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18 de JUNHO de 2018

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+COPA DO MUNDO

Economia caxiense em jogo

período do mundial altera a rotina de diversos setores em caxias, principalmente nos jogos do brasil

LUCAS AMORELLI

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na esquina  |  Francinaldo Ferreira espera obter renda extra com a venda de bandeiras, mas diz que procura ainda é baixa

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FERNANDO SOARES
fernando.soares@pioneiro.com

Enquanto rola a bola na Rússia, a economia caxiense tem sua rotina alterada pela Copa do Mundo de futebol. O evento acaba trazendo impactos para o bem e para o mal. Enquanto alguns nichos, como gastronomia e o comércio de artigos esportivos e de eletroeletrônicos, conseguem ampliar o faturamento em função do jogos, uma série de segmentos acaba sofrendo com a queda na demanda. A indústria, o setor de serviços e boa parte dos lojistas optam por interromper as atividades ou, se abrem as portas, veem os clientes sumirem durante as partidas.

No comércio de rua, as lojas devem manter seus horários habituais, conforme aponta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Caxias do Sul (CDL Caxias), Ivonei Pioner. No entanto, a tendência é de que os estabelecimentos fiquem praticamente vazios durante os horários de jogos da seleção brasileira.

– Nos dias de jogos do Brasil, a Copa faz com que as pessoas diminuam o trânsito pela cidade. Isso acaba prejudicando as vendas – afirma o dirigente. 

Já a presidente do Sindilojas Caxias, Idalice Manchini, lembra que os shoppings optam por fechar as portas durante os jogos, voltando a abrir somente após o apito final. Como as partidas do Brasil na primeira fase ocorrerão às 9h e às 15h, haverá dias em que praticamente não se trabalhará em um turno inteiro. Se a equipe de Tite chegar até a final do campeonato, outras quatro datas ficarão comprometidas.  

– É difícil mensurar o quanto se deixa de faturar, mas sabemos que vamos vender menos. Nos dias dos jogos, há uma queda de uns 30% nas vendas.

De uma maneira geral, o clima de Copa nas vitrines e fachadas pela cidade está mais moderado do que em anos anteriores. Às vésperas da competição, poucos estabelecimentos possuíam decoração alusiva ao torneio. A partir do início da Copa, na semana passada, algumas empresas começaram a se mobilizar, mas de maneira tímida. Também apareceram pontos de venda de bandeiras e camisas nas ruas da cidade. Mas o vendedor ambulante Francivaldo Ferreira reclama da baixa procura, no ponto que ocupa, entre a Avenida Júlio de Castilhos e a Rua Marquês do Herval, no centro de Caxias.

– O movimento está fraco, estou vendendo duas ou três bandeiras por dia. Mas tenho certeza de que vai melhorar, conforme avance a Copa – projeta o vendedor. 
Indústria e serviços
Na Kenpo Sports, com três unidades em Caxias do Sul, antes mesmo de a competição iniciar, as camisas da Seleção Brasileira estavam esgotadas. Todas as unidades foram vendidas. A expectativa é de que novas remessas cheguem às lojas durante a competição.

– Em anos de Copa, atendemos demandas que geralmente não existem. Tem empresas que fazem campanhas de vendas e que presenteiam fornecedores e aí vendemos 40 a 60 camisas da Seleção Brasileira em uma tacada só – conta Leandro Laz- zari, gerente administrativo da Kenpo.

Além do uniforme do Brasil, camisas de outras seleções, agasalhos, bolas e chuteiras também possuem maior demanda nesta época. Durante a competição, se uma equipe estrangeira se destaca, o público começa a buscar produtos dela. Em geral, Lazzari calcula que a venda dos artigos relacionados ao futebol dobra no momento em que ocorre a Copa do Mundo, que acaba sendo a quarta principal data no ano em volume de negócios. Em 2018, deve ficar atrás de Natal, Dia dos Pais e Dia dos Namorados.

As lojas de eletroeletrônicos também possuem diversos motivos para comemorar a chegada do Mundial. A venda de televisões costuma disparar às vésperas do torneio. O Sindilojas Caxias estimou que a comercialização de TVs cresceria até 25% em função do torneio.

– Nesta Copa, as pessoas estão optando por trocar televisores pequenos por outros maiores. Estão comprando televisões de 50 polegadas a 60 polegadas – constata Fabiano dos Santos, gerente de uma loja da Deltasul no centro de Caxias.

Nas semanas que antecederam ao torneio, a Deltasul vendeu, em média, 35 televisores por semana. Sem a Copa, a comercialização média não passaria de 25 unidades semanais, segundo Santos. Outros produtos que estão entre os campeões de venda no momento são pipoqueiras e até mesmo sofás.
Bares e restaurantes aguardam ansiosos pela Copa do Mundo. Afinal, é em meio a quitutes e bebidas que grupos de amigos e familiares costumam se reunir para assistir às partidas, em especial às da Seleção Brasileira. Segundo projeção do Sindicato Empresarial de Gastronomia e Hotelaria da Região Uva e Vinho (SEGH), o faturamento dos estabelecimentos pode ter um incremento de 10% durante o mês do Mundial.

Nem mesmo o fato de alguns jogos serem realizados pela manhã, às 9h, diminui as expectativas dos empresários do setor na região.

– Muitos lugares vão ter que se adaptar e praticamente virar uma cafeteria durante esses jogos da manhã. Em geral, bares e restaurantes que trabalham com telões devem atrair um bom público – aposta Vicente Perini Filho, presidente do SEGH.

Um dos primeiros bares da Serra voltado à temática do futebol, o Quintino Futebol Pub está vivenciando sua primeira Copa do Mundo. Para se adaptar aos horários das partidas, o cardápio terá mudanças e a casa abrirá pela manhã eventualmente.

– Pela manhã, vamos nos voltar mais para atender como cafeteria do que bar, incluindo salgados no menu – conta Vlad Flores, proprietário do Quintino.

Flores diz que espera casa cheia nos jogos do Brasil e nas partidas das fases decisivas. No local também há uma loja com mais de 600 camisas de clubes e seleções de diversos países. Nos últimos dias, aumentaram as vendas de modelos da seleção brasileira. Ainda assim, o empresário se mostra cauteloso sobre o aumento de faturamento que a Copa poderá gerar, pois acredita que o clima na cidade é de menos entusiasmo do que nas edições passadas.