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+ CONSTRUÇÃO CIVIL

Arquitetura
contemporânea

FILÃO DO ALTO PADRÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL TEM CUSTO
DO METRO QUADRADO ENTRE r$ 7 MIL E r$ 8 MIL

Diogo Sallaberry

Mobirise

LAC LÉMAN | Prédio na região chamada de Altos do Juvenil tem um preço médio de R$ 1,9 milhão.

Mobirise



JULIANA BEVILAQUA
juliana.bevilaqua@pioneiro.com

Caxias do Sul cresceu, e não só demograficamente. Há tempos, tem ares de cidade grande. Basta andar pela área central e entorno para perceber: a arquitetura contemporânea está ganhando as ruas de Caxias. Prédios envidraçados são, talvez, o exemplo mais visível desse novo visual. O contraste entre novo e antigo é evidente.

A mudança é natural, segundo a arquiteta Cristiane Roberta Pinto. Prédios com tecnologia avançada, que proporciona vidros com proteção térmica e acústica além de estruturas mais leves, como as metálicas, grandes vãos e fachadas ventiladas serão vistos cada vez mais na cidade.

– Faz parte do processo de desenvolvimento da construção civil. A tecnologia da construção civil melhorou muito, se atualizou – destaca Cristiane, que faz parte da comissão de marketing da Sala de Arquitetos de Caxias.

A inquietação com o design é, na visão do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Caxias Sul (Sinduscon), Oliver Viezzer, a busca em satisfazer os desejos do cliente em inovação, não só na arquitetura.

– Se vê preocupação com a forma, não só em prédios, mas em tudo. A indústria automobilística é um exemplo – lembra.

Não há números de quantos empreendimentos do estilo surgiram nos últimos anos. Mas quem trabalha no setor garante que a tendência já está consolidada e não para mais. O presidente da Associação das Imobiliárias de Caxias do Sul (Assimob), Omar Borges, conta que novos projetos com lançamento em breve estão priorizando fachadas contemporâneas, que poderiam estar em “qualquer capital”. O valor médio do metro quadrado do alto padrão fica entre R$ 7 mil e R$ 8 mil no lançamento. Com alguns anos de uso, pode baixar para R$ 5,5 mil. Já o metro quadrado de um prédio mais comum fica na casa dos R$ 4 mil.  

Censo  do setor 

O Sinduscon deve lançar até o final do ano, em parceria com a UCS, um censo da construção civil. 

Mas, conforme Borges, não é apenas a fachada que reflete a contemporaneidade de um empreendimento. Há itens fundamentais que fazem a diferença na hora da venda ou locação:

– Lançar um prédio comercial, por exemplo, sem estacionamento rotativo é um impeditivo para que tu vendas de uma forma mais rápida, porque hoje a cidade está crescendo, tem muitas avenidas onde não se pode mais estacionar, então, tu estrangula as opções. Ou você vai cair no parquímetro ou em estacionamentos privados. Os prédios modernos já vêm com estacionamento rotativo, cafeteria, auditório. Eles agregam serviços novos, o que está mudando a cidade.

No caso dos edifícios residenciais, o espaço de convivência também é fundamental.

– É uma mudança de comportamento, os prédios estão dando mais qualidade de vida, com uma academia, um espaço gourmet – completa Borges.

Caxias responde ao
mercado de alto padrão

Uma das novidades que passou a compor o cenário caxiense, inaugurado no dia 12, é o Lac Léman Résidence, um prédio de 20 andares com 28 apartamentos no bairro Universitário, na região conhecida como Altos do Juvenil. O projeto arquitetônico, assinado pelo escritório Torres & Bello Arquitetos, de Porto Alegre, impressiona. Não é à toa que ganhou o prêmio America Property Awards. O empreendimento da Censi foi contemplado como o melhor projeto residencial de arranha-céus da América do Sul e América Central na edição de 2015/2016.

– A gente não gosta de tendências. Para nós, o prédio tem que ser atemporal – explica Alberto Torres, arquiteto responsável pelo projeto, que escolheu materiais nobres como ACM alto brilho, vidros e pastilhas.

Dos 28 apartamentos, apenas sete ainda estão à venda, por valores médios de R$ 1,9 milhão. Todos os outros já foram comercializados. O Lac Léman soma-se a outros empreendimentos de altíssimo padrão da Censi. Sócia da empresa, Michele Censi diz que a intenção é trazer modernidade para a cidade.

– Está no DNA da empresa fazermos coisas diferentes – diz.

Nem mesmo a crise econômica nos últimos anos tirou a vontade de ousar. Michele garante que há público, tanto que a Censi planeja lançar até o final do ano mais um projeto de alto luxo em Caxias:

– A questão é o produto certo no local certo.

Os Números

  • Metro quadrado de um prédio de alto padrão: R$ 7 mil a R$ 8 mil (residencial) e R$ 6 mil a R$ 7 mil (comercial). Com 10 anos de uso, pode reduzir para R$ 5,5 mil.
  • O preço médio de um imóvel de alto padrão pode ficar ao redor de R$ 2 milhões. Esse valor depende da área do imóvel.
  • Condomínio de alto padrão: variável. Apenas o custo da portaria em horário comercial fica entre R$ 10 mil e R$ 15 mil por mês. E somente portaria armada, em R$ 30 mil mensais.
  • Não há dados sobre número de empreendimentos de alto padrão em Caxias. 

Quanto custa

Diogo Sallaberry

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NOVO CENÁRIO | Modernos surgem e alteram a paisagem urbana

Por utilizar alta tecnologia e materiais nobres, a arquitetura contemporânea acaba predominando em empreendimentos de alto padrão. O metro quadrado de um prédio residencial pode variar de R$ 7 mil a R$ 8 mil e, no caso do comercial, de R$ 6 mil a R$ 7 mil.

Na média, o preço de uma imóvel de alto padrão gira ao redor dos R$ 2 milhões, conforme o caso do Lac Léman Residence, mostrado nesta página central. Porém, o Sinduscon prefere não estimar um preço médio de comercialização. Isso porque, conforme o presidente da entidade, Oliver Viezzer, o valor final dependerá da área total da unidade residencial.

Alguns elementos contemporâneos até podem ser utilizados em prédios mais baratos, mas não na totalidade. Conforme Viezzer, também há empreendimentos mais simples, com apenas um dormitório, que igualmente primam pela estética contemporânea.

– Tendo valores similares, o cliente vai optar por um com design contemporâneo – avalia o presidente do Sinduscon. 

Plano Diretor reduzirá alturas

Se o texto atual da revisão do Plano Diretor de Caxias do Sul for aprovado pelo Legislativo, a tendência é de que os novos prédios sejam mais baixos na área central.
Conforme a secretária de Urbanismo, Mirangela Rossi, o projeto prevê a redução de índices construtivos. Por exemplo, isso significará que onde se podia construir um prédio de 20 andares, o limite passará a ser de 15.

– Com o Plano Diretor, a ideia é descentralizar, criar mais centros. Não queremos densificar áreas – explica Mirangela.

O novo plano está em análise na Câmara Municipal e precisa da aprovação dos vereadores para virar lei. Deve ser votado em maio. SEGUE

Modernização e o que já existe

Diogo Sallaberry

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CONVIVÊNCIA | Torres modernas, como na região do Exposição e do Panazzolo, precisam
“conversar” com a vizinhança, diz arquiteta

Para a arquiteta Cristiane Roberta Pinto, a “modernização” da cidade é um fato. Ela não sabe quanto tempo levará, mas é certo que Caxias será uma cidade de prédios contemporâneos dentro de alguns anos. Isso não significa que o patrimônio histórico da cidade deve ser deixado em segundo plano: 

– É respeitar o patrimônio da cidade, porque isso também é ser contemporâneo, isso também é ser profissional de vanguarda, isso também é ser uma arquitetura de vanguarda. É respeitar o que está aí há muitos anos e não sair destruindo tudo – destaca Cristiane.

O que já existe pode e deve ser levado em conta ao se projetar um novo empreendimento.

– Se tu tem um terreno ao lado de um prédio histórico, tem que respeitar o que está ali, altura, alinhamento de janelas, alinhamento de fachadas, recuos. É uma questão de bom senso, de pesquisa, de saber o que está fazendo – completa Cristiane. 

História

Para a arquiteta Cristiane, valorizar a história é vital na relação entre os prédios contemporâneos e a cidade.

Para a arquiteta da Fisa Construtora e Incorporadora, Karoline Turcatti, a contemporaneidade da arquitetura está ligada a como o edifício se relaciona com o entorno imediato e os materiais aplicados.

– Ele precisa basicamente “conversar” com o entorno, considerar como seus vizinhos estão implantados, respeitar e valorizar as possíveis pré-existências do terreno e como o empreendimento irá dialogar com as vias de fluxo de carros e pedestres – acrescenta. 

Onde ficam

Os empreendimentos contemporâneos de alto padrão estão situados, basicamente, no Centro,
Altos do Juvenil, Madureira, Universitário, Panazzolo e Exposição.

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