21 de MAIO de 2018

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Caxias do Sul e a
geração de biogás

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SUELEN PAESI
Professora dos programas de pós-graduação em Biotecnologia e em Engenharia e Ciências Ambientais, coordenadora do Laboratório de Diagnóstico Molecular do Instituto de Biotecnologia da UCS e coordenadora de Comunicação do Fórum Sul-Brasileiro de Biogás e Biometano.

Aprodução de energia a partir da aplicação dos resíduos de agroindústrias e das áreas urbanas já é bem conhecida nas tecnologias renováveis. Nos países em que as legislações ambientais são muito rígidas, vários parques de produção de biogás se distribuem ao longo da cadeia produtiva, gerando produtos de interesse econômico, como metano, energia elétrica, calor, gás carbônico, fertilizante e outros coprodutos.

O processo anaeróbio de conversão de matéria orgânica não tem somente valor no setor da economia, mas também no setor ambiental, com a destinação correta dos resíduos gerados em uma região vocacionada à monocultura ou à produção de proteína animal, como é o caso do Brasil.

Nas atividades do município de Caxias do Sul não é diferente. Uma variada aptidão econômica gera grandes volumes de resíduos que necessitam de gerenciamento ambiental adequado. Muitas atividades agroindustriais têm os seus rejeitos destinados a aterros sanitários sendo que poderiam ser aproveitados para gerar biogás. A criação de suínos e de aves, por exemplo, demanda grande preocupação pela geração de dejetos que se acumulam no meio ambiente, alterando a qualidade da água e do solo dos ecossistemas rurais.

Por outro lado, Caxias do Sul gera toneladas de resíduos urbanos orgânicos e grandes volumes de efluentes domésticos que produzem significativos impactos ambientais próprios das aglomerações antrópicas. Todos esses rejeitos orgânicos de nossa cidade também seriam matéria-prima para produção de biogás, o que depende apenas de inovação tecnológica. A transformação desta biomassa poluidora pode ocorrer a partir de projetos com diferentes dimensões, desde grandes parques de produção de energia verde a pequenos biodigestores em áreas rurais individuais.

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Todos esses rejeitos orgânicos de nossa cidade
também seriam matéria-prima para produção de biogás, o que depende apenas de inovação tecnológica

Contudo, a implantação de sistemas de geração de biogás deve envolver vários segmentos da sociedade, entre eles a agroindústria, polo gerador de insumos, entidades cooperativas, financeiras, governamentais e instituições de ensino.

As universidades contemplam uma parcela de responsabilidade no que diz respeito à formação de recursos humanos nos níveis de graduação, pós-graduação e técnico, pois o sistema exige profissionais com expertises específicas. Por outro lado, as instituições de Ensino Superior estão ligadas às pesquisas que garantirão o sucesso da implantação da produção de biogás, pois a inovação tecnológica requer adaptações locais de implantação.

O Fórum Sul-Brasileiro de Biogás e Biometano, que será realizado de 6 a 8 de junho, em Foz do Iguaçu (PR), reunirá instituições de diversos segmentos para justamente debater as ações futuras, as oportunidades por meio de tecnologias para produção de biogás, além das condições necessárias para geração de novos negócios na Região Sul e no Brasil.

Instituições caxienses, como o Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha (APLMMeA) e a Universidade de Caxias do Sul (UCS), unem-se ao Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás) e ao Instituto Senai de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia para realizar o evento. Debater essas questões é importante e mais do que necessário.

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