Daniel Guerra foi consagrado prefeito de Caxias do Sul em outubro com 148 mil votos

DIOGO SALLABERRY, BD - 30/1016

Daniel Guerra é a grande novidade do cenário político caxiense nas últimas décadas. Em outubro, foi eleito prefeito de Caxias do Sul depois de 12 anos de administrações comandadas pela dobradinha PMDB-PDT, que sucederam dois governos petistas. Daniel Guerra é a versão caxiense do fenômeno eleitoral que varreu o Brasil: a preferência dos eleitores por candidatos com perfil de gestor e discurso de repulsa à política tradicional. Guerra se anunciou na campanha como um representante da “nova política”.

Descoberto para a função pública pelo ex-prefeito e hoje governador José Ivo Sartori (PMDB), que o convidou para ser secretário do Turismo, Guerra surgiu no PSDB. No segundo governo de Sartori, foi para a Câmara como vereador, e sua postura crítica ao governo municipal e a práticas tradicionais da política foi abrindo espaço junto ao caxiense. Devido às críticas, foi expulso do PSDB. Na legislatura que se encerra, entrou no PRB, assumindo postura de franca oposição ao governo do prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT). Tornou-se, assim, alvo da bancada de governo na Câmara.

Guerra chegou em segundo lugar no primeiro turno, desbancando o candidato petista Pepe Vargas. Conquistou assim uma vaga para disputar a prefeitura com Edson Néspolo (PDT), o candidato do governo, e cresceu vertiginosamente ao longo do segundo turno, com um projeto de cidade que tem como prioridade educação, saúde e segurança. Neste domingo, toma posse como prefeito de Caxias do Sul, ao lado de um primeiro escalão que montou com perfil eminentemente técnico. Seu primeiro ato, segundo discursou em campanha, será o não preenchimento de 50% dos cargos em comissão, de onde espera economizar para investir em saúde, segurança e educação, os seus grandes desafios.

A partir deste domingo, será possível conferir os resultados práticos deste projeto que se chama de “a nova política”.

12 anos depois

A eleição de outubro colocou por terra o projeto de manutenção da aliança PDT-PMDB, tendo Edson Néspolo, do PDT, como candidato do governo. Integrantes do PMDB já queriam que o partido tivesse candidatura própria, e o processo de definição eleitoral deixou rachaduras entre os aliados de 12 anos.

Saiba mais

 Votação – Daniel Guerra foi eleito em segundo turno com 148.501 votos, ou 62,79% dos votos válidos, contra 87.996 votos para Edson Néspolo (PDT), ou 37,21%. No primeiro turno, Guerra fez 68.214 votos (29,11% dos votos válidos), e Néspolo, 102.044 (43,54%).

Minoria – A mesma eleição deste ano indicou uma renovação de 10 cadeiras para a Câmara de Vereadores, com a reeleição de 13 dos atuais parlamentares. O prefeito eleito, Daniel Guerra, terá uma oposição composta por 18 dos 23 vereadores.

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