PORTHUS JUNIOR, BD – 9/10/2016
Na área cultural, 2016 ficará marcado em Caxias do Sul como o ano em que a Feira do Livro deixou a Praça Dante Alighieri, no centro da cidade – espaço que ocupou por três décadas –, e transferiu-se para a Praça das Feiras, junto à antiga Estação Férrea.
A mudança de local, decidida ainda em 2015 pela prefeitura, não teve o apoio da Associação dos Livreiros Caxienses (Alca), que se recusou a participar da programação. A alegação da entidade era de que, no novo endereço, se perderiam os passantes eventuais, redundando em queda nas vendas. Vários livreiros de Porto Alegre, que costumavam participar, também optaram por ficar de fora. Com isso, o número de bancas caiu de 47 para 30.
Enquanto a Feira oficial ocorria, 12 livreiros dissidentes promoveram uma feira paralela, nas próprias livrarias, com descontos por vezes superiores aos das bancas.
O resultado da Feira também dividiu opiniões. Com 41.221 obras comercializadas, contra 67.555 do ano passado (40% a menos), a programação foi considerada um sucesso pela coordenação, que destacou os elogios do público e dos livreiros participantes, além de ponderar que a situação econômica tem afetado a maioria dos eventos do gênero. Já a Alca divulgou nota apontando que os números de 2016 são inferiores aos de 2007, no pior resultado em uma década.
Uma novidade de 2016 foi a 1ª edição do Prêmio da Música da Serra Gaúcha. Realizado em julho, ele destacou os melhores da região nos mais diversos estilos: rock, música nativista, pop, rap, MPB e música instrumental. A noite teve ainda homenagem ao músico Adelar Bertussi.
Nem só de polêmicas alimentou-se a literatura caxiense em 2016. O ano que se encerra foi também aquele em que autores locais voaram alto e conquistaram vários prêmios. A campeã, nesse quesito, foi a escritora Natalia Borges Polesso, cujo livro Amora abocanhou nada menos que dois troféus Jabutis (Contos e Escolha do Leitor), um Açorianos (Contos) e um Ages (Contos).
No Açorianos, conquistaram prêmios também o escritor Pedro Guerra, colunista da revista Almanaque, com o troféu na categoria Infanto-Juvenil por Precisava de Você; o designer gráfico Ernani Carraro, pela capa do livro Carne Nua, de Mônica Montanari; e Paula Ramos, que teve sua obra Modernidade Impressa: artistas ilustradores da Livraria do Globo de Porto Alegre escolhida como Livro do Ano.
MARCELO CASAGRANDE, BD – 29/11/2016
Nos bairros – a contramão da crise, o Festival do Audiovisual da Serra Gaúcha (CineSerra) chegou maior à sua 4ª edição, em outubro: agregou exibições em Nova Petrópolis e Porto Alegre, cidades que se somaram a Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Gramado. Além disso, a programação chegou pela primeira vez a bairros caxienses.
Na Estação – Outra boa pedida do ano foi a edição temática do Aldeia Sesc, que comemorou os 100 anos do samba: o público conferiu, gratuitamente, atrações musicais, dança, artes cênicas, exposições, filme, oficinas e atividades paralelas, com a programação no Largo da Estação Férrea.