eu diria que o Rio Grande do Sul tem como mostrar ao Brasil um novo modelo de desenvolvimento de responsabilidade, onde os recursos bem aplicados podem render produtividade maior. A produtividade da indústria ainda está muito pequena. Nós temos de encurtar essa defasagem. 
  • Quanto a Proamb investiu nos últimos anos e o que pretende em 2018?
    Em 2018, vamos ficar um pouco quietos, porque viemos de 2017, quando aplicamos R$ 13 milhões. Só no laboratório, foram R$ 4 milhões. Em Pinto Bandeira, outros R$ 4 milhões. O restante, foi na unidade de Nova Santa Rita e um pequeno percentual na de Farroupilha, que recebe os resíduos e divide o que vai para o aterro e o que vai para Nova Santa Rita. Este será um ano de consolidação, para, em 2019 e 2020, sermos mais agressivos em investimentos. 

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