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11 de JUNHO de 2018

+ sEU BOLSO

O dólar subiu. E agora?

SAIBA COMO LIDAR COM O PERÍODO  EM QUE A MOEDA NORTE-AMERICANA ESTÁ GIRANDO AO REDOR DOS R$ 4



LEANDRO RODRIGUES

leandro.rodrigues@diariogaucho.com.br


A cotação do dólar chegou a R$ 3,90 nesta quinta-feira, e as perspectivas para este ano seguem de um dólar caro, chegando até a custar R$ 4. Na quarta-feira, o dólar turismo era vendido a R$ 4,06. E essa alta interfere no preço de muito produto ou serviço prestados aos consumidores brasileiros.

– Vejo esse cenário de dólar elevado persistindo, pelo menos, até o final do ano – avalia o educador financeiro e professor de Economia da PUCRS Alfredo Meneghetti Neto.

Significa que os brasileiros terão de se acostumar com uma cotação inconstante e, muitas vezes, desfavorável. Nem todos perdem com o dólar alto. Setores da economia nacional têm, nessa fase, oportunidade para conquistar mais consumidores. O problema é que, na outra ponta, o dólar está entrelaçado a praticamente tudo que é consumido no Brasil, direta ou indiretamente.

– Cada um de nós precisa olhar a relação que a alta do dólar tem na nossa vida. A partir disso, será possível tomar algumas decisões que podem amenizar o impacto – avisa o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, Reinaldo Domingos.

O especialista não sai pregando uma solução radical, como simplesmente cancelar viagens programadas para o Exterior. Ele entende que, com planejamento, é possível contornar a elevação do câmbio.

Confira dicas de especialistas sobre como fazer a travessia desse período de turbulência da moeda norte-americana.

COMO DRIBLAR A ALTA

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Refaça o orçamento 

É preciso dominar as contas: saber quanto se gasta por mês. Com isso, veja quais itens podem ser reduzidos ou cortados neste momento. É uma decisão que deve ser feita em família. Trace uma meta que, de fato, justifique o esforço de todos: fazer uma viagem ou comprar aquele sonhado videogame.

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Produtos nacionais 

Que tal fazer uma boa pesquisa sobre os produtos fabricados no Brasil e que você costuma consumir? Comece dentro do supermercado. O vinho, que tem no inverno o pico de vendas, é um exemplo próximo da realidade dos gaúchos. Os nacionais ganham margem para competir.

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Viagens domésticas 

Se viajar para fora do país fica mais salgado, uma opção para quem não abre mão do lazer podem ser os destinos nacionais.

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Viagens para
fora

Mas se é uma viagem muito sonhada e desejada, talvez não seja o caso de mudar os planos. Imagine, por exemplo, que o plano era gastar US$ 5 mil com gastos gerais no Exterior. Que tal voltar para a prancheta e refazer o cálculo para gastar US$ 4,5 mil? Corte o desnecessário e mantenha o essencial.

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Dívidas estrangeiras

Fique atento a dívidas com compras no crédito. A opção mais indicada, em tempos de incerteza, é economizar e fazer a aquisição em dinheiro, fugindo de oscilações. O valor pode aumentar na hora do pagamento do cartão.

QUEM GANHA

  • Quem exporta: necessariamente, não significa mais exportação de imediato, mas a tendência é de uma melhor capacidade de competir com preços lá fora.
  • Quem produz para o mercado interno: é a chance que muitos produtos ganham de vencer a corrida contra os importados. A produção vinícola nacional, por exemplo, queixa-se há tempo dessa competição. 
  • Turismo interno: uma tendência natural é fazer mais gente repensar os planos de viajar para o Exterior. O turismo nacional pode ganhar fôlego para as férias de julho. 

 QUEM PERDE

  • Consumidores: é praticamente impossível escapar. Grande parte dos produtos tem insumos ou componentes importados. O trigo do pãozinho é em grande parte importado, pago em dólar. Sem contar o custo embutido dos combustíveis.
  • Importadoras: empresas que vendem produtos importados – ou insumos. Entram nesse grupo, por exemplo, a indústria farmacêutica, revenda de carros importados e de perfumes. 
  • Quem gastou com cartão fora: o valor em dólar é convertido em reais com base na cotação do dia do fechamento da fatura, e não da compra. Só se o cliente pedir para antecipar o pagamento é que está sujeito ao dólar do dia. Isso sem contar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), de 6,38%. 
  • Quem vai para Exterior: não tem jeito, quem está programando viagem para o Exterior vai pagar mais caro.
Fontes: Programa Meu Bolso em Dia, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), economista Alfredo Meneghetti Neto e educador financeiro Reinaldo Domingos

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