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20 de AGOSTO de 2018

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O papel da inovação

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NORMAN DE PAULA ARRUDA FILHO
Presidente do ISAE – Escola de Negócios, professor do mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV e coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP)

Nos últimos tempos, falar em inovação tornou-se quase obrigatório para o mundo corporativo. Inovar passou a ser fundamental em praticamente todos os segmentos do mercado. Com isso, assistimos ao emergir da cultura da inovação e atribuímos ao substantivo uma visão extremamente positivista. Inovar virou sinônimo de “mudança para o sucesso”.

Mas seria assim tão simples e definitivo? Um olhar mais atento logo percebe algumas controvérsias. O conceito de inovação está baseado no desenvolvimento de novos bens, na implantação de diferentes métodos de produção e em novas formas de organização, fatos que refletem o comportamento atual da sociedade.

A edição especial de 50 anos da revista Exame, publicada em agosto de 2017, apresentou uma série de reportagens sobre as recentes mudanças no comportamento da sociedade. Seja em questões econômicas e políticas ou acerca dos padrões de produção e sobre as diferentes formas de se fazer negócios no Brasil e no mundo, as reportagens evidenciam que estamos em uma importante fase de mudança e de profundas transformações.

Para os mais céticos, a redução de empregos frente a outras soluções tecnológicas, o consequente aumento da desigualdade social e a mudança no ritmo de crescimento das grandes economias são pontos preocupantes desse processo. Há ainda o ressurgimento de movimentos radicais e o nacionalismo exacerbado que vão de encontro à ideia de um mundo integrado, resultando no fechamento de fronteiras e na indiferença para as dificuldades de nações subdesenvolvidas.

Para os que enxergam a partir dessa perspectiva, a inovação pode ser uma grande vilã. No entanto, o outro lado desse cenário pode ser muito mais promissor. Em destaque, estão a aplicação da inovação em pesquisas científicas para a cura de doenças crônicas, no desenvolvimento de novos materiais e no investimento em energias limpas e renováveis. Assistimos também a grandes transformações no campo educacional com o incentivo à adoção de novas tecnologias da educação; à capacitação das pessoas para um novo cenário econômico; e, até mesmo, ao surgimento de novas profissões como alternativa para o mercado. Cabe a nós encontrarmos o equilíbrio entre esses extremos e clarificarmos nossos objetivos.

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É preciso formar profissionais dotados de uma visão mais global de suas ações, que assumam papéis de protagonistas e responsáveis pela transformação que o mundo tanto precisa 

Assim como afirma Ricardo Voltolini em seu livro Sustentabilidade como Fonte de Inovação, para obter bons resultados é preciso saber por que inovar, em que inovar, como inovar, com quem inovar, que tempo dedicar à inovação e até onde se deve ir. Com foco nesses resultados, a ONU estabeleceu a Agenda Global para o Desenvolvimento Sustentável que determina 17 objetivos desdobrados em 165 metas interdependentes e interconectadas que orientam a sociedade na construção de um mundo economicamente viável, ambientalmente correto e socialmente mais justo até o ano de 2030.

Enquanto a inovação avança em criações de alta complexidade, a chamada Agenda 2030 busca soluções para questões que afetam a vida das pessoas e do planeta. Assim, para encontrar o equilíbrio entre esses interesses, é fundamental que os líderes globalmente responsáveis atuem de forma integrada para incentivar e estabelecer iniciativas que possam aproximar a inovação e a sustentabilidade. Nesse contexto, cabe às instituições de ensino e escolas de negócios a responsabilidade de promover a educação executiva responsável no intuito de desenvolver habilidades técnicas e de estratégias de gestão associadas a valores como a ética e o desenvolvimento sustentável.

É preciso formar profissionais dotados de uma visão mais global de suas ações, que assumam papéis de protagonistas e responsáveis pela transformação que o mundo tanto precisa para se tornar um lugar mais justo e sustentável. Somente dessa forma será possível concentrar toda a capacidade de pesquisa e desenvolvimento da humanidade em seu próprio benefício.


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