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01 DE OUTUBRO DE 2018

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Desafios fiscais para o eleito

Mobirise



LEONEL SIQUEIRA

Gerente tributário da Synchro. A Synchro é empresa provedora de soluções fiscais


O próximo presidente vai precisar de uma agenda positiva para tirar o Brasil da estagnação econômica. Quando 2019 chegar, os desafios da área fiscal não serão poucos, e o chefe do Executivo terá que dar uma resposta a contento para o mercado. O calendário de iniciativas inclui levar adiante as reformas necessárias. A primeira delas é a reforma da Previdência. Essa matéria está se arrastando no Congresso e os gastos com aposentaria, pensões e benefícios sociais do INSS para trabalhadores do setor público e privado representam, hoje, mais de 50% do Orçamento da União, algo em torno de R$ 735 bilhões, segundo informações do Ministério do Planejamento. Esse volume é sete vezes maior do que a área da Saúde e pode chegar a 10 vezes em 2025.

A evolução sem controle dos gastos com aposentadoria e benefícios praticamente inviabiliza o cumprimento da regra do teto de gastos, que limita o crescimento das despesas públicas aos números da inflação, e esse será o primeiro desafio do próximo presidente. O crescimento das despesas sem uma reforma da Previdência torna impossível um corte nas contas não obrigatórias.

Quem suceder o presidente atual terá que enfrentar a realidade com outro problema da crise fiscal: desequilíbrio das contas públicas. Apesar de registrar, em junho deste ano, uma arrecadação exorbitante de R$ 1,2 trilhão de impostos, segundo informações do Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o déficit primário é um gargalo de proporções gigantescas. A projeção do Ministério da Fazenda é de fechar o ano com déficit de R$ 161,2 bilhões, que deverá marcar o quinto ano que o país não consegue economizar para pagar juros da dívida pública. A estimativa é de que, ao final de 2018, esse rombo pode chegar a 77% do PIB, segundo estimativa do Banco Central, e muito acima de países emergentes, com 48% do PIB.

Prevista na Constituição, a regra de ouro é um dos pilares para o equilíbrio das contas públicas e proíbe que o Tesouro Nacional emita mais dívida para cobrir despesas de custeio. E se a resposta do presidente para esses desafios fiscais não agradar ao mercado? Ou pior, e se não tivermos respostas? Nesse cenário, há grandes chances de o Brasil entrar em uma nova recessão econômica.

A Lei 13.670, de 30 de maio de 2018, que estabeleceu mudanças na original Lei de Desoneração da Folha de Pagamento das empresas (12.546/2011), eliminando por total os benefícios para 39 setores até 2020, vai trazer um desafio ainda maior, uma que vez o projeto ajudava as companhias na substituição de parte das contribuições previdenciárias da folha de salários pela receita bruta ajustada.

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Reforma Tributária

O Brasil tem um sistema tributário complexo, com mais de 200 mil normas fiscais em vigência no país, sendo 30 novas regras ou atualizações por dia na média. Não por acaso, temos a maior carga tributária da América Latina e uma das maiores do mundo, com 33% do PIB, segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). A Reforma Tributária seria a grande chance para conseguirmos alcançar a unificação de tributos e simplificar os processos de declaração e pagamento, o que facilitaria a vida de contribuintes e empresas.

Uma grande reforma como essa passou à margem do debate político entre os candidatos. Não entrou na discussão porque trata-se de matéria densa e de pouca repercussão entre os eleitores. Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, o próximo governo deve concentrar esforços em saúde, educação e segurança, na opinião de 44% das pessoas entrevistadas. De acordo com o levantamento Perspectiva para as Eleições de 2018, estabilidade econômica fica só em terceiro lugar com apenas 21%, seguido por combate à corrupção com 32%. Crise fiscal foi mencionada como “outras prioridades” e não chega a 1%.

Mas se a saída para os desafios fiscais do Brasil não vem no curto prazo, o ideal para as empresas é se valer de conhecimento da legislação para realizar um bom planejamento tributário. Estudar a característica do tributo vai permitir ao gestor encontrar meios legais para pagar menos tributos, evitar possíveis penalidades e organizar sua vida financeira a médio e longo prazo.


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