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03 de setembro de 2018

+INTERCÂMBIO

Portas abertas para o mundo

média de investimento para um intercâmbio em 2017 foi de 10 mil dólares. é possível gastar menos – e até mais

Mobirise



JULIANA BEVILAQUA
juliana.bevilaqua@pioneiro.com

diogo sallaberry

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de olho no próximo | Laura concluiu o Ensino Médio nos EUA e planeja cursar Cinema fora do país também

Laura Bassani retornou há pouco de uma temporada de 11 meses nos Estados Unidos. A garota de 17 anos realizou o sonho de muitos jovens, o high school. O último ano do Ensino Médio foi em uma escola da pequena cidade de Whitehall, no Estado de Michigan, no norte do país. A região foi um pedido de Laura, que queria ver neve. E conseguiu. Foram quatro meses de frio intenso.

– A menor temperatura que peguei foi de -20°C. Mas não foi difícil, porque tem estrutura, você não sofre – garante.

A caxiense dividiu as atenções na casa onde ficou com outra intercambista, uma jovem da Finlândia, que acabou se tornando uma irmã. Com a família americana, teve a oportunidade de fazer um cruzeiro e conhecer a Califórnia. Também viveu experiências simples para os moradores locais, mas muito significativas para ela, como ir a um cinema drive-in, aqueles ao ar livre, que a gente vê nos filmes.

Como Laura, centenas de outros moradores da Serra fizeram intercâmbio nos últimos meses. A estimativa, conforme as agências que oferecem o serviço, é de que aproximadamente 600 pessoas por ano embarquem a partir de Caxias para viver experiências no Exterior.

Conforme a pesquisa Selo Belta, da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, o Rio Grande do Sul é o quinto Estado que mais envia estudantes para outros países. No Brasil, em 2017, foram 302 mil intercâmbios, um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. O investimento em um curso no Exterior foi de quase US$ 10 mil. No total, os brasileiros movimentaram entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões em programas educacionais em 2017.

Laura investiu aproximadamente US$ 14 mil em seu intercâmbio, o equivalente a cerca de R$ 59 mil pela cotação do dólar turismo na sexta-feira. O valor incluiu gastos como a escola e as passagens aéreas. É possível gastar menos, sim – e mais também – em uma viagem de estudos. O custo depende do tipo de intercâmbio, do destino e do tempo de permanência.

De acordo com Lucile Pessin, diretora da Intercultural, uma das agências que organizou o 6º Salão do Intercâmbio em Caxias no final de semana, o valor mínimo fica em torno de R$ 4 mil:

Au pair é o mais barato, porque a família paga a passagem e a jovem não tem gasto com hospedagem. Mas tem high school de R$ 100 mil na Suíça.

A maior procura, segundo Lucile, é por intercâmbios que aliem trabalho e estudo. Por isso, Irlanda, Nova Zelândia e Austrália acabam sendo os destinos preferidos, por ofererecem alguns benefícios como trabalho e visto faclitado. Malta, no sul da Europa, tem surgido como alternativa nos últimos tempos também.

– A gente sente a procura das pessoas para sair do país. O intercâmbio é uma porta – analisa Lucile, destacando que a maior demanda parte de mulheres e jovens universitários ou recém-formados. 

De Caxias

Estimativa é de que cerca de 600 pessoas por ano embarquem a partir de Caxias para uma experiência no Exterior. 

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Depois dos 50

lucas amorelli

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com tempo | Elisabete virou intercambista após se aposentar


Elisabete Lumbieri, 62, tem certa experiência em intercâmbios. Já foram dois nos últimos cinco anos. O primeiro, em Brighton, na Inglaterra, e o segundo em Toronto, no Canadá. As viagens foram possíveis depois que Elisabete se aposentou e teve mais tempo para satisfazer o desejo antigo.

– Sempre tive vontade. Não faço mais porque não tenho dinheiro – brinca.

Para pessoas como Elisabete, um programa específico foi criado pelas agências: o 50+, que une lazer e cursos, não só de idiomas, mas de gostos pessoais, como culinária, por exemplo. Os intercâmbios para essa idade representam 10% da demanda e costumam durar de três a quatro semanas, como foi o de Elisabete nas duas oportunidades que teve.

– Conhecer outros países, outras pessoas, falar outra língua. Vale a pena o investimento – garante.

Elisabete, aliás, gastou cerca de R$ 14 mil em cada um dos intercâmbios. O valor pode parecer alto, mas ela dá a receita para conseguir realizar o sonho:

– Planejamento e procurar uma agência séria.





Contando os dias

diogo sallaberry

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estudos e lazer |  Glaucia viaja para os EUA nos próximos dias

Em menos de duas semanas, a analista de RH Glaucia Casanova, 32, embarca para os Estados Unidos. Com a amiga Bruna Bauer, turismóloga de 34 anos, passará duas semanas em San Diego, na Califórnia.

O intercâmbio era um desejo antigo, mas não estava nos planos para este ano. No entanto, um anúncio pulou na tela do celular e Glaucia se encorajou. E puxou Bruna junto.

Em junho, elas procuraram uma agência com ideia de viajar em janeiro de 2019. Mas como o verão é a estação preferida das duas, resolveram antecipar a viagem. A dupla ficará em uma casa de família. As manhãs serão destinadas ao curso de inglês. As tardes, aos passeios.
Beverly Hills e Santa Mônica estão no roteiro.

– Queremos melhorar nosso inglês, que é intermediário. Vamos conciliar férias, lazer e estudo – explica Glaucia.

Cada uma irá investir aproximadamente R$ 15 mil no intercâmbio. O valor inclui também alguns confortos, como aluguel de carro, compras e até ingressos para o show da Beyoncé.

E como elas estão às vésperas da viagem?

– Muito ansiosas! – responde Glaucia. 

Custos

Para intercâmbios de duas semanas, valor fica na casa dos R$ 15 mil. 

+ENTREVISTA

“Se a gente quer algo, precisa ir lá e botar a cara”

arquivo pessoal, divulgação

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experiência | Bruna Amaral fez nove intercâmbios, mora em Londres e dá consultoria sobre a área

É possível fazer intercâmbio sem gastar nada? Sim! E a Bruna Passos Amaral é prova disso. Dos nove intercâmbios que ela tem no currículo, sete foram com bolsa. Jornalista de Porto Alegre e morando atualmente em Londres, Bruna, hoje com 32 anos, fez o primeiro aos 16, quando foi selecionada para o Programa Jovens Embaixadores da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Referência no assunto, ela mantém o Partiu Intercâmbio, site onde dá dicas de bolsas e consultoria especializada.

Nesta entrevista, concedida por e-mail, Bruna fala sobre suas experiências, revela os segredos para ganhar uma bolsa e conta que está, óbvio, correndo atrás de novas oportunidades.

– Acho que já virou vício. Por enquanto ainda não rolou nada, mas quem sabe, em breve, eu tenha notícias boas, afinal, desistir não está no meu DNA – afirma.

Confira os principais trechos:

  • Como surgiu o Partiu Intercâmbio?
    Muita gente me perguntava sobre intercâmbios. Eu tive uma coluna no jornal Zero Hora chamada Intercambiando, de 2010 a 2013. Em 2013, quando saí do jornal, resolvi seguir o trabalho porque as pessoas curtiam muito. Até outubro de 2017, era um hobby que eu fazia nas horas livres. Mas cresceu tanto que hoje eu só trabalho com o Partiu Intercâmbio.
    O site pode ajudar porque tem conteúdo jornalístico de qualidade sobre bolsas de estudos, estudar no Exterior e intercâmbio. Eu prezo muito pela checagem dos fatos, então, a gente prefere publicar menos bolsas (o time é reduzidíssimo) e ter certeza que tudo que está ali é verdadeiro porque hoje tem muito golpe. O site tem um buscador superprático no qual o usuário pode filtrar sua busca por bolsas de estudos por país e tipo de bolsa. No nosso canal do YouTube tem muita entrevista útil com bolsistas dando dicas para ajudar a se candidatar para programas pelo mundo todo.
    Além disso, eu também dou consultoria personalizada e especializada para quem precisa de ajuda para se candidatar para estudar no Exterior. Ajudo com escolha dos programas, organização da documentação, correção de carta de motivação e orientação via skype.  
  • Você já fez nove intercâmbios. Como tudo começou?
    Quando eu tinha uns 14 anos, fui na casa de uns primos em Florianópolis e tinha uma australiana lá, e meu primo estava na Austrália. Achei aquilo sensacional e, desde aquele momento, tentei toda a oportunidade que aparecia para intercâmbio ou viagem. Em 2002, prestei concurso para a primeira edição do Jovens Embaixadores da Embaixada Americana no Brasil. Fui selecionada e, em 2003, fui para os Estados Unidos com tudo pago. Peguei gosto pela coisa e nunca mais parei.  
  • Como você conseguiu fazer tantos intercâmbios?
    Porque eu ganhei muita bolsa! Minha família sempre ajudou no que dava mas não tinha grana para financiar tudo isso. Além disso, minha mãe sempre me incentivou a economizar. Então, mesmo quando meus pais ajudaram no financiamento, eu sempre tinha uma grana guardada pra ajudar também.
  • Qual o segredo para conseguir uma bolsa para intercâmbio?
    Se inscrever! Muita gente acha impossível, mas se inscrever e aprender com os erros de cada aplicação é único caminho para quem quer fazer intercâmbio com bolsa. Para cada bolsa que eu ganhei, deve ter tido outras 20 que eu não ganhei. Manter o foco e saber olhar para as experiências que não deram certo com um olhar crítico é fundamental. É cansativo? É. É frustrante? É. Mas se você não tentar, você nunca vai saber.
  • Fazer intercâmbio é fundamental? O que representou na sua vida? O que pode representar na vida de quem deseja fazer um intercâmbio?
    Eu não gosto de dizer que é fundamental porque cada um tem uma história de vida e acho um pouco cruel a gente criar essas necessidades que nem todo mundo vai poder/querer. Na minha vida, fazer intercâmbio mudou tudo. Especialmente porque eu comecei com uma bolsa da Embaixada Americana, que é para estudantes de escola pública que falam inglês. Aquilo foi muito importante para mim na adolescência porque me ajudou a ter clareza de que, na vida, se a gente quer algo, precisa ir lá e botar a cara. Eu vejo que muita gente já desiste antes mesmo de tentar. Ganhar essa bolsa com 16 anos me ajudou a ver que eu era capaz. O fato de ajudar a desenvolver um idioma é outro aspecto sensacional. Eu não sabia falar nada de alemão e hoje falo fluente e tudo começou porque fiz intercâmbio na Alemanha durante o Ensino Médio por um ano. É uma oportunidade de testar limites e ver até onde você vai quando ninguém está te cobrando. No meu caso, acho que ajudou a definir meu caráter, inclusive.
    A gente aprende a se virar e resolver problema em uma outra língua, e isso é sensacional. Um intercâmbio é uma oportunidade incrível de autoconhecimento e independência. Muita gente acha que intercâmbio é ótimo para “sair duma bad”, mas eu vejo de uma forma completamente diferente. Intercâmbio é uma experiência cheia de altos e baixos e que vai requerer muita maturidade emocional para passar por eles sozinho numa realidade diferente da sua.?

    Acesse www.partiuintercambio.org

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