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29 DE OUTUBRO DE 2018

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Brasil dos altos preços e da
baixa qualidade

Mobirise


ALEXANDRE PIERRO
Engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da Palas, consultoria em gestão da qualidade

Neste domingo, o país inteiro foi até a urna eletrônica eleger os representantes políticos que irão governar o Brasil pelos próximos quatro anos. Apesar do período eleitoral ser o momento crucial para debater ideias e planos, muito se fala sobre o histórico de corrupção e da vida pessoal dos candidatos e, pouco se vê sobre o plano estratégico de cada candidato para construirmos um Brasil melhor.

Essa falta de planejamento para executar um plano de governo não é de hoje. Infelizmente, ela é sistêmica e faz parte da nossa história desde o Brasil Império. Nos primeiros séculos, logo após o descobrimento e quando ainda éramos colônia de Portugal, vivemos um momento nomeado como O Quinto. O Quinto era um imposto cobrado pelo governo. Recebeu esse nome porque correspondia a 20%, um quinto, do metal extraído que era registrado pelas casas de fundição. Era um tributo altíssimo, e os brasileiros o odiavam tanto que acabaram apelidando de “O Quinto dos Infernos”.

Se você concorda que no Século 17 essa tributação era absurda, porque não estamos revoltados com o fato de hoje em dia pagarmos cerca de dois quintos de impostos em tudo o que produzimos e consumimos? A alta carga tributária é uma das principais vilãs que impedem o desenvolvimento de pequenas empresas. Os empresários precisam trabalhar quatro meses por ano só para pagar impostos e, preocupados em fechar a conta no azul, não investem em melhoria de processo e qualidade, maquinário, capacitação de pessoas e etc, mantendo a empresa longe da inovação e do crescimento.

Mobirise

O maior problema no Brasil é a falta de planejamento a longo prazo. Uma vez que não há planejamento e gestão de qualidade, perde-se tempo, dinheiro, mão de obra, recursos, insumos
e espaço em processos obsoletos

Se não bastasse a alta tributação, as burocracias legislativas também tomam tempo e recursos das empresas. Um levantamento feito pelo Ciesp – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo aponta que uma empresa leva em média duas mil e seiscentas horas (2.600 horas) por ano para cumprir todas as práticas estaduais e federais. Se compararmos com a Inglaterra, o número se torna ainda mais preocupante, já que, por lá, a média é de cento e dezoito horas (118 horas) por ano.

O maior problema que vemos hoje no Brasil é a falta de planejamento a longo prazo. De olho em vender o almoço para pagar a janta, o empresário fica mais preocupado em apagar incêndios. Uma vez que não há planejamento e gestão de qualidade, perde-se muito tempo, dinheiro, mão de obra, recursos, insumos e espaço em processos obsoletos. A dificuldade de liberação de crédito para as PMEs (pequenas e médias empresas) investirem também é outra barreira que impede o desenvolvimento.

Estamos em um momento decisivo, e tenho certeza que, independentemente da polarização que vimos no discurso e nas redes sociais, todos querem um país mais justo, com emprego e liberdade competitiva. Mais importante do que assumir um lado nessa “guerra”, temos que aproveitar as diferenças para debatermos sobre que país queremos ser nos próximos anos e, principalmente, como iremos transformar o sistema e participar da mudança daqui para frente.


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