JULIANA BEVILAQUA
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diogo sallaberry
de olho no próximo | Laura concluiu o Ensino Médio nos EUA e planeja cursar Cinema fora do país também
Laura Bassani retornou há pouco de uma temporada de 11 meses nos Estados Unidos. A garota de 17 anos realizou o sonho de muitos jovens, o high school. O último ano do Ensino Médio foi em uma escola da pequena cidade de Whitehall, no Estado de Michigan, no norte do país. A região foi um pedido de Laura, que queria ver neve. E conseguiu. Foram quatro meses de frio intenso.
– A menor temperatura que peguei foi de -20°C. Mas não foi difícil, porque tem estrutura, você não sofre – garante.
A caxiense dividiu as atenções na casa onde ficou com outra intercambista, uma jovem da Finlândia, que acabou se tornando uma irmã. Com a família americana, teve a oportunidade de fazer um cruzeiro e conhecer a Califórnia. Também viveu experiências simples para os moradores locais, mas muito significativas para ela, como ir a um cinema drive-in, aqueles ao ar livre, que a gente vê nos filmes.
Como Laura, centenas de outros moradores da Serra fizeram intercâmbio nos últimos meses. A estimativa, conforme as agências que oferecem o serviço, é de que aproximadamente 600 pessoas por ano embarquem a partir de Caxias para viver experiências no Exterior.
Conforme a pesquisa Selo Belta, da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, o Rio Grande do Sul é o quinto Estado que mais envia estudantes para outros países. No Brasil, em 2017, foram 302 mil intercâmbios, um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. O investimento em um curso no Exterior foi de quase US$ 10 mil. No total, os brasileiros movimentaram entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3 bilhões em programas educacionais em 2017.
Laura investiu aproximadamente US$ 14 mil em seu intercâmbio, o equivalente a cerca de R$ 59 mil pela cotação do dólar turismo na sexta-feira. O valor incluiu gastos como a escola e as passagens aéreas. É possível gastar menos, sim – e mais também – em uma viagem de estudos. O custo depende do tipo de intercâmbio, do destino e do tempo de permanência.
De acordo com Lucile Pessin, diretora da Intercultural, uma das agências que organizou o 6º Salão do Intercâmbio em Caxias no final de semana, o valor mínimo fica em torno de R$ 4 mil:
– Au pair é o mais barato, porque a família paga a passagem e a jovem não tem gasto com hospedagem. Mas tem high school de R$ 100 mil na Suíça.
A maior procura, segundo Lucile, é por intercâmbios que aliem trabalho e estudo. Por isso, Irlanda, Nova Zelândia e Austrália acabam sendo os destinos preferidos, por ofererecem alguns benefícios como trabalho e visto faclitado. Malta, no sul da Europa, tem surgido como alternativa nos últimos tempos também.
– A gente sente a procura das pessoas para sair do país. O intercâmbio é uma porta – analisa Lucile, destacando que a maior demanda parte de mulheres e jovens universitários ou recém-formados.
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experiência | Bruna Amaral fez nove intercâmbios, mora em Londres e dá consultoria sobre a área
É possível fazer intercâmbio sem gastar nada? Sim! E a Bruna Passos Amaral é prova disso. Dos nove intercâmbios que ela tem no currículo, sete foram com bolsa. Jornalista de Porto Alegre e morando atualmente em Londres, Bruna, hoje com 32 anos, fez o primeiro aos 16, quando foi selecionada para o Programa Jovens Embaixadores da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Referência no assunto, ela mantém o Partiu Intercâmbio, site onde dá dicas de bolsas e consultoria especializada.
Nesta entrevista, concedida por e-mail, Bruna fala sobre suas experiências, revela os segredos para ganhar uma bolsa e conta que está, óbvio, correndo atrás de novas oportunidades.
– Acho que já virou vício. Por enquanto ainda não rolou nada, mas quem sabe, em breve, eu tenha notícias boas, afinal, desistir não está no meu DNA – afirma.
Confira os principais trechos:
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